Mateus Carrilho está pronto para dar início a uma nova fase de sua carreira, e promete surpresas! No melhor estilo “um cantinho e um violão”, o cantor deixa de lado as batidas pop características de seu trabalho, desacelerando o bit e experimentando gêneros super brasileiros como samba e MPB. O resultado dessa mistura já pode ser vista no clipe de “Menino”, seu mais recente single, lançado nesta quarta-feira (29), que dá o pontapé inicial ao primeiro álbum solo do artista.
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Em entrevista exclusiva ao POPline, Carrilho conta que essa nova roupagem solar faz parte de seu atual momento de vida, trazendo um disco contemporâneo, mas que flerta com suas raízes e até sentimentos nostálgicos. A virada de chave começou quando se debruçou sobre a discografia de Jorge Ben Jor. Contudo, há inspiração em Caetano Veloso e nomes da cena funk e até axé.
“É uma nova era, um novo momento que crava para onde eu vou daqui para frente”, diz Mateus, reafirmando seu compromisso com a brasilidade que sempre esteve muito presente em seus trabalhos, desde de quando surgiu na indústria com a Banda Uó, que o apresentou ao público.
“A paixão pelo Brasil, pelo o que é nosso. Desde o início eu bebi de coisas brasileiras, ritmos brasileiros, da estética brasileira, que sempre esteve muito presente no meu trabalho. Agora, vem sintetizado em outro lugar, viajando e revisitando outros ritmos que eu consumo hoje. Vão encontrar um novo artista, mas com a mesma essência”
Aos 34 anos, uma discografia repleta de sucessos e parcerias incríveis no currículo, Mateus se permite se mostrar um artista ainda mais plural. “Vem muito da maturidade. Encontrei um novo momento onde queria falar de coisas novas, me redescobrir enquanto artista. O disco é sobre essa vontade de me expressar artisticamente. Queria contar uma história nesse disco”, adianta o astro.
E muito dessa reinvenção já pode ser vista no clipe de “Menino”, primeiro single da era, disponível nas plataformas. O trabalho chega numa estética retrô, flertando diretamente com o samba e bossa nova. Ritmos nunca antes explorados nos trabalhos do cantor. A inspiração veio de um clássico: o disco “Samba Esquema Novo”, lançado em 1963 por Jorge Ben Jor. “Eu estava escutando muita música dessa época, então traz esse lugar vintage, mas de uma maneira contemporânea”, conta.
A produção trasporta o público para uma viagem nostálgica para a verve carioca dos anos 60. Antenado com moda e apaixonado por um conceitinho, ele conta que mergulhou na estética da época, fazendo um contraponto com o que há de mais atual. Representante da comunidade LGBTQIAP+, Carrilho escolheu faixa para apresentar o projeto por ser “uma das mais bonitas do disco”, além de usar sua arte como ato político ao cantar sobre um affair entre dois rapazes.
“A minha intenção foi fazer um trabalho contemporâneo. Sempre amei beber do vintage, mas, desa vez, algo que soasse como o hoje. É um samba cheio de representatividade, onde eu estou cantando sobre um garoto, e deixo isso muito claro. É uma das músicas mais lindas do disco, um grande cartão de visita”
Com 11 faixas inéditas, seu primeiro álbum solo chega trazendo uma nova faceta do artista. Desta vez, ele assina a composição de dez músicas da tracklist, que transpassam por ritmos dosmmais variados. “É muito sobre o Brasil”, destaca. “Comecei esse meu amor pela composição, que eu desenvolvi, durante a pandemia, comecei a estudar grandes compositores como João Gilberto, Jorge Ben, Djvan, Caetano…”, conta ele, que chegou a cena em 2010, ao lado de Davi Sabbag e Candy Mel, seus parceiros de Banda Uó.
“Quando eu fui fazendo imersão as composições começaram a surgir, foi algo orgânico, deixei meu eu artístico falar e senti que era o lugar para onde eu tinha que ir. A roupagem pop é o laço da obra, mas brasileira, um soft pop, com uma carinha mais alternativa que mais me define”.
Carrilho foi integrante do trio entre os anos de 2010 e 2018. Contudo, seu destaque solo começou em “Corpo Sensual“, parceria com Pabllo Vittar de 2007, que foi um grande sucesso. Com o fim do grupo, ele resolveu se dedicar à carreira solo e lançou o EP “Não Nega” em 2018, além de singles “Amor Sem Lei“, “Motor Acelerado“, “Inimigo do Fim“, “Pancada” (feat. MC Dricka), “Noite de Caça” (feat. Gloria Groove) e “Faz Fumaça“. Agora, as expectativas para a chegada do novo trabalho são enormes. Mas como será que o público vai identificar esse novo momento?
“Dá um frio na barriga, mas acho que o publico vai gostar. Percebo nas redes sociais que as pessoas querem coisas novas. Acredito que é um disco novo, ele soa como novo. É minha proposta daqui pra frente. Eu me encontrei como artista”, diz ele, trazendo canções honestas.
“É sobre sair desse lugar da festa. Falo sobre meus amores, se apaixonar,sobre se decepcionar…. contando coisas que não tinha contado antes. Trago coisas pessoais. Antes a gente trabalhava com coisas muito lúdicas com a Banda Uó, e trago, agora, coisas que vivi, mas tudo misturado com a diversão e a imaginação. Foi um lugar de sinceridade em um trabalho que eu acreditasse”, diz.