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‘A curadoria vai para um lugar diferente dos festivais que aconteceram no Brasil em 2022’, diz Artur Santoro, da BATEKOO

Para além do evento, que acontece neste sábado (10), em São Paulo, a plataforma de entretenimento, empreendedorismo e culturas negras, periféricas e LGBTI+, também conta com iniciativas como a feira de empreendedorismo e a Escola B
‘A curadoria vai para um lugar diferente dos festivais que aconteceram no Brasil em 2022’, diz Arthur Santoro, da BATEKOO
Arthur Santoro é um dos representantes da BATEKOO. Foto: Divulgação

BATEKOO Festival 2022 acontece no dia 10 de dezembro, na Neo Química Arena. O evento promete mais de 12 horas de duração, com mais de 20 atrações, entre elas Ludmilla, Fat Family, Karol Conká + ÀTTØØXXÁ, Kannalha e DJ Cleiton Rasta

Para além das apresentações artísticas, o festival, que foi fundado em 2014, em Salvador, também atua como uma plataforma de entretenimento, empreendedorismo e culturas negras, periféricas e LGBTI+. A iniciativa é em parceria com a MAP Music, co-realizadora do projeto.

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Segundo Artur Santoro, porta-voz da BATEKOO, o festival foi pensado para ser uma experiência ancestral tendo como referência musicalidades periféricas, que não necessariamente estão nos topos das paradas, mas que não saem da boca e das rádios de pessoas negras ao redor do Brasil. 

“Nossa curadoria vai para um lugar totalmente diferente dos milhares de festivais que aconteceram esse ano no Brasil, pensando na nossa comunidade como um todo e contemplando as mais diversas particularidades do que é ser negro hoje. Resgatando história, identificação, afeto e ancestralidade”, explica Artur Santoro, porta-voz da BATEKOO.

Artur Santoro, porta-voz da BATEKOO. Foto: Divulgação

Além das apresentações musicais, manifestações artísticas e ciclos formativos para viabilizar a conexão entre as comunidades afro-diaspóricas. O evento tem como foco a acessibilidade, sustentabilidade, capacitação e, também, acessibilidade financeira. 

De acordo com Artur Santoro,  o diferencial é o objetivo do projeto, e um dos principais planos é tornar o festival uma celebração de culturas afro-diaspóricas a nível global, principalmente por ser uma das primeiras plataformas negras que buscam exportar a música afro-brasileira para o mundo. 

“Esse é o nosso maior projeto nesses quase 10 anos de história e vai ser o nosso principal produto para os próximos anos. A nossa expectativa é que essa seja a primeira de muitas edições e que possamos continuar fomentando a produção cultural e artística negra no Brasil e fora. A longo prazo dos organizadores é que o festival se torne itinerante, que esteja presente em diferentes cidades, apesar das dificuldades de captação de recursos para algumas regiões do país”, conta Santoro.

O evento ainda vai contar com uma  feira de empreendedorismo. Para Leonardo Moraes, porta-voz da BATEKOO, a iniciativa vai dar espaço para a produção de produtos de pessoas negras. 

“A partir de uma convocatória e processo curatorial, foram selecionadas  pessoas empreendedoras que têm feito diferença na cadeia produtiva da cultura. A feira acontecerá durante todo o festival e será composta por uma variedade de produtos que mantêm uma relação com aspectos da negrura”, diz Leonardo Moraes, porta-voz da BATEKOO.

Leonardo Moraes, porta-voz da BATEKOO. Foto: Reprodução/LinkedIn

Escola BATEKOO

Outra iniciativa da plataforma é a Escola BATEKOO, que capacitou profissionais negros e LGBTI+ pré-festival. Artur Santoro conta que a Escola B foi criada por conta da dificuldade de encontrar pessoas negras para funções específicas do mercado de música e eventos, que ainda é extremamente elitizado e branco. 

“Ao invés de se conformar com essa realidade, decidimos construir a Escola B, uma iniciativa para que, a partir dos acessos que a BATEKOO teve, possamos continuar capacitando e fomentando cursos de capacitação em produção cultural, eventos e criatividade voltadas a esses públicos. Com o festival não foi diferente: nossa grande exigência junto aos fornecedores era uma equipe 100% negra. Realizamos rodadas de capacitação junto com fornecedores para garantir que tivéssemos a equipe o mais próximo possível desta porcentagem. Nossa proposta com isso é que a partir desses fomentos de capacitação consigamos ter um banco de talentos que será utilizado por nós, e por estes fornecedores, em outros eventos que atendem, possibilitando assim fazer essa roda e essa renda girar entre os nossos”, conta Artur.

Leonardo Moraes ainda explica que a Escola B, ao longo de 2022, desenvolveu processos formativos centrados na produção cultural.

“Para o festival, a capacitação para as pessoas tratou de questões de segurança, bem estar, acessibilidade e comunicação, com o objetivo de assumir uma responsabilidade assertiva com os públicos que participarão do evento. Compreendemos que esta iniciativa abre caminhos para realização de capacitações para outros universos, principalmente pela BATEKOO obter expertises dentro do seu portfólio de ações, que advém das relações artísticas e culturais’, finaliza Leonardo.

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