A escritora de novelas Glória Perez relembra o assassinato de sua filha Daniella na série documental “Pacto Brutal”, que teve seus últimos episódios divulgados nesta quinta (28/7). Ela lembra que a demora de cinco anos até o julgamento de Guilherme de Pádua e Paula Thomaz a impediram de viver o luto.
“Passei anos – que sempre imaginei que seriam maravilhosos – nessa luta que parecia que não acabava nunca. Era um crime pavoroso, cruel. Dois assassinos identificados, e você tinha que ficar a espera daquele julgamento. Você não podia viver o luto. Faz muita falta você viver o luto, mas eu não consegui viver, porque tive que me manter atenta para defender a Dani e para contribuir para que o julgamento fosse feito”, conta Glória Perez.
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O documentário mostra como a participação da mãe foi fundamental para elucidar o caso de Daniella Perez. Foi Glória quem foi atrás dos frentistas que viram Guilherme de Pádua cercando Daniella na saída do posto. Ela fez plantão na porta da casa deles para convence-los a depor. Eles foram testemunhas fundamentais para a reconstrução do crime.
“Quando soubemos que finalmente teria o julgamento, você pensa: ‘finalmente isso vai acabar, vou poder viver meu luto, vou poder retomar minha vida'”, lembra a autora.
“Sempre quis contar essa história”, diz Gloria Perez sobre assassinato de Daniella
Para Glória, “Pacto Brutal” representa a oportunidade de contar a verdade do processo judicial. “Queria que essa história fosse contada como ela aconteceu, e não que permanecesse contada como uma novela barata, um folhetim barato. É como ela ficou na memória das pessoas: um folhetim barato”, diz a roteirista.
O crime ocorreu em 1992, quando Glória estava escrevendo, pela primeira vez sozinha, uma novela das 21h na TV Globo, “De Corpo e Alma”. Daniella estrelava a novela, até que foi assassinada pelo colega de elenco Guilherme de Pádua – o que chocou todo o Brasil. “Eu sei que aquelas punhaladas eram pra mim”, diz Glória Perez.