A Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) fez um estudo sobre o faturamento com música gravada no Brasil. Nele, é apontado que o país não está no recorde de arrecadação do mercado. No entanto, ainda se mantém importante, com cerca de 40% no país.
Segundo a ABMI, o mercado de assinaturas de plataformas de música no Brasil ultrapassou pela primeira vez os 20 milhões de assinantes em 2022 e o Spotify segue como plataforma líder, ampliando sua participação no mercado no ano passado.
O estudo aponta que a participação dos independentes caiu em 2021, comparado com 2020. A compra da Som Livre pela Sony provavelmente influenciou neste resultado.
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A tabela com o faturamento com música gravada traz dados de 1999 a 2022 com valores corrigidos pela inflação do período. Em vermelho, constam os valores históricos do gráfico da IFPI do mês passado. Já em azul, os valores são corrigidos pela inflação em dólares. A parte amarela é a previsão de rendimento feita pela Goldman Sachs no relatório “Music in The Air” para 2030.
Segundo Carlos Mills, presidente da ABMI, que apresentou o estudo em um painel do Rio2C, disse que a participação dos independentes ainda se mantém importante, embora tenha diminuído nos últimos anos no Brasil.
“A participação dos Independentes diminuiu nos últimos anos no Brasil. Entretanto, se mantém importante, com cerca de 40% (contra uma média global de cerca de 30%)”, afirma Carlos Mills, presidente da ABMI.
Ainda de acordo com Mills, diante dos relatório da Pró-Música e IFPI deste ano, é possível observar que o negócio da música gravada segue em crescimento sustentado.
“O negócio da música gravada segue em crescimento sustentado, apesar do cenário econômico cheio de incertezas, com inflação alta e guerra na Europa. Isso indica que as plataformas de streaming de áudio, até pelo preço menor em comparação com as plataformas de vídeo, são resilientes e a tendência é que o crescimento continue nos próximos anos. Ainda falta bastante espaço para atingir o chamado ‘ponto de saturação’, em especial nos países em desenvolvimento”, destaca Carlos Mills.
Ele ainda afirma que a ABMI está em busca de financiamento para realizar novas pesquisas. As anteriores, foram financiadas por entidades de fora do Brasil.
O relatório da Goldman Sachs
No relatório da Goldman Sachs, o aumento das previsões da música gravada para 2030 em 16% com preços aprimorados e maior monetização de plataformas emergentes. Os números globais de música gravada em 2021 ficaram 11%.
O documento ainda aponta que a IFPI divulgou no Relatório Global de Música de 2022 no início deste ano, relatando um ano recorde de crescimento para o mercado global de música gravada, um aumento de 18,5% no comparativo anual, para US$ 25,9 bilhões em 2021, que ficou 11% acima das expectativas anteriores.
Ainda consta no relatório da Goldman Sachs que o streaming financiado por anúncios apoiado pelas iniciativas de preços bem-sucedidas tomadas em 2021, que levaram a uma estabilização do ARPU (média de receita por usuário) de streaming global, bem como a uma maior diferenciação entre os principais serviços de streaming.
No documento, é previsto US$ 45,8 bilhões em 2030, em comparação a US$ 42,8 anteriormente em uma base bruta e US$ 24,3 vs. em 32% em 2030 para atingir US$ 33,7 bilhões/US$ 16,5 bilhões (bruto/líquido), após um crescimento mais forte do que o esperado em 2021 e, à medida, que é apresentado estimativas detalhadas sobre fluxos de receita emergentes de plataformas como TikTok, YouTube Shorts e Instagram. Espera-se que as plataformas respondem por 40% das receitas financiadas por anúncios até 2030 (de 30% em 2021) e 12% da receita global de música gravada (de 5% em 2021).
Já o formato físico, o relatório afirma que, devido ao forte desempenho em 2021 e à melhoria da mudança de mix para vinis, que registra 15 anos de crescimento consecutivo. A estimativa, ainda segundo o relatório, é que as receitas caiam 7% em relação ao ano anterior em 2022 (-13% antes) e para um declínio médio de um dígito a partir de um declínio de dois dígitos por ano nos próximos anos.