O documentário “A Noite Que Mudou o Pop”, novidade na Netflix, revela por que alguns dos nomes mais quentes dos anos 1980 – Madonna e Prince – ficaram de fora da icônica gravação de “We Are the World”. O filme, dirigido por Bao Nguyen, traz imagens inéditas dos bastidores da criação da música e depoimentos exclusivos que contextualizam as negociações para reunir o time estelar de intérpretes.
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O que foi “We Are The World”
Lançada em 1985, a música “We Are The World” tem composição de Michael Jackson e Lionel Richie, com produção de Quincy Jones. A canção foi idealizada por Lionel para ajudar a combater a fome na África. O intuito era reunir um grande time de artistas para arrecadar fundos para caridade. Deu certo: foram vendidas mais de 20 milhões de cópias do single.
Para conseguir fazer isso, o time aproveitou uma noite do American Music Awards, quando muitos artistas estariam em Los Angeles, para direcioná-los juntos para um estúdio fonográfico. Além de Michael e Lionel, participaram Stevie Wonder, Paul Simon, Kenny Rogers, James Ingram, Tina Turner, Billy Joel, Diana Ross, Dionne Warwick, Willie Nelson, Al Jarreau, Bruce Springsteen, Kenny Loggins, Steve Perry, Daryl Hall, Huey Lewis, Cyndi Lauper, Kim Carnes, Bob Dylan, Ray Charles, Dan Aykroyd, Harry Belafonte, Lindsey Buckingham, Mario Cipollina, Johnny Colla, Sheila E., Bob Geldof, Bill Gibson, Chris Hayes, Sean Hopper, Jackie Jackson, La Toya Jackson, Marlon Jackson, Randy Jackson, Tito Jackson, Waylon Jennings, Bette Midler, John Oates, Jeffrey Osborne, Anita Pointer, June Pointer, Ruth Pointer e Smokey Robinson.
O caso de Prince
Prince participou do American Music Awards e foi convidado para se juntar aos demais no estúdio, mas ele não quis. O documentário mostra que Quincy Jones havia, inclusive, separado um verso na música especialmente para ele. Mas Prince não quis ir ao estúdio, porque havia muita gente, e sugeriu gravar uma colaboração em guitarra separadamente, o que também não foi aceito.
Até o último momento, torceram para que Prince mudasse de ideia e aparecesse para gravar seus vocais. Lionel Richie chegou a convidar para a música uma cantora que trabalhava com Prince, Sheila E., só para tentar atrair o astro para o estúdio. Mas Sheila foi embora quando entendeu a situação. “Eu sabia que ele não apareceria, porque era muita gente”, Sheila E. diz no documentário.
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A expectativa pela participação de Prince era ainda maior porque seria um grande marketing reunir ele e Michael Jackson em uma mesma faixa. Os dois tinham uma disputa conhecida pela coroa do pop na época. Mas ele não apareceu no estúdio e seu verso foi direcionado para Huey Lewis.
O caso de Madonna
Diferentemente de Prince, Madonna sequer foi convidada para “We Are the World”. Ela também estava em Los Angeles para o American Music Awards, mas foi preterida por Cyndi Lauper no projeto humanitário. As duas eram concorrentes e o empresário de Lionel Richie, Ken Kragen, achava Cyndi melhor. Com isso, ela entrou e Madonna ficou de fora.
A cantora, que tinha somente dois álbuns lançados na época e ainda não era a rainha do pop, aparece brevemente no documentário, em uma cena do tapete vermelho do American Music Awards. Assim como toda a imprensa, Madonna estava ligada que muitos artistas se reuniriam naquela noite para uma gravação secreta. Mas ela não pôde participar.
O curioso é que quase que “We Are the World” ficou sem Madonna e sem Cyndi Lauper. Horas antes da gravação, Cyndi confidenciou a Lionel Richie, nos bastidores do American Music Awards, que não queria mais participar. O namorado dela havia ouvido a ‘demo’ e dito que aquilo nunca faria sucesso, o que a desanimou. Mas Lionel pediu que ela reconsiderasse, e ela acabou indo para o estúdio.