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No Dia da Visibilidade Trans e Travesti, exalte os artistas da representatividade no Brasil

Dia tem muito significado para a luta.

Foto: Reprodução/Pinterest/refinery29.com

Neste 29 de janeiro é Dia da Visibilidade Trans e Travesti. É claro que sempre é bom destacar que essa visibilidade deve ser dada o ano todo, mas neste dia tem uma atenção especial. Foi exatamente em um 29/01, no ano de 2004, que aconteceu a primeira mobilização na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para reivindicar os direitos de pessoas trans, levantando a bandeira trans e travesti. Desde então, o movimento ficou cada vez mais forte.

Anos depois, as pessoas trans conquistaram direitos importantes. Um deles é registrar o nome no gênero requerido oficialmente. No entanto, ainda há muito caminho a percorrer para a igualdade.

Para celebrar esse dia, separamos pessoas trans e travestis que estão colocando seu nome e mostrando que têm talento e ganham destaque na música.

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Pepita

Foto: Juliano Cezza

O ano de 2020 foi muito difícil para o mundo todo, mas houve um feixe de luz com o casamento de Priscila Nogueira, mais conhecida como Pepita, com o dançarino Kayque Nogueira. Em uma linda cerimônia intimista, ali teve a prova que o amor fala mais alto. Na vida, Pepita cumpre um papel importante de levar sábias palavras sobre sua causa trans. Ela consegue ser leve e engraçada quando necessário, mas séria e astuta quando precisa. Na música, seu último lançamento foi “Perdeu”, com um clipe que defende a violência contra a mulher. Nele, ela vive um relacionamento abusivo onde o homem não a aceita como uma mulher trans.

Danny Bond

Foto: Instagram @danny.bond

Alagoana, Danny Band começou sendo conhecida como a “Rainha do Jacintinho”, hoje o bairro mais populoso de Maceió. Hoje, ela é a rainha de muito mais, já que sua visibilidade só vem aumentando. Ela tem uma legião de fãs pelo Brasil inteiro com seu jeito extrovertido, looks incríveis e músicas que não saem da cabeça do público. No entanto, quando é para falar sério, ela fala!

Nick Cruz

Foto: Retrato e café

Só quero mudar de nome / Só quero paz e respeito / Só quero viver na sombra depois de tomar sol no peito“. O trecho da letra de “Sol No Peito“, de Nick Cruz, mostra os desejos mais básicos de um homem trans. Ele é o único homem trans da nossa lista – talvez seja uma falta na nossa indústria outros como ele. Nesta mesma data no ano passado, ele fez um texto ao Portal POPline falando de sua jornada. “Ir atrás de ajuda, desconstruir as pessoas que estão ao seu redor e se tornar um homem diferente de todo o ideal de masculino que sempre nos ensinaram é o trabalho mais difícil da nossa caminhada“, disse ele.

Urias

Foto: Revista L’Officiel Brasil

Urias não tem medo de colocar a realidade mais dura de ser trans em suas canções. Em uma das suas músicas, “Diaba“, ela canta. “Me chamaram de suja, louca e sem moral“. Na mesma estrofe, ela se impõe: “Vão ter que me engolir por bem ou por mal“. Mineira, conseguiu realizar seus sonhos com garra. Ela começou como modelo e depois foi abrindo espaço da música. As produções dos seus clipes são impressionantes, sem dever nada para nomes internacionais. Seu último single é “Tanto Faz“.

Jup do Bairro

Foto: Instagram @jupdobairro

Jup do Bairro representa muitas lutas: travesti, preta, gorda e periférica. Ela prova que, apesar das dificuldades, o talento vence. Ela atuou como educadora, palestrante, stylist, atriz, cantora, performer e produtora de eventos. É importante ressaltar que ela sempre foi autodidata. Na televisão, comanda no Canal Brasil (Globosat) o programa de entrevistas “TransMissão”, que também tem Linn da Quebrada. Seu último álbum “Corpo Sem Juízo“, é uma reflexão sobre sua realidade – que muita gente se identifica. Também cantou com Pitty na música “Busca Implacável”.

