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Duas cantoras pretas preparam parceria bombástica

Lançamento ocorrerá na semana que vem.

(Foto: Reprodução / Internet)

O POPline recebeu uma informação quente: duas cantoras brasileiras pretas estão preparando uma parceria musical para semana que vem. Os nomes ainda são mantidos em sigilo, mas o público pode esperar por duas grandes estrelas da música nacional. Juntas.

A novidade chega no ano em que o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) ganhou repercussão global, com especificidades no Brasil. Embora sejam maioria da população no país, pretos ainda carecem de representatividade no mainstream, reflexo do racismo estrutural. Uma rápida análise na parada diária das músicas mais ouvidas do Brasil no Spotify comprova que pretos não ocupam as posições de destaque. Não há nenhum brasileiro preto no Top 10 desta sexta (23/10).

Top 10 do Spotify Brasil: sem brasileiros pretos (Foto: Reprodução / Spotify)

União de forças pode reverter cenário

Quando se trata de mulheres, então, a escassez é ainda mais evidente. Não há nenhuma sequer no Top 100. Unir forças pode ser uma estratégia eficaz para conquistar novos espaços e alcançar maior visibilidade.

MC Rebecca, por exemplo, se tornou a primeira mulher preta a chegar ao topo do Spotify Brasil em 2019, quando gravou “Combatchy” junto de Anitta, Lexa e Luísa Sonza. Na época, ela não sabia se comemorava ou se lamentava. O single saiu em novembro, o que significa que até aquele momento nenhuma outra artista preta havia tido tal atenção do público. E ela ainda teve que lidar com comentários racistas ao celebrar a conquista.

(Foto: Divulgação)

Mais ou menos na mesma época, Ludmilla foi coroada como a melhor cantora do ano no Prêmio Multishow. Enquanto caminhava para receber o troféu, foi insultada com palavras racistas. E ainda foi vaiada. Ou seja, quando pretos chegam ao topo, ainda são forçados a lidar com situações que brancos não passam. Em seu discurso, ela chorou e falou:

“Mas eu só queria dizer para todas as meninas, para todas as mulheres, para todas as pessoas periféricas: nunca, nunca mesmo, deixe ninguém falar o que você é ou o que você pode ser na vida de vocês. Se vocês têm um sonho, por favor, lutem como uma garota e vão atrás dele, porque vocês vão conseguir. (…) Obrigada pelas vaias. Elas me fazem sempre pensar no que eu gostaria ou não que fizessem com as pessoas”, ressaltou.

Neste ano, Ludmilla se tornou a primeira latina preta a chegar a um bilhão de streams no Spotify. “Para uma mulher preta, que veio da Baixada [Fluminense], isso é muito. E saber que sou a primeira negra latina a fazer isso só me impulsiona e me lembra que, sim, somos possíveis e cada vez mais estamos sendo mais e mais possíveis”, escreveu.

“Sou invisível desde 1998”, diz Teresa Cristina

Apesar de ter começado a carreira em 1998, Teresa Cristina só conseguiu seu primeiro patrocínio em 2020, graças ao sucesso de suas lives no Instagram. “Eu sou invisível desde 1998. Isso fala muito de como é o Brasil. As pessoas gostam de dar dinheiro a quem já tem, não sei explicar como isso acontece, mas acontece”, disse na ocasião.

“A quantidade de artistas, de pessoas brancas que têm uma carreira facilitada para tudo…Isso é uma coisa que a gente não fala, porque a gente está cansado de falar”, completou.

(Foto: Fernando Young)

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