Não é segredo (e espanto) pra ninguém que MC Pipokinha é dona de um perfil em um site de conteúdo adulto, no entanto, alguns internautas ficaram chocados com o que viram nesta quarta-feira (8)… É que alguns deles descobriram a existência de vídeos da funkeira em um site pornô em que ela se apropria de trejeitos e elementos infantis em cenas de teor sexual, algo do tipo “pai e filha”. Em uma semana tão conturbada como tem se apresentado sua imagem, a autointitulada “Rainha da p*taria” se envolve em mais uma polêmica e divide opiniões…
Foto: Instagram/@pihrainha
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“Levei a MC Pipokinha para conhecer o motel” e “Amigas gostosas em brincadeiras suspeitas! MC Pipokinha e MC Bekinha” são os títulos dos vídeos antigos resgatados. Neles, Pipokinha encarna o “papel” de menina inocente, ingênua e que aparenta não ter total convicção da situação em que se insere nem do que está fazendo.
Uma seguidora me mandou e eu custei a acreditar, até que fui ver.
Em site de pornografia tem vídeos da MC Pipokinha sexualizando ao extremo trejeitos infantis (voz, roupa, adereços e simulação de inocência”)
Em um dos vídeos o “pai” dela leva ela ao motel pic.twitter.com/cyPcwBw40s
— Levi Kaique Ferreira (@LeviKaique) March 8, 2023
Esse estereótipo de “menina bobinha” é endossado através de elementos e adereços infantis, como um pijama com estampa de Minnie (personagem da Disney), maria-chiquinha e xuxinha no cabelo e até uma chupeta que ela chega a colocar na boca em uma das cenas.
Nos vídeos em questão, não há qualquer cena de sexo entre os envolvidos, porém Pipokinha simula sexo oral com um pênis de borracha em um momento. Há, nitidamente, um contexto de “daddy” (pai, em inglês) que decide levar a “filha” para conhecer o motel (como traz o título de um dos vídeos), e se pode sentir toda uma atmosfera sexual entre eles.
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Quem consome e se permite explorar diferentes categorias de conteúdo pornográfico (ou que estuda sobre o assunto) sabe que se encontra, aos montes, conteúdos desse tipo, em que duas ou mais pessoas simulam uma relação de atmosfera sexual em que lidam como se tivessem idades diferentes das que realmente têm.
Ageplay é o nome que se dá à essa prática, sendo essa uma espécie de categoria de BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo). Aqui, costuma predominar uma inversão de papeis, em que as pessoas envolvidas podem “interpretar” crianças e até bebês, e utilizar de elementos que remetam a essas fases da vida. Trata-se de uma prática que tem a ver com sentir prazer em dominar e/ou ser dominado. Nesse contexto, costuma-se utilizar termos como “daddy” e “mommy”, e diversos elementos, de chupeta à fralda.
É isso o que argumenta aquela fatia de pessoas que vem defendendo MC Pipokinha no caso. Dizem que a funkeira não deve ser condenada por uma prática que é comum no âmbito sexual e das fantasias eróticas.
Em contrapartida, o envolvimento da MC nos vídeos não só não agradou como chocou a maioria dos internautas que expuseram suas opiniões. Eles defendem a ideia de que, com a visibilidade e proporção que ela tem ganho na mídia ultimamente, ainda que em cima de polêmicas na maior parte do tempo, Pipokinha não devia trazer essa influência a seu público, composto por adolescentes e menores de idade.
Alguns deles argumentam que uma parcela dos jovens que consomem o conteúdo da funkeira pode não ter o discernimento de compreender a prática do ageplay, e acabar por desembocar em uma normalização da sexualização infantil.
Veja os comentários:
Não devemos problematizar a infantilização de pessoas adultas e sim a adultificação de menores de idade que aliás tá acontecendo a rodo no Brasil atualmente pic.twitter.com/kia8yB9OTX
— (@Atnosxoxo) March 8, 2023
Uma coisa é a infantilização de adultos como o Lucas Neto que faz conteúdo para crianças, e não a infantilização de adultos para conteúdo PORNOGRÁFICO como essa daí tá fazendo
— j̷a̸¡̷r̶o̸ (@jairo_cjr) March 9, 2023
A pipoquinha e a Juliana bonde são só sintomas de uma sociedade extremamente adoecida. Quando percebi isso nas duas de início fiquei com "revoltada" só com elas mas olha o engajamento desse tipo de vídeo, desse tipo de conteúdo que vcs vão ver que o buraco é mais embaixo
— Santaninha (@ruamelevar) March 8, 2023
Por mais que nossa geração também tenha crescido em meio a coisas duvidosas e inapropriadas para nossa idade, o acesso hoje é infinitamente maior e sem filtro ou discussão sobre
— Laris (@LariiCampos4) March 8, 2023
Caralho, eu devo ser um idoso de 97 anos torcedor do Botafogo. Não faz sentido na minha cabeça esse papo de “ageplay é de boas, fetiche como qualquer outro”
— kelvis (@SRomantizado) March 8, 2023
Tanto espaço, que minha filha de 11 anos sabe quem é ela. Viu na internet? Não! As crianças estão falando dela na escola!
— Gab (@mrtnsgabi) March 8, 2023
Isso é doentio, vivemos num país em que 100 crianças são abusadas por dia, ano passado 4 mil denúncias foram registradas! E o pior é que as pessoas ainda vão continuar dando palco porque ela é “engraçada”. Isso não faz sentido pra mim, por que ainda dao palco pra ela?!
— candy – comentarista de BBB (@icarusmidnights) March 8, 2023
eu não assisti mas ñ me parece nada muito diferente do que ela faz em shows, né?! a forma como ela prende o cabelo e as maquiagens que ela usa são literalmente pra infantilizar a "personagem" que simula sexo no palco…
— Rebeca (@eurebecasamuel) March 8, 2023
Tem várias coisas super problemáticas já diluídas na nossa sexualização
Por exemplo; pq no sexo tantas pessoas falam coisas no diminutivo com tom de voz infantil? E de uma forma tão naturalizada? Sem nem estar inserida no meio do fetiche
Porra nós temos MUITO trabalho a fazer…— Matheus Henrique (@arcabuzado) March 8, 2023
Não vi em nenhum momento pontuando que esse vídeo é de 3 anos atrás. Acho que é importante considerar isso também no seu texto.
A 3 anos atrás ela era completamente desconhecida, as vezes fez o vídeo pq precisava de grana.
Enfim…— O Grande Filósofo Moderno (@faab_reis) March 9, 2023
