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Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm, diz que viralizar não é bom para o artista: ‘Pior coisa que pode acontecer’

A declaração foi dada no podcast Bulldog Show na noite de terça-feira (30)
Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm Brasil. Foto: Divulgação

O podcast Bulldog Show, apresentado por Tuka Carvalho, recebeu Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm no Brasil, na noite desta terça-feira (30). 

Com larga experiência no mercado da música, o também professor de pós-graduação em Negócios da Música e Marketing e colunista do POPline.Biz é Mundo da Música disse que a construção de uma carreira a longo prazo é o ideal para obter sucesso e surpreendeu ao afirmar que viralizar não é bom para o artista.

“Hoje você tem poucos artistas preocupados em construir uma carreira a longo prazo, porque todo mundo quer um resultado imediato. Existe uma plataforma como o TikTok que entrega o resultado imediato em dois, três dias e você vira o maior sucesso do mundo, mas em três dias, ninguém lembra de você. Essas plataformas, pra mim, são perigosíssimas. Tanto que eu falo: ‘olha, não construa seu plano de marketing baseado nisso. Construam sempre a longo prazo’. Se você for fazer alguma coisa que a pessoa for lembrar daqui a três meses, sim. Dois, três dias, não. Aí você mata o artista”, disse Arthur Fitzgibbon.

Arthur Fitzgibbon, presidente da ONErpm Brasil. Foto: Divulgação

“Viral é a pior coisa que pode acontecer para um artista, porque vai entregar números estratosféricos, ele vai achar que aquilo é uma normalidade, mas na verdade é uma anormalidade”, completa Arthur.

Ao ser questionado sobre o que o artista não pode ter para entrar no casting da ONErpm, Arthur foi enfático: “Ele não pode estar cometendo uma fraude”.

“Ele não pode estar cometendo uma fraude. A gente tem um sistema que na hora que o artista sobe o áudio, é feito uma varredura no momento do upload para ver se alguém já não distribui. E tem sempre um monte de malandro aí, tá?! Ele não pode cometer fraude, nenhum processo de crime, não pode falar coisas que são agressivas ou que vão ofender determinada comunidade, não pode lançar uma música que não tem autorização… Esse tipo de coisa.”

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Em uma geração com lançamentos focados no refrão, o executivo é questionado sobre como os consumidores de música vão criar uma memória afetiva nas músicas de hoje em dia. Arthur aponta que essa questão se trata de “experiência da audiência”

“Isso é experiência da audiência. Encurtou-se o ciclo de vida da música. Dentro do marketing tem um estudo chamado ‘ciclo de vida do produto’, que passa por 4 etapas: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Antes uma música para passar por esse processo, que levava dois anos, três anos até chegar à maturidade e começar a cair. Hoje, dura semanas, dias, às vezes. Mesmo assim ela bate uma maturidade. A música quando chega nessa maturidade tem que entregar alguma experiência para o consumidor e vai ter música que entrega”. 

O presidente da ONErpm Brasil ainda lembra da música ‘Beijinho no Ombro’, de Valesca Popozuda. Lançado há 10 anos, em 2013, de acordo com Arthur o hit já tinha  esse ciclo de vida do produto mais acelerado. No entanto, ele pontuou que todo mundo ainda ouve e lembra da referência. 

“Vai existir isso daqui para frente, mas com uma quantidade maior e com um curto período de vida. Mas isso nunca vai deixar de existir, é um dos princípios do marketing a ser trabalhado. Então, as pessoas que lançam música hoje tem que entender que existe ciclo de vida”, finaliza.

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