O CEO, produtor e compositor da Hitmaker, Wallace Vianna, começou a sua carreira no mercado musical com a sua música no top 10 das rádios. No entanto, mesmo com todo sucesso, ele não tinha um retorno financeiro justo.
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O artista no começo da trajetória profissional costuma, de modo geral, enfrentar algumas dificuldades, principalmente quando o assunto é contrato. Recentemente, um caso tomou conta do noticiário nacional, o influenciador Luva de Pedreiro anunciou que está com problemas contratuais com o seu ex-empresário. O episódio, que causou bastante comoção do público, ainda não foi resolvido, despertou um alerta para muitas pessoas que trabalham com a internet.
No mercado musical, essa realidade também não é diferente. Muitos cantores e bandas acabam comprometendo anos de suas carreiras por causa de um contrato artístico. Um alicerce jurídico deve garantir uma relação saudável entre o empresário e o agenciado, com direitos e deveres estabelecidos, justos para ambos os lados. Wallace Vianna está incluído no rol de artistas que sofreram com um contrato abusivo no início de sua carreira.
“Iniciei minha carreira artística compondo e cantando pagode, ganhei notoriedade nos campeonatos intercolegiais que eu cantava e também no Orkut. Nesse período, consegui gravar e lançar minha primeira música. Para a minha surpresa, em uma semana ela explodiu e foi parar na FM O Dia, misturei a melodia do pagode com o refrão do funk, dei início na época ao famoso Pagofunk que, após esse ponta pé, virou evento no Brasil inteiro.”
Com a fama, veio também a proposta de um empresário para ele assinar seu primeiro contrato. Wallace viu ali a oportunidade de decolar sua carreira. No entanto, suas expectativas foram frustradas. Por isso, ele precisou dar uma pausa na música, uma vez que não estava tendo um retorno financeiro.
“No início daquela fama que ganhei, veio o convite para assinar meu primeiro contrato e eu assinei. Assim, fiquei nas mãos de um empresário que não investia em mim, me roubava e me prendeu neste contrato durante oito anos. Minha música estava no top 10 das rádios e eu não via o lucro do sucesso que estava fazendo. Pedi para ele me liberar do contrato, ele negou e eu decidi parar minha carreira até o término contratual. Nesse período foquei em apenas compor, passei por um aperto financeiro gigante, até que depois de alguns anos conheci meus atuais sócios e criamos a Hitmaker.”
De acordo com Wallace, é da sua personalidade buscar soluções ao invés de focar no problema. Quando ele se envolveu na questão contratual com o seu ex-empresário, o seu primeiro pensamento foi que havia duas alternativas para resolver o impasse: recorrer à justiça, mesmo sabendo do tempo que iria custar por estar em uma batalha judicial com uma figura poderosa do mercado musical ou esperar o tempo do contrato acabar.
“Decidi esperar o contrato acabar e buscar outra forma de continuar na música, já que cantar não seria possível naquele momento. Assim, descobri e aprimorei meu dom da composição. Comecei a compor para inúmeros artistas até acertar meu primeiro hit a nível nacional, que foi “Beijinho no Ombro”. Não adiantaria eu ficar me vitimizando e contando a história triste que tive com um sonho interrompido. Eu digo que tive um sonho impulsionado de uma forma diferente do que eu imaginei. Hoje, sou feliz com o que faço e com a vida que levo. Inclusive, agradeço ao empresário que naquele momento achei que estava me prejudicando. Na verdade, ele me impulsionou, me obrigando a crescer.”
O recomeço de Wallace e o começo da Hitmaker
À época, trabalhando em uma empresa de telemarketing, Wallace conheceu pela internet seu atual sócio André Vieira. Juntos, eles passaram a produzir e compor músicas e fundaram a Hitmaker. O primeiro lançamento da empresa foi a canção “Beijinho no Ombro”, interpretada pela cantora Valesca Popozuda. Em 2016, os dois conheceram o terceiro sócio, Pedro Breder, assim, formando o trio que assina produções e/ou composições, entre elas “Combatchy”, “Favela Chegou”, “Sapequinha”, “Só Depois do Carnaval”, “Devagarinho”, “Não sou Obrigada”, “Encaixa”, entre outros.
Com a empresa, Wallace pode trabalhar com uma grande paixão da sua vida: compor para outra pessoa.
“Fiz minha carreira na música assim inicialmente. Envolve muita empatia. Ouvir o que o artista tem a dizer, o que ele pensa e tentar materializar em forma de música os seus sentimentos. Não é fácil, mas quando vejo o público achando que um intérprete escreveu uma música, no qual ele não criou, e sim foi criada por mim. Isso me deixa muito feliz, pois significa que meu trabalho teve excelência.”
Na Hitmaker, Wallace, junto com os sócios, ajuda e financia jovens talentos que não tem condição financeira de gravar suas músicas e clipes, voltado para o Pop Urbano e abraça gêneros como o rap, trap, funk e pop.
“Nosso intuito é tentar mudar vidas com a música. Assim como a música mudou as nossas vidas”, revela Wallace Vianna.
Aos artistas que estão começando a carreira no mercado musical, Wallace aconselha, antes de tudo, que a arte seja feita por amor. Segundo ele, é importante amar o que está sendo feito.
“Não faça jamais por dinheiro. Isso será consequência de um trabalho e uma arte feita com amor. Eu falo isso, pois arte é energia, é verdade, é essência. Isso te tornará único e diferente. Pesquise bastante sobre o mercado. Sobre os bastidores e as pessoas. Hoje, com as redes sociais, isso é muito mais fácil. Jamais deixe que as tentativas frustradas e erros abalem sua fé. Isso faz parte do legado que você trará até atingir seu sucesso. Antes de acertar meu primeiro hit, eu tinha feito mais de 200 músicas. Imagine se eu tivesse desistido?”
Após o isolamento social devido à pandemia da covid-19, com a volta dos eventos, os sócios da Hitmaker resolveram sair dos bastidores e passaram a cantar também suas produções e composições.
Além disso, Wallace também se dedica a vida de empresário. Ao lado de André, seu sócio na Hitmaker, criou um selo institucional, no mesmo lugar onde era seu primeiro estúdio, na zona norte do Rio de Janeiro. Pautado na música urbana e com o intuito de revelar e ajudar novos talentos da música que não tem condições financeiras para investir na própria carreira, o selo Browse incentiva a arte, a cultura e ajuda jovens a encontrarem seu propósito na música.