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Wanessa Camargo desabafa sobre ser mulher na indústria da música, concorrência imposta com outras cantoras e objetivação


Assim como outras cantoras, Wanessa Camargo também se pronunciou sobre o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Com um super textão no Facebook, a cantora desabafou sobre sua luta no início de carreira, as acusações de só ter conquistado o sucesso devido ao pai, a objetivação e a competição imposta com outras cantoras da sua geração.

“Quando comecei a trabalhar, aos 17 anos, foi a primeira vez de fato que eu me senti ofendida como uma mulher; a primeira vez que eu fui afetada pelo machismo. (…) Quando aquela menina despontou para o sucesso, todo o seu trabalho árduo e diário foram colocados nos ombros de um homem – na época, o meu pai. ‘Ela faz sucesso por causa do pai’, ‘Se não fosse ele, ela não teria uma carreira’. Por muitos anos, questionei se isso era verdade. Mesmo assim, eu estava tão feliz por fazer o que eu amava”, lembrou.

“Eu tinha colegas mulheres de trabalho que estavam na mesma vida que a minha, então eu sempre olhava para elas e assim sofrer menos com o que falavam, eu pensava nelas como minhas parceiras, colegas, amigas – mas logo deram um jeito de, midiaticamente, me colocar contra algumas destas outras mulheres. Por qual motivo nós tínhamos que ser concorrentes?
Eu as admirava tanto! Por causa disso, fui me distanciando das pessoas que eu admirava e queria por perto – eu senti medo, receio. Talvez, sem perceber, acreditei mais uma vez que fosse verdade. Eu não percebia, mas fui me tornando uma mulher mais insegura, deprimida”, comentou sobre a imposição da mídia que por anos a colocou em uma “briga” com Sandy e outras artistas da sua idade.

Wanessa disse ainda que um dos momentos mais difíceis foi quando sua privacidade “lhe foi arrancada e estampada nas capas de todas as revistas do país”. “E por causa de uma delas, eu perdi um contrato ao qual eu trabalhei tanto para conseguir”, disse. “A grande maioria do que saia na época me feria como pessoa e como mulher. Externamente eu me via obrigada a celebrar, mas por dentro eu estava gritando. O que eu poderia fazer? Não desfrutar da minha juventude? Mesmo assim, me senti objetivada”, comentou.

Wanessa terminou seu depoimento no Dia da Mulher, lembrando a todos que luta por cada espaço que conquista: “eu crio. Eu negocio. Eu faço acontecer – assim como qualquer homem. O meu trabalho e o meu sucesso aconteceu e acontece por minha causa. Eu não sou a mulher maravilha, mas eu tenho o meu valor. Se eu pudesse enviar uma mensagem para a minha antiga eu, eu diria para ser forte e gritar alto diante de todo o machismo que apareceria em seu caminho”.

Confira o depoimento na íntegra aqui.