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Curadoras do Festival Sarará buscam equidade feminina nos palcos

Mônica Brandão e Carol de Amar, curadoras do Festival Sarará | Fotos: Divulgação

A busca por dar visibilidade e equidade para artistas mulheres nos palcos do Festival Sarará foi o objetivo principal da curadoria feita por Mônica Brandão e Carol de Amar para a próxima edição do evento, prevista para 2022. “Queremos trazer para a linha de frente o que já fazemos no backstage desde a primeira edição”, revela Carol, diretora artística do festival.

Após ter sido adiada a edição prevista para este ano, com o avanço da vacinação, o evento revelou os primeiros nomes que compõem o line-up de sua oitava edição, marcada para o dia 27 de agosto de 2022, na Esplanada do Mineirão.

Esta será uma edição muito aguardada, já que marcará o retorno do Festival pós-pandemia. Em entrevista ao POPline.Biz é Mundo da Música, as curadoras revelaram que tiveram um “peso maior” para preparar uma grade que fosse impactante e fizesse jus ao momento tão importante.

Para Carol, a responsabilidade não está só em construir uma programação que supra as expectativas, “mas também rola um pouco de autocobrança junto com a vontade de propor uma experiência transformadora – para todos os envolvidos – depois de tanto tempo sem poder fazer esses encontros acontecerem”.

Já para Mônica, coordenadora de conteúdo musical (Canais Multishow e BIS) e que está assinando a curadoria pela primeira vez do festival, esta edição terá um peso ainda maior. “Além de ser a volta dos eventos, é a minha estreia na curadoria deste Festival que eu sempre admirei. Eu e Carol estamos muito felizes de ver as nossas ideias finalmente saírem do papel, e estamos muito animadas que conseguimos reunir nomes de peso em encontros exclusivos”.

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Curadoria

A programação, que lista apresentações solo e também encontros musicais – marca registrada do Sarará –, conta com os shows de Zeca Pagodinho (que estreia no circuito de festivais que não são totalmente voltados ao samba), Pabllo Vittar, Elza Soares convida Luedji Luna e Rebecca, BaianaSystem convida Margareth Menezes e Black Alien, Gilsons, FENDA, Marina Sena e Nath Rodrigues.

Zeca Pagodinho, Elza Soares, BaianaSystem e Pabllo Vittar | Fotos: Divulgação/Reprodução

Definido como um “festival de sentir”, o Sarará apresenta uma curadoria com um olhar atento às narrativas diversas dentro da música e da sociedade, predominando vozes de artistas negros e de mulheres.

“Ao longo de mais de 15 meses no processo de curadoria, acredito que conseguimos chegar nos nomes e artistas que melhor representam – de forma genuína – o que o Festival propõe de reflexão e propósito para edição de 2022, que está muito pautada no protagonismo feminino, equidade, diversidade e qualidade sonora”, diz Carol.

E completa: “A música brasileira por si só é muito diversa, o que nos traz muitas possibilidades. E para além da música, precisamos estar atentas ao que os artistas são, acreditam e representam, pois isso naturalmente reflete no nosso propósito e na diversidade que buscamos desde a primeira edição através de nomes que estão muito alinhados com as causas que precisamos movimentar e ao mesmo tempo que tenham potencial para fechar a conta”.

Programação

A pluralidade da representatividade se entrelaça aos vários ritmos que ganham destaque na programação. Além de abraçar sonoridades que vão do samba de Zeca Pagodinho ao funk de Rebecca, da MPB de Elza Soares e Gilsons ao rap de Black Alien e Fenda, os palcos do Sarará ainda contarão com coletivos de festas.

A Original Sundays traz sua curadoria conhecida por mergulhar na música jamaicana e no rap; o coletivo BATEKOO, autoridade quando o assunto é cultura urbana, negra e LGBTQIA+, também integra o line-up; a Sábado Rosa, festa popular por suas programações diurnas, e o Lá da Favelinha, grupo nascido no centro cultural de mesmo nome, localizado na maior comunidade de Belo Horizonte (o Aglomerado da Serra), completam esse primeiro anúncio.

Batekoo faz parte da grade do Festival Sarará, em 2022 | Foto: Divulgação

Alguns nomes da programação ainda não foram revelados, mas garantem que, mesmo tendo a parte artística bem definida, ainda estão “quebrando a cabeça” para conseguir agregar e confirmar os nomes que estão no radar e “fazemos muita questão de ter com a gente”.

“Se pensarmos que ainda temos 1 ano de espaço até o Festival, precisamos ter pautas interessantes para mantermos a proximidade e conexão com o público até lá, e nesse caminho, muita coisa pode acontecer, novos artistas e possibilidades podem surgir e vamos buscando brechas para viabilizar essas oportunidades se couber”, desta Carol.

Os ingressos para o Festival Sarará já estão disponíveis, a partir de R$ 70, e podem ser adquiridos pela plataforma Sympla.

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