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Entrevista: Safadão fala sobre o Potência Music, selo que busca valorizar artistas nordestinos

Wesley Safadão. Foto: Instagram/@wesleysafadao

Após dois anos, o Garota VIP retornou ao Rio de Janeiro no dia 20 de agosto, no Parque Olímpico – local que recebe o Rock in Rio nesta semana. Junto ao anfitrião, Anitta, Belo, Pedro Sampaio e Zé Felipe subiram ao palco do evento. Em entrevista para o POPline.Biz é Mundo da Música, Wesley Safadão fala sobre a volta dos shows, do festival e, também, da nova fase de sua carreira com a criação do selo Potência Music.

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Além do Garota VIP, o cantor tem o Bloco Vai Safadão e o TBT do Safadão. Wesley fala que a diversificação da entrega nos formatos de shows com propostas diferentes contribui para atrair públicos distintos. 

“O nosso público entende que o festival Garota VIP é diferente. Inclusive, tem o ‘Bloco Vai Safadão’ e o ‘TBT’.  Cada um tem um formato, além disso tem o show normal é outra entrega. Então, a gente vai diversificando para alcançar todos. Assim, a gente consegue  fazer 4 ou 5 shows sem ninguém enjoar”.

Wesley Safadão. Foto: Delson Silva / AgNews

Potência Music: ecoando a voz nordestina

De acordo com Wesley Safadão,  a pandemia de covid-19 trouxe muita aprendizagem para a sua vida. Além disso, o período também serviu para o surgimento de novos artistas. Sobretudo, nordestinos. 

“Teve uma época na pandemia que de 5 músicas, 4 músicas foram gravadas dentro do nosso estúdio. Isso é um motivo de orgulho. O Potência Music tem como objetivo valorizar exatamente isso. O nosso país é muito grande e o que a gente busca é aprender um pouco com cada público, o selo veio para valorizar o nordeste, mas a nossa música já se tornou nacional.”

Wesley Safadão. Foto: Instagram/@wesleysafadao

Ainda segundo Safadão, novidades do novo selo e de sua carreira estão por vir. Algumas circunstâncias atrasaram o andamento dos planos, no entanto, ele garante que até o final do ano, projetos serão lançados para firmar o novo momento. 

“O que eu posso falar é que a pandemia também deu uma acumulada de coisas na minha cabeça e eu não consegui colocar nem 5% para fora ainda. Vem muita coisa boa por aí, muitos novos projetos. Me mudei de Fortaleza para São Paulo e isso ajudou a dar uma ‘atrasadinha’ nos lançamentos. Mas até o final do ano, eu quero lançar muita coisa para firmar esse novo momento pós-pandemia, com gravadora nova, escritório novo, mudança doida, mas está dando tudo certo.”

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Para o selo, Wesley conta que todo mundo da equipe opina na hora de agregar mais um artista para o casting. Ele ainda pontua que a união de um bom gerenciamento de carreira e talento é a receita para o bom andamento da carreira musical.

“Eu sempre digo que qualquer artista que venha para a nossa empresa, a gente tem que acreditar nele, enxergar um potencial e ele tem querer trabalhar, além de ter muita vontade em realizar os seus sonhos.  O trabalho de um artista junto com uma equipe maravilhosa, dificilmente vai dar errado.”

Wesley Safadão. (Foto: Instagram/@wesleysafadao)

O nascimento do Potência Music

O sócio e diretor estratégico do Potência Music, João Paulo Ferolla, conta que o selo nasce com a motivação de abrir o mercado musical nas regiões norte e nordeste do país para o digital. 

“Nordeste é um outro país. Lá, as pessoas não  têm tanto acesso à informação quanto no sudeste e centro-oeste. O público ainda não ouve músicas nas plataformas pagas, escutam muito em CDs e baixam as músicas em sites. Então, os artistas nordestinos têm um déficit em relação aos de outras regiões. Essa falta de informação nos motivou a abrir o mercado e exemplificar como funciona de uma forma clara e objetiva. Hoje, no mercado comercial, a região do Brasil que mais consome é o norte e nordeste, eles são os que ficam mais na internet e mais compram nos sites”, explica João Paulo Ferolla.