Boombeat

Foto: Gustavo Delgado

Boombeat passou por sua transição aos olhos do público. Se antes se autointitulava “bicha com maloqueira”, hoje ela é simplesmente trans. Houve um momento onde assumiu esse posicionamento. Parte do grupo Quebrada Queer, ela usou o Instagram para anunciar: “É algo que já gritava dentro de mim a anos até antes mesmo de Quebrada Queer, mas por diversos motivos pessoais, sociais e por medo mesmo, eu acabava fugindo e deixando de lado a minha verdade. E foi durante meu processo quanto artista que minha verdade gritava cada vez mais forte”, contou ela. Seu mais recente lançamento é “Bonita de Costas”.

Raquel Virgínia

Foto: Fernando Torquatto

Raquel Virgínia fez parte do trio “As Baías” até a separação em setembro do ano passado. Hoje, ela segue brilhando em carreira solo. Aos 33 anos e natural de Jabaquara (São Paulo), ela mostra que é uma cantora com um repertório rico e também é empresária, CEO da consultoria Nhaí, que idealizou uma plataforma que prepara e dá o melhor caminho a pessoas trans para os desafios do empreendedorismo.

Assucena

Foto: Fernanda Tiné

Assucena também fez parte do grupo As Baías e sua trajetória continua. Isso pode ser visto no single “Parti do Alto“, já disponível nas plataformas digitais. Ela nasceu em Vitória da Conquista na Bahia e conquistou muito, mas ainda falta. Para ela, ainda há preconceito na indústria da música. “A gente precisa provar mais para o mercado. Fica sempre aquela dúvida se fui eu quem compôs a minha música. Olham a gente de cima para baixo coisas que cis generos nao precisam passar. Artistas trans ainda não conquistaram o algoritmo para ser do mainstream”, conta Assucena Assucena em entrevista para o podcast Diálogos Profano.

Liniker

Foto: Thi Santos

Liniker é natural de Araraquara e nasceu em São Paulo em 1995. Sua potência vocal colocou seu nome com força no mundo da música desde 2015, cantando gêneros como soul, jazz e samba. Hoje, ela assume o fato de ser trans com muita personalidade. “Ser uma mulher com um pau é revolucionário. Nossa feminilidade está em várias outras coisas. Claro que são ferramentas de legitimação importantes, mas cada um tem o seu tempo“, disse ela em entrevista à Marie Claire. Ela lançou em setembro seu primeiro álbum solo, o “Indigo Borboleta Anil“, que é muito forte. Os temas giram entre o e afeto para si mesma, a própria mãe, a cachorra Claudete, a amiga Luedji Luna. Muito política, ela também fez música dedicada a Mirtes Renata Souza e ao filho dela, Miguel Otávio Santana, que morreu aos cinco anos após cair do nono andar de um prédio de luxo em Recife, enquanto estava sob os cuidados da patroa Sari Corte Real.

A travestis

Foto: atravestisoficial

A Travestis, banda comandada por Tertuliana Lustosa, é um dos poucos exemplos do pagodão baiano na indústria da música. Ela nasceu no interior do Piauí e foi criada em Salvador. Fez Bacharelado em História da Arte pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), propositalmente viajando para longe da família. Mesmo formada, teve dificuldade para conseguir emprego e chegou a ser camelô. A música, nesse ponto, parecia ser algo distante, mas foi graças ao seu trabalho que conseguiu gravar sua primeira faixa e tudo foi para frente. Agora, a tendência é crescer ainda mais.

Linn da Quebrada

Foto: Instagram @linndaquebrada

A carreira de Linn da Quebrada começou em 2016, com o lançamento da sua primeira música autoral, “Enviadescer“. A canção logo viralizou no YouTube e trouxe destaque para a artista, que lançou outros sucessos, como “Bixa Preta“. Já em 2017, Linn estava viajando pelo Brasil fazendo shows. A verdade é que Linn não se destacou apenas por ser uma grande artista. Travesti, assim que surgiu na mídia assumiu uma posição de confronto e debate dentro da comunidade LGBTQIA+, trazendo à tona assuntos que até então eram considerados tabu. Agora, ela está em visibilidade nacional como participante do BBB22.

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