Os atores Luisa Arraes, Johnny Massaro e Ravel Andrade formam um trisal no filme “Transe”, que chega aos cinemas na quinta (2/5). O longa-metragem se passa em 2018, durante as eleições que levaram Jair Bolsonaro à presidência, e retrata os temores dos protagonistas em contraponto à esperança de mudança por outra parte da população.
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Em “Transe”, ele vive a terceira peça de um trisal – aquela que entra por último. Na história, Luisa (Luisa Arraes) é uma jovem atriz que vive com seu namorado músico, Ravel (Ravel Andrade). Ela conhece Johnny (Johnny Massaro), um espírito livre, e os três vivem um relacionamento baseado no amor livre, quando um perigo iminente (Jair Bolsonaro) ameaça colocar o futuro de todos em risco.
“Meu pai é taxista e o filme tem um personagem que é motorista de Uber. Eu estava tentando explicar o filme para meu pai, e ele falou: ‘mas é pró ou contra Bolsonaro?’. Eu falei ‘é contra… mas ao mesmo tempo, a gente tenta perspectivar’. O filme, de muitas maneiras, tenta entender o outro lado, porque ele existe”, comenta Johnny Massaro, também em cartaz com “Aumenta Que É Rock ‘N Roll”.
Cenário político como pano de fundo de “Transe”
O filme tem roteiro e direção de Anne Pinheiro Guimarães (de “As Canalhas”) e Carolina Jabor (de “Boa Sorte”). Mas os atores também se consideram co-autores, porque colaboraram muito com a história, que tem a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da república como pano de fundo.
Luisa Arraes destaca que as filmagens ocorreram em 2018 e muitos dos temores políticos do elenco e da equipe entraram na trama. “A gente não sabia onde iríamos chegar [politicamente] e o que queríamos dizer, então o filme foi feito ‘hoje sobre hoje’. Não é um filme que fala de um passado, de algo que a gente elaborou”, pontua a atriz, “era um filme sobre o que estava acontecendo no exato momento dele. Era o que estávamos pensando. Íamos para a cena improvisando”. Fazer o filme foi uma válvula de escape e, também, uma reflexão.
A diretora Anne Pinheiro Guimarães conta que “Transe” é uma ficção e um documentário. “É feito como um documentário. A gente começou o filme sem saber o resultado da eleição. Ele parte de uma angústia coletiva e hoje é um registro disso. É muito atual”, conclui.