Há quase 5 horas fora do ar, em uma instabilidade histórica, o grupo Facebook já sente o reflexo negativo desse efeito na Bolsa de Valores. As ações da empresa de Mark Zuckerberg registravam queda de 5,83% às 15h03 desta segunda (4). O Nasdaq, índice da Bolsa americana composto por ações de empresas de tecnologia, recuava 2,38%.
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De acordo com informações da Folha de S.Paulo, o mercado americano opera em viés de baixa devido à possível antecipação para 2022 de um ciclo de alta nos juros básicos do país em resposta à inflação gerada pela escalada de preços de energia no mundo e pela quebra das cadeias de suprimento durante a pandemia.
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Em seu perfil oficial no Twitter, o Facebook retweetou a publicação do CTO Mike Schroepfer que diz: “Sinceras desculpas a todos os afetados por interrupções nos serviços do Facebook no momento. Estamos enfrentando problemas de rede e as equipes estão trabalhando o mais rápido possível para depurar e restaurar o mais rápido possível”, afirma a publicação.
*Sincere* apologies to everyone impacted by outages of Facebook powered services right now. We are experiencing networking issues and teams are working as fast as possible to debug and restore as fast as possible
— Mike Schroepfer (@schrep) October 4, 2021
Pressão e instabilidade para o Facebook
A queda generalizada ocorre em um momento de pressão para a empresa. Desde o começo de setembro, o Wall Street Journal tem publicado reportagens baseadas em documentos internos do Facebook que o jornal afirmava ter recebido.
A ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, de 37 anos, trabalhou como gerente de produtos na companhia e era responsável por projetos relacionados com eleições. Ela revelou sua identidade como fonte para o Wall Street Journal ontem (3) em entrevista à emissora americana “CBS News” durante o programa “60 Minutes”.
Com as declarações de Haugen, o veículo sustentou, por exemplo, que a companhia estava ciente desde 2019 de que o Instagram, rede social da qual é dona, é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes. E os documentos também indicavam que o Facebook protegia celebridades das regras de conteúdo, que a empresa sabia que o Instagram é “tóxico” para os adolescentes e que a resposta da empresa às preocupações dos funcionários sobre o tráfico de pessoas foi muitas vezes “fraca”.
O Facebook reagiu às reportagens do “Wall Street Journal”. Nick Clegg, vice-presidente de relações globais do Facebook, publicou uma série de tuítes em 18 de setembro apontando o que chamou de “caracterizações errôneas” das matérias.
The @WSJ series raises serious & complex issues. It’s absolutely legitimate for Facebook to be held to account. But it contains deliberate mischaracterizations of what we are trying to do & confers egregiously false motives to our leadership & employees. https://t.co/mwd8tlXFbO
— Nick Clegg (@nickclegg) September 18, 2021
Segundo ele, as alegações de que o Facebook ignoraria de forma deliberada e sistemática pesquisas inconvenientes são “falsas”. A rede também disse que os documentos vazados foram divulgados ao público “sem contexto” o suficiente e decidiu publicar os materiais com “anotações”.
Em comunicado para o site g1, o Facebook disse que: “Todos os dias, nossas equipes trabalham para proteger a capacidade de bilhões de pessoas de se expressar abertamente e, ao mesmo tempo, manter nossa plataforma um lugar seguro e positivo. Continuamos a fazer melhorias significativas para combater a desinformação e conteúdo prejudicial em nossos serviços. Sugerir que encorajamos conteúdo nocivo e não fazemos nada a respeito simplesmente não é verdade“.