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Disputa pública entre os gigantes Facebook e Apple pode parar na justiça; entenda

Foto: Reprodução

Após ser anunciada como a marca mais valiosa do mundo, de acordo com o ranking Brand Finance Global 500 2021, da Brand Finance, a Apple está protagonizando um imbróglio que pode parar na justiça. É que o Facebook vem há meses preparando um processo antitruste – anti a formação de cartéis e combinações monopolísticas, contra a Apple.

De acordo com informações do The Information, a rede social alega que o fabricante do iPhone abusou de seu poder no mercado de smartphones ao forçar os desenvolvedores de aplicativos a obedecer às regras da App Store que os próprios aplicativos da Apple não cumprem. Os preparativos legais do Facebook sinalizam que a rivalidade entre as empresas pode piorar ainda mais.

Entenda o caso

Durante um evento para divulgação dos resultados financeiros de 2020, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, revelou que enxerga a Apple como uma das principais concorrentes da rede, sugerindo que a empresa está usando a sua posição para alavancar seus próprios serviços (especialmente o iMessage, que compete diretamente com o WhatsApp e o Messenger).

O principal motivo da disputa são as novas políticas de privacidade implementadas no iOS 14, que impedem a rede social de exibir anúncios personalizados para seus usuários, tirando das mãos deles o poder de monitorar/rastrear usuários sem o devido consentimento.

“Estamos vendo os negócios da Apple dependerem cada vez mais de ganhar participação em aplicativos e serviços contra nós e outros desenvolvedores. Portanto, a Apple tem todos os motivos para usar da sua posição dominante na plataforma para interferir no modo como nossos e outros aplicativos funcionam, o que eles fazem regularmente para dar preferência aos seus próprios”, disse Zuckerberg.

Segundo o CEO, isso impacta no crescimento de milhões de empresas em todo o mundo, inclusive com as mudanças [de privacidade] do iOS 14, muitas pequenas empresas não serão mais capazes de alcançar seus clientes com anúncios direcionados. “A Apple pode dizer que está fazendo isso para ajudar as pessoas, mas os movimentos rastreiam claramente seus interesses competitivos”, completou Zuckerberg.

Ainda segundo publicação do The Information, o CEO do Facebook está tentando construir um amplo caso legal argumentando que as regras da Apple para desenvolvedores de aplicativos – que os forçam a usar o serviço de pagamento no aplicativo da Apple, por exemplo – tornam mais difícil competir com a Apple em áreas como jogos, mensagens e compras.

Para ele, essa dinâmica é importante para as pessoas entenderem por que o Facebook e outros aplicativos devem enfrentar a gigante de tecnologia em um futuro próximo, o que deu ainda mais força aos rumores de que a rede social irá levar o caso para justiça. “Nossos serviços de mensagens continuam crescendo, mas é uma batalha difícil, e nossos serviços precisam ser muito melhores como plataformas sociais privadas para ter sucesso”, diz.

“A Apple lançou recentemente os chamados “rótulos nutricionais”, que se concentram principalmente nos metadados que os aplicativos coletam em vez da privacidade e da segurança das mensagens reais das pessoas. Mas o iMessage armazena backups não-criptografados de suas mensagens por padrão, a menos que você desative o iCloud. Portanto, a Apple e os governos têm a capacidade de acessar as mensagens da maioria das pessoas. Então quando se trata do que mais importa, proteger as mensagens das pessoas, acho que o WhatsApp é claramente superior”, declarou Zuckerberg.

Em tempo…

Durante o evento acima citado, em que Zuckerberg emitiu declarações polêmicas, foi divulgado que Facebook registrou lucro líquido de US$ 11,22 bilhões (quase R$ 61 bilhões de reais) no quarto trimestre de 2020, um aumento de 52,6% em relação ao resultado divulgado pela companhia em igual período do ano anterior, de lucro de US$ 7,35 bilhões.

Além disso, a receita da rede social foi de US$ 28,07 bilhões (aproximadamente R$ 152 bilhões de reais), um avanço ante os US$ 21,08 bilhões do quarto trimestre de 2019. O Facebook informou ainda que seus usuários diários ativos ficaram em 1,84 bilhões na média de dezembro de 2020, um crescimento anual de 10,8%.