João Paulo Ferolla, sócio e diretor estratégico do Potência Music. Foto: Reprodução/Instagram @jpferolla

Além de Wesley Safadão, o selo tem em seu casting artistas de diversos gêneros musicais, veteranos e, também, novatos, como Raffa Torres, Eric Land, Márcia Fellipe, Tathy Girl, Aldair Playboy, Gleydson Gavião e Marcynho Sensação.

“A gente já tem artistas de São Paulo, como Raffa Torres, temos do nordeste Eric Landi e Aldair Playboy, estamos fechando com o pessoal de Salvador do Patrulha do Samba, então tem diferentes gêneros. Já estamos em negociação com o pessoal do gospel e fechamos com Marcynho Sensação.”

O DVD Ao Vivo em Fortaleza, de Marcynho Sensação,  foi lançado pelo Potência Music.

“A estratégia do DVD de Marcynho Sensação é toda nossa. Tivemos presente no primeiro lançamento dele, inclusive, Wesley faz participação, está indo bem também. O nosso lema não é atender muitas pessoas, a gente quer um grupo seleto, para atender bem”, aponta Ferolla.

Atualmente, de acordo com o sócio e diretor estratégico do Potência Music, o objetivo principal do selo é trazer o público para consumir música nas plataformas digitais para, assim, firmar a audiência dos artistas. 

“Hoje, a representatividade norte e nordeste é muito pequena em relação às outras regiões nas plataformas digitais de música.  O selo já é o maior da ADA, que é a distribuidora parceira da Warner Music Group, que nós fechamos e já estamos há quase dois anos com essa parceria.”

A parceria do Potência Music com a ADA

Para João Alquéres, diretor-geral da ADA Brasil, responsável pela distribuição de artistas independentes do Warner Music Group, o nordeste tem o mercado com maior potencial de crescimento nas plataformas de música. Para ele, a parceria com o Potência Music tem sido essencial para explicar como, inclusive, funciona a distribuição digital para o maior número possível de artistas. 

“Para mim, o nordeste é o grande celeiro musical brasileiro, tudo está passando pela região de alguma maneira. A gente tem selos incríveis pelo Brasil inteiro,  mas quando a gente olha para o nordeste, muita coisa precisa ser feita e tem ainda inconsistência de trabalho, que foi feita no passado e, também, a falta de informação, no que diz respeito ao digital.”

João Alquéres, diretor da ADA Warner Music no Brasil. Foto: Divulgação

João Alquéres analisa que antes da pandemia da covid-19 as pessoas  tinham uma fonte de receita adicional fazendo shows. No entanto, durante o período de isolamento social, os artistas começaram a entender como funciona a distribuição musical nas plataformas digitais. 

“Na pandemia, as pessoas tiveram que entender como funciona a distribuição digital. O nordeste tinha ‘n’ players de distribuição, e ainda tem, que fazem um trabalho essencial para aquele artista. Com o fim das barreiras geográficas, com uma ligação, a gente pode mostrar que existem opções e que o artista pode escolher o que for melhor para ele. Entender e ter a informação de como isso funciona melhora o mercado como um todo, porque eleva o nível da discussão, da entrega e do resultado para o artista. Tudo fica mais transparente e passa a ter uma outra lógica de negociação por trás”.

Quanto ao vasto catálogo de Wesley Safadão, Alquéres diz que ainda é um trabalho a ser definido. 

“Acho que o catálogo para distribuição digital, ele é sempre dois grandes catálogos para os artistas entenderem: um o que eles lançaram, outra coisa é o que eles participaram“, explica. “O ADA é responsável pela distribuição de artistas independentes do Warner Music Group no mundo inteiro. A empresa, que completa 30 anos no ano que vem, trabalha com a distribuição de catálogos enormes, então a gente acha  que tem uma diferenciação em cima dos modelos de negócios que são propostos. A gente é uma empresa de música e isso faz uma diferença quando a gente está tratando com artistas, pensando sempre na sustentabilidade daquela carreira. Não é apenas uma discussão de distribuição, é uma discussão de entrega, de trabalho, de foco, de pagamento e transparência. Isso que a gente está fazendo através do Potência com essas parcerias no mercado”, finaliza

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