O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), administrado pelas associações Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro e UBC, lançou hoje (8) mais uma edição do relatório “O que o Brasil ouve”. Nele, o escritório apresenta dados da última década na música, como por exemplo, o crescimento de mais de 130% dos valores distribuídos em direitos autorais nos últimos 10 anos.
“Esse relatório mostra a trajetória da música no Brasil e os caminhos que a gestão coletiva da música percorreu para fortalecer esse mercado na última década, comprovando a importância do trabalho que vem sendo realizado”, destaca Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad.
E completa: “Todos esses dados apontam que devemos seguir firmes na direção da luta pela valorização dos direitos autorais da classe artística. Já tivemos muitas conquistas ao longo dos anos, principalmente pelo apoio dos compositores e artistas, e seguiremos nesse propósito nas próximas décadas”.
Desta vez, o relatório aponta conquistas importantes e históricas para a classe artística nos últimos 10 anos e as preferências musicais dos brasileiros neste período, com destaque para a ascensão do sertanejo, gênero musical, que estava começando a ocupar o seu espaço e que ganharia novas vertentes como o universitário e o forronejo.
Essa é a terceira edição do relatório “O que o Brasil ouve”, produzido pelo Ecad. O primeiro foi lançado em março deste ano, com informações sobre a participação das mulheres na música em todo o Brasil. O segundo foi apresentado no mês de setembro com dados sobre o impacto da pandemia no mercado de shows e eventos.
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Destaques do relatório
Neste relatório o Ecad produziu rankings com as músicas mais tocadas nos segmentos de Rádio e Show em 2011 e 2020, que mostram a mudança no gosto musical no país. Em 2011, das 20 músicas mais tocadas em rádios, 13 foram canções internacionais, mas o sertanejo já aparecia. Em 2020, no ranking deste segmento, a grande maioria das 14 canções brasileiras estava relacionada ao gênero.
O estudo apresenta o crescimento de mais de 130% dos valores distribuídos em direitos autorais na última década. O relatório destaca que repasses feitos para eventos específicos, como Rock in Rio, Copa do Mundo e Olimpíadas incrementaram esse resultado em benefício dos titulares.
Foram distribuídos mais de R$ 8,2 bilhões para 470 mil compositores, artistas e demais titulares de música nos últimos 10 anos. Além disso, houve um aumento da quantidade total de titulares contemplados em 2020 foi expressivo, representando um crescimento de 183,9% na última década.
Também estão no relatório informações sobre a consolidação das novas formas de utilização musical, com o avanço do digital, e um balanço da atuação das associações de música e do Ecad. A participação do streaming cresceu em importância na arrecadação de direitos autorais, com uma maior conscientização das plataformas sobre o pagamento, além do aumento da quantidade de serviços disponíveis.
O relatório destaca também as ações emergenciais e de auxílio adotadas durante a pandemia do coronavírus que ajudaram milhares de compositores e artistas. Uma das primeiras ações foi um plano emergencial de apoio financeiro, oferecendo um adiantamento extraordinário de R$ 14 milhões, distribuídos entre abril e junho de 2020, beneficiando quase 22 mil compositores, intérpretes e músicos.
Também merece destaque o aporte de R$ 170 milhões na distribuição de 2020, possível graças a um esforço conjunto das associações de música para liberação de créditos retidos, impactando positivamente o repasse total de 2020, que veio a ser somente 4% menor que o do ano anterior.