Dave Grohl só teve uma alternativa: “fazer tudo de novo” após a morte de Kurt Cobain. Após passar a questionar a própria identidade e ações depois da perda do amigo, coube ao baterista se reinventar. Mas não sem antes passar por uma experiência salvadora.
“Depois que Kurt morreu, eu realmente não conseguia sequer ligar o rádio e deixei os instrumentos de lado. Ouvir música doía”, disse Grohl à BBC Radio 4 em uma entrevista recente. “E foi assim por alguns meses. Eu ainda estava em Seattle e sentia: ‘Tenho que sair’. [Tinha que] ir a algum lugar onde pudesse simplesmente desaparecer, organizar minha vida e tentar descobrir o que fazer na sequência”.
Grohl decidiu explorar a rota turística de 180 quilômetros do Anel de Kerry, no sudoeste da Irlanda.
“Eu estava serpenteando por essas estradas rurais – tão bonitas – e estava encontrando alguma paz. Na busca por uma carona, encontrei uma pessoa e vi que ele tinha uma camiseta do Kurt. E para mim isso significava: ‘Você não pode fugir da sua história. Então é hora de virar a página e encontrar algum tipo de continuação’. Então, voltei para Seattle e imediatamente comecei a gravar as primeiras músicas do Foo Fighters”, conta Grohl.
Na verdade, Grohl já escrevia algumas músicas em seus tempos com o Nirvana. Kurt o incentivou após ouvir algumas demos básicas. “O que acontece é que quando voltei para Seattle, eu ainda não sabia para que aquelas músicas serviriam. Eu não estava em uma banda e estava gravando coisas caseiras sozinho, com a intenção de apenas dar fitas cassete para meus amigos. Mas eu tive que fazer isso para sobreviver, para seguir com a vida. E estou feliz por ter feito isso”, finaliza Grohl.
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