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Influenciadores digitais brasileiros investem em carreira musical; alguns têm até contrato com gravadora


Eles têm milhões de seguidores e conseguem facilmente milhões de acessos em qualquer vídeo que postam. Levam poucas horas para alcançar números que cantores e bandas se esforçam por muito tempo para conseguir – às vezes levam uma vida. Eles são os influenciadores digitais – ou, como alguns gostam de se definir, “criadores de conteúdo” – uma realidade da era das redes sociais. Como capitalizar essa popularidade? Existem muitas maneiras e o publipost é a menos criativa, acredite. Essa galera lança livros (que vira best-seller), roda o país em turnê com stand-up (lotando teatros), faz filme (e garante milhões de ingressos vendidos) e, de uns tempos para cá, vem se arriscando também na música. Afinal, por que não?

Tirullipa, Whindersson Nunes, Carlinhos Maia e GKay estão juntos em “Eu Vou Tu Vai”, música de axé recém-lançada nas plataformas digitais pela Non Stop / Universal Music International. Sim, as grandes companhias musicais também querem sua fatia de mercado do sucesso dos influenciadores. “Eu Vou Tu Vai” já está com clipe gravado. Em 2016, a trilha sonora do filme “É Fada”, estrelado por Kéfera, saiu pela Warner Music. O clipe do single homônimo bateu sete milhões de acessos no Youtube – mais do que os clipes de muitos cantores “de verdade”. Neste ano, já há uma nova música da Kéfera nas plataformas, “Eu Sou Mais Eu”, fruto de outra personagem. Está com quase um milhão de streams no Spotify.

Christian Figueiredo, depois de lucrar no mercado literário, também partiu para a música. Seu projeto musical se chama 2B e já tem várias músicas lançadas. O maior sucesso é “Chama As Amigas Pro Baile”, em parceria com a banda Pollo: três milhões de acessos no Youtube e mais um milhão no Spotify. “Eu e Você”, outro single, lançado há seis meses, está com 2,3 milhões de acessos no Youtube. Christian ainda é um artista independente no mercado fonográfico.

Sucesso no Instagram, Laddy Nada também se lançou como cantor recentemente. No fim do ano passado, saiu seu primeiro single e clipe, “Perdeu”, com foco na temática LGBT e na coreografia. Está seguindo os passos de Escarião, que já tem três singles no Spotify: “Empina Mais”, “Check-In” e “Nossa História”, lançado em janeiro. Junta, toda essa turma já forma uma cena alternativa, ainda de nicho, voltada principalmente para seus seguidores. Cada música ou clipe que divulgam tem um potencial de enorme alcance só com os seguidores diretos de cada um deles. Como a maioria dos influenciadores se conhece e constitui uma rede, o alcance é multiplicado.

A dançarina Lore Improta, por exemplo. Publicitária de formação, ela tem 5,9 milhões e decidiu investir no público infantil com o musical “O Fantástico Mundo da Lore”. Suas músicas visam as crianças: “Movimenta o Corpo”, “Aula da Dancinha” e “E Aí, Galeroca”. Estão em todas as plataformas. Da Bahia como ela, a drag queen Nininha Problemática é outra influenciadora que migrou para a música e já tem dois singles: “No Paredão” e “Favelada” (com Léo Kret), que acabou de ganhar clipe.

Tem espaço para todo mundo. Até Alcione Alves, que ficou famosa por suas narrações engraçadas na Internet, decidiu soltar sua voz em músicas engraçadas. Neste ano, lançou “Dialeto Gay” com Zaga e Byanka Nicole.