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Charli XCX adianta sonoridade do próximo disco e quer colaborar com MC Bin Laden

Foto: @charlixcx Instagram

Charli XCX atendeu o POPline na primeira quinta-feira deste mês. Ela estava cansada, como confessou antes da entrevista começar. Havia acabado de chegar de Nova Iorque, onde participou do The Tonight Show, um dos talk-shows mais relevantes dos Estados Unidos.

Na atração, comandada por Jimmy Fallon, a cantora britânica fez uma performance arrasadora e causou grande impacto na sua comunidade de fãs, que só falava sobre isso no dia seguinte. “Para ser sincera, eu sempre acho programas de televisão bem difíceis de se fazer”, confessa mais uma vez.

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Charli explica que, para apresentações ao vivo, gosta de criar uma atmosfera na qual pode se perder, o que nem sempre é possível em gravações para a televisão. “Meus shows ao vivo são mais sobre criar uma atmosfera, a celebração, a energia e estar entregue ao momento. Eu não sei, eu me jogo, fico louca”, explica. “Em programas de TV eu estou mais exposta, é meio que o oposto de quando eu faço shows ao vivo”, complementa, dizendo também que está gostando de explorar uma nova faceta em performances como a que fez no programa de Fallon.

Para aquela ocasião, ela escolheu cantar o seu single mais recente, chamado “Good Ones”. Quando lançada, a música e sua estética surpreenderam os seguidores da artista. A mudança na sonoridade e nas escolhas visuais de Charli foram bem recebidas. “Se as pessoas estão esperando algo de mim, eu não quero fazer isso”, explica a artista.

Charli XCX
Foto: @charlixcx Instagram

Soando mais clássica do que em trabalhos anteriores, nos quais explorava um tipo de glitch/electropop, a artista explica que ela e seus colaboradores estavam trabalhando com uma sonoridade há anos e se tornaram excelentes em desenvolver esse tipo de música. “Sinto que nós realmente nos aprimoramos e nos tornamos especialistas em criar músicas e sons dentro deste panorama”, analisa Charli.

Apesar de dizer que ama seus trabalhos anteriores, ela diz que havia uma expectativa para que ela produzisse mais coisas do tipo. “Houve uma vontade de mudarmos o som de forma bastante drástica, porque não era isso que as pessoas esperavam que eu lançasse. Eu também acho que gosto de provar que eu posso navegar em diferentes sonoridades e gêneros que se destacam da música pop, da composição pop”, explica. “Eu queria fazer algo bem clássico porque o pop é onde meu coração vive”, complementa a cantora.

Foto: @charlixcx

Para Charli, apostar em um pop mais “clássico” e, consequentemente, mais radiofônico foi uma transição natural, embora as pessoas esperassem que ela fosse para a direção oposta. “Eu provavelmente vou em algum momento, mas agora eu quero soar mais clássica”, diz a cantora.

A música ganhou um ousado registro visual dirigido por Hannah Luz Davis. A ideia de trazer uma atmosfera sexy, vampiresca e empoderada para um videoclipe de funeral não era nova. Charli disse que passou um tempo desenhando o roteiro em sua cabeça. Entre as referências citadas, estão as obras do diretor de cinema italiano Dario Argento, além dos filmes B.

“Eu não estava com medo porque eu realmente demorei e me esforcei muito na criação deste videoclipe, mais do que em qualquer outro”, disse a cantora sobre a ousadia da produção. “Eu estava, na verdade, bem confiante quando nós filmamos ele – mesmo sendo bem diferente dos que fizemos antes – de que meus fãs iriam entender porque eu acho que é hora de eu ser a versão mais pop de mim e eu acho que eles meio que sabem disso de qualquer forma”, respondeu a cantora de 29 anos.

Para quem tinha dúvidas sobre a sonoridade do próximo disco da artista, ela adianta que ‘Good Ones’ é um bom exemplo da linha melódica do projeto e sintetiza bem a ideia do álbum. “Acho que ‘Good Ones’ segue a linha do som dos anos 80 e isso é definitivamente encontrado em todo o álbum, não apenas no aspecto da produção, mas liricamente, visualmente”, explicou a artista. “É meio interessante pois foi aí que comecei com meu primeiro álbum ‘True Romance’ que tinha linhas bem oitentistas e eu estava ouvindo muito Kate Bush, Martika e T’Pau, observa XCX. “Acabamos de volta ao mesmo estado de espírito”.

Dawn of Chromatica

Charli foi uma das primeiras artistas confirmadas no “Dawn Of Chromatica”, disco de remixes do último álbum pop de Lady Gaga. Ela participa da reimaginação da música “911”. O mesmo projeto conta com a brasilidade de Pabllo Vittar na faixa “Fun Tonight”. Questionada sobre quais eram suas músicas preferidas do disco original, Charli respondeu que ama “Alice” e “Free Woman” (chegando a cantarolar a ponte da música durante a entrevista) e que gosta de “911” e “Rain On Me” também.

No disco de remixes, ela cita as versões de Doss (“Enigma”), Ashnikko (“Plastic Doll”) e Rina Sawayama (“Free Woman”) como as suas prediletas. Sobre a participação da drag queen brasileira no disco ela define: “Um clássico. Eu amo que Pabllo está no disco. Eu amo tudo que Pabllo faz e nós colaboramos, algumas vezes agora. Eu acho que todo o álbum de remix foi legal porque todos os meus amigos estão neste disco e foi legal porque era como se a Gaga quisesse curtir com a gente, isso foi muito legal”, complementou Charli.

Colaborações com brasileiros

Questionada sobre artistas brasileiros com os quais gostaria de colaborar, a cantora disse que adoraria colaborar com Vittar novamente. “Eu sinto que ela é tão icônica e arrasa com todas as músicas que ela faz”, elogia. “Eu também gosto muito do Mc Bin Laden, revelou Charli. “Você conhece ele?”, questiona a cantora. “Eu acho ele muito irado e eu também gosto do Mc Pikachu. Eu ouço muito Mc Bin Laden, eu gosto ‘Bololo haha’ (…) O vídeo é muito bom, a produção [da faixa] é muito maluca”, disse Charli, antes de lembrar que o funkeiro brasileiro já colaborou com Tommy Cash, de quem é amiga.

Os fãs também podem esperar por colaborações especiais no sucessor de “how i’m feeling now”, ainda sem data de lançamento confirmada. Ela contou que há algumas parcerias no projeto e que está deixando pistas online.