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Documentário mostra Renato Russo a partir de acervo pessoal

O trabalho terá dois resultados: um documentário para cinema e uma série para TV para aprofundar alguns temas

Foto: Ricardo Junqueira/Divulgação

A Gávea Filmes assinou com Legião Urbana Produções contrato de exclusividade e autorização para produzir um documentário sobre a vida de Renato Russo a partir do acervo do compositor. “Será o Renato falando dele mesmo”, revela  a produtora Bianca de Felippes, da Gávea Filmes, sobre a ideia do doc que começou a ser produzido no início 2021 sobre a vida e obra do líder da Legião Urbana.

O produto será um feito inédito, que se realiza quase 25 anos após a sua morte. Sem depoimentos. Sem ouvir o que os outros falaram e falam dele. “Chegou a hora de conhecer Renato pelo olhar do Júnior“, destacam. O trabalho terá dois resultados: um documentário para cinema e uma série para TV para aprofundar alguns temas. Ainda sem previsão de lançamento.

Bianca não mede esforços nem esconde a emoção em dizer como isso será feito: tem, em mãos, um acervo de mais de seis mil itens pessoais do próprio Renato com direitos de uso concedidos pela Legião Urbana Produções. Esta é a primeira vez que alguém tem autorização para fazer uma obra cinematográfica sobre Renato Russo tendo como fonte o acervo pessoal do compositor. “É uma honra e uma responsabilidade”, confessa.

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Entre roupas (como a famosa bata branca), objetos (como a coleção de anjos e o baralho de tarô), móveis, desenhos, fotos e gravações, a produção teve acesso a raros e íntimos diários, cadernos e manuscritos em geral. Essas páginas íntimas e cheias da essência lírica, poética, musical, emocional e espiritual de Renato Russo serão abertas e apresentadas ao público em geral.

“É intrigante como ele produziu tanta coisa, como era tão inteligente. Tinha muitas referências em uma época sem internet. Era muito organizado, tudo anotado. Tem diário dele desde os anos 1970. Esse documentário é muito sobre o processo criativo, especialmente a partir dos diários, para conhecer um pouco da mente por trás do gênio. Quem era esse artista que criava obras que vão ficar eternamente? Diariamente me pergunto isso e sempre me surpreendo”, revela a produtora.

A partir dessa admiração, iniciaram projetos sobre a obra do Renato. Desde 2016, Bianca produz o espetáculo “Renato Russo – O Musical”, que está há 15 anos em cartaz, já percorreu mais de 50 cidades e foi assistido por quase 500 mil pessoas. “Tem quase 25 anos que ele morreu e não tem uma apresentação de casa vazia”, diz. Ela foi produtora também dos filmes “Faroeste Caboclo” (2013) e “Eduardo e Mônica” (ainda sem data de estreia), dirigidos pelo diretor brasiliense René Sampaio.

“Como a gente é muito fã, quando fazemos uma obra do Renato Russo, a primeira coisa que vem na nossa cabeça é pensar no que ele acharia, se endossaria nosso trabalho. Porque não é uma reprodução literal, é uma obra a partir de outra obra. Muita gente acha que é um filme pronto, mas, por exemplo, a gente tem o cuidado de não usar no roteiro frases da música. Sabemos que quando vem a canção, é algo tão forte que pode tirar o espectador do filme. Ao mesmo tempo, a gente precisa ser fiel a ela”, finaliza.