O escritor Luke Jennings, autor de “Codename Villanelle”, livro que inspirou a série “Killing Eve”, odiou o fim da última temporada. Em entrevista ao The Guardian, Jennings disse que o programa caiu no senso comum de punir personagens lésbicas.
“O final da 4ª temporada foi uma reverência à convenção. Uma punição de Villanelle e Eve pelo caos sangrento e eroticamente impelido que causaram”, explicou o autor.
Leia mais:
- Roteirista defende final polêmico de “Killing Eve”
- Atriz de “Bridgerton” foi aconselhada a esconder que é lésbica
- Quem é Evelyn Hugo, que vai virar filme na Netflix?
- Clara Alves, de “Conectadas”, comemora nº1 na Amazon com livro novo
“Um enredo verdadeiramente subversivo teria desafiado o tropo que vê amantes do mesmo sexo em dramas de TV permitidos somente em relacionamentos mais fugazes antes que um deles seja morto (a morte de Lexa em ‘The 100’, imediatamente após dormir com seu interesse amoroso feminino pela primeira vez, é outro exemplo). Quanto mais sombriamente satisfatório e fiel ao espírito original de ‘Killing Eve’ seria o casal caminhar juntos para o pôr do sol? Alerta de spoiler, mas foi assim que me pareceu ao escrever os livros”, comenta Luke Jennings.
Alerta de spoiler!
O final de “Killing Eve” trouxe a morte de Villanelle (Jodie Comer), uma das protagonistas. O último episódio dava a entender que ela e Eve (Sandra Oh) viveriam “felizes para sempre”, mas isso não se concretizou. Villanelle é baleada por um atirador misterioso dentro d’água. Eve tenta alcançá-la, mas não consegue.
O fim de “Killing Eve”, inclusive, contrariou as conversas iniciais de Luke Jennings com a criadora da série Phoebe Waller-Bridge. “Quando discutimos o personagem de Villanelle pela primeira vez há cinco anos, concordamos que ela era definida pelo que Phoebe chamou de ‘sua glória’: sua subversividade, seu poder selvagem, sua insistência em coisas adoráveis”, lembra.
“Essa é a Villanelle que eu escrevi, que Phoebe transformou em uma personagem na tela, e que Jodie [Comer] fez tão gloriosamente”, completa.