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Entrevista: ‘Brasil está entre as nossas prioridades’, afirma CEO da Believe

O fundador e CEO da Believe conversou com o POPline.Biz é Mundo da Música sobre atual momento da empresa no país em sua passagem no Brasil no fim do último mês
Denis Ladegailleriefundador e CEO da Believe. Foto: Divulgação

No ano passado, a Believe alcançou mais de € 1 bilhão em vendas digitais, o equivalente a R$ 5.549.850. Segundo a Digital Music News, esse valor se refere à receita gerada por parceiros de lojas digitais e plataformas de mídia social antes do pagamento de royalties a artistas e gravadoras. A empresa registrou uma receita de 40% ano a ano. 

No Brasil, o desempenho da Believe nos últimos anos fez com que a empresa francesa voltasse às atenções e investimentos para o mercado nacional. Em decorrência disso, a distribuidora abriu dois novos escritórios no país que, além da sede no Rio de Janeiro, agora também está presente em São Paulo e Salvador. 

Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, Denis Ladegaillerie, fundador e CEO da Believe, conversou sobre o atual momento da empresa no país em sua passagem no Brasil no fim do último mês.

Denis Ladegaillerie, fundador e CEO da Believe. Foto: Divulgação

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O extenso território brasileiro abriga uma diversidade de gêneros musicais e essa pluralidade do país atrai a distribuidora musical francesa. De acordo com Denis Ladegaillerie, fundador e CEO da Believe, o Brasil é um dos principais mercados do mundo e, por isso, se mostra promissor.

“Eu diria que o Brasil é o maior mercado da América Latina e está entre as nossas prioridades. É um pouco mais de 10% da população que está pagando por assinatura paga e está crescendo muito rapidamente. Então, é um mercado muito saudável e promissor e também a outra grande coisa sobre o mercado brasileiro são os artistas locais, que representam mais de 60%  do volume total de streams, o que traz um dinamismo para o mercado e, para nós, é o nosso negócio principal”.

Em 2022, a Believe aumentou os artistas em mais de 68%, com cerca de 50 bilhões de streams e, segundo Denis Ladegaillerie, a expectativa é que esse número cresça mais rápido em 2023 do que no ano passado.

“A tendência é que o crescimento do mercado continue saudável neste ano. Fizemos um grande progresso no desenvolvimento de artistas e na contratação de novos. O mercado da música digital é dominado pelo Spotify, nós fazemos uso de ferramentas como o Spotify Discovery e temos parcerias, temos equipes trabalhando muito no YouTube, assim como no TikTok, ajudando os artistas a gerar  sucesso. Para o crescimento em 2023, estamos investindo em novos escritórios, alavancando os serviços, impulsionando o crescimento e expandindo a equipe.”

Ainda de acordo com o fundador e CEO da Believe, a empresa estar perto dos talentos é fundamental para o resultado do trabalho.

“Vemos em todos os mercados ao redor do mundo que quando eles se tornam maiores é porque há mais pessoas ouvindo música. Isso cria mais diversidade.  Nós acreditamos muito na música regional. Nosso pensamento é que servimos melhor aos artistas e selos quando estamos perto deles, por isso, por exemplo, estamos em Salvador. Então, continuaremos olhando para onde está surgindo novos talentos para colocarmos a nossa equipe perto.”

Ladegaillerie analisa o crescimento que o crescimento do consumo de música no país acompanha o desenvolvimento dos artistas.

“O Brasil atualmente tem um pouco mais de 10% da população assinando serviço pago, sabemos que em certas partes da Europa esse número é de 50%, o que dá um potencial muito grande para, pelo menos, os próximos 10 anos de crescimento de dois dígitos dos mercados para nós. Estamos vendo que o mercado está se tornando cada vez mais digital e temos cada vez mais artistas de nível médio que estão crescendo, alguns deles estão a caminho do topo. Então, vemos potencial de crescimento dos artistas com a criatividade, que acompanha o mercado de consumo de música.”

A Believe tem mais de 150 artistas e selos no seu casting, em todas as fases da carreira. Dos que estão começando, os emergentes e nomes do mercado da música nacional, como João Gomes, Diego & Arnaldo, Avuá, Ananda, Nattan, Felipe Amorim, Gilsons, Bruno e Marrone, entre outros. Quanto às projeções sobre a estimativa desse número em 2023, o executivo diz que, antes dos números, a prioridade da companhia é a qualidade do serviço. 

“Para nós, o sucesso é sinônimo de qualidade do serviço e é o que estamos  entregando. Então, eu diria que sempre será assim, nunca iremos mais rápido do que a música, porque precisamos contratar uma boa pessoa que irá apoiar o artista e treiná-los e aprender como fazer o melhor. Isso leva tempo. O sucesso é o fato de termos sido capazes de construir grandes artistas. Nosso objetivo é estar no Brasil e estamos pacientes.”, finaliza.

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