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Tones & I relembra dias de artista de rua, comenta o fenômeno “Dance Monkey” e promete visita ao Brasil


Ela surgiu que nem um furacão e emplacou “Dance Monkey” entre as músicas mais ouvidas de praticamente todos os mercados e paradas musicais mundo a fora. No entanto, muitos se perguntavam: quem é essa Tones & I?

Com apenas 27 anos, a cantora australiana é um fenômeno mundial somando 7 bilhões de execuções apenas em uma única faixa. Entretanto, o interessante é mesmo a história da vida de Toni Elizabeth Watson, que começou a carreira como artista de rua em Byron Bay, diferente da maioria dos artistas de sua geração, que pavimentaram carreiras via YouTube e redes sociais.

Tones & I fala sobre sucesso de "Dance Monkey" e promete visita ao Brasil em entrevista ao POPline.
Tones & I fala sobre sucesso de “Dance Monkey” e promete visita ao Brasil em entrevista ao POPline. Foto: Divulgação.

Tones & I é uma das grandes apostas da Billboard para a categoria de Artista Revelação no Grammy Awards de 2021, além de já ter vencido os prêmios de “Melhor Música do Ano” e “Compositor Revelação” na International Songwriting Competition deste ano.

Em maio, Tones lançou seu novo single “Ur So Fu**ing Cool” e agora o POPline teve a oportunidade de conversar com ela sobre este lançamento, a sua história na música e, claro, o que ela tem na manga para os próximos meses. O Brasil está na mira da australiana! 

POPline: Do ano passado pra esse muita coisa aconteceu! Como foi essa experiência de pegar a sua van, viajar para outro estado e começar uma vida nova?

Tones & I: Eu acho que o mais difícil foi tomar coragem e ir! De deixar para trás amigos e familiares, mas ao mesmo tempo eu sabia que aquilo seria a melhor coisa para mim, porque eu queria definitivamente ir para as ruas, onde mais pessoas poderiam me ver e conhecer meu trabalho. Mas também tiveram momentos de muita solidão. Viver dessa forma pode ser muito solitário e com isso eu acabei fazendo novas amizades, numa nova cidade, eu realmente me vi vivendo aquilo.

Eu nem consigo imaginar, mas ao mesmo tempo te deu toda a liberdade do mundo, não é? Você podia ir onde queria, parar a van em qualquer lugar, conhecer pessoas novas…

Sim! Eu conheci pessoas incríveis. Eu estacionava o meu carro num hostel e aproveitava para tomar banho por lá. Eu conheci MUITA gente, que tava indo e vindo… Tenho amigos até hoje dessa época. Ter vivido isso, só me deu certeza que era isso mesmo que eu tava querendo. Sabe, é muito importante seguir seus sonhos, suas paixões, mas também é importante lembrar que é difícil. É importante ter pessoas ao seu lado para dar um suporte.

Tones & I fala sobre sucesso de "Dance Monkey" e promete visita ao Brasil em entrevista ao POPline.
Tones & I fala sobre sucesso de “Dance Monkey” e promete visita ao Brasil em entrevista ao POPline. Foto: Divulgação.

E como foi a sua experiência enquanto artista de rua?

Ser artista de rua foi incrível. Eu podia parar a van e tocar na rua, ou mesmo num parque e criar algo do nada. Eu tocava num lugar onde as pessoas só passavam e uma hora depois tinha um grupo me vendo apresentar, compartilhando experiências, criando memórias juntos. Algumas vezes vinham pessoas com algum equipamento e começavam a tocar comigo. Vinha gente dividir a arte comigo! Vira e mexe vinham pessoas do circo que cuspiam fogo! Honestamente o povo daqui é maravilhoso, sério mesmo.

Deve ser uma experiência maravilhosa mesmo! Quando que você percebeu que estava realmente ficando grande?

Eu acho que foi quando eu percebi que as pessoas estavam indo pra me ver, porque eu comecei a tocar “Dance Monkey” nas ruas, toquei por uns 8 meses. Aí as pessoas iam atrás de mim para ouvir essa música. Aliás, eu tocava “Dance Monkey” toda semana no hostel porque assim eu podia parar a minha van lá e tomar banho sem precisar pagar. Eu tocava lá todas as terças-feiras e ficava lotado, precisavam colocar seguranças na frente! Inclusive fizeram até uma espécie de vaquinha para comprar um novo sistema de som para o hostel, para que eles pudessem fazer uma noite “open mic” (microfone aberto), sabe?

Nossa, que massa! Eu li em algum lugar que a canção “Dance Monkey” foi feita em 30 minutos, durante uma apresentação sua de rua!

Sim! Eu escrevi numa apresentação de rua. Na verdade, ela foi escrita especificamente numa noite que foi muito louca. Nessa noite, eu me senti como um fantoche, ficavam falando canta, canta, canta. Ninguém escutava o que eu tinha pra dizer. Essa música foi sobre essa noite mesmo.

Como é pra você saber que agora muitos artistas de rua estão tocando o seu som?

Eu amo ver artistas de rua! Amo poder ver as pessoas indo às ruas e trabalhando duro para si… Vê-los tocando a minha música me faz ficar tipo: UAU! Eu estive ali, entende? E não tem tanto tempo. E eu amava estar ali. Óbvio que tem seus altos e baixos, é importante lembrar disso, mas também é a coisa mais incrível! Tudo que é muito assustador pode também ser a coisa mais incrível, caso contrário, a gente nem tentaria. Outro dia eu tava em Londres, saindo de uma loja e tinha um cara tocando “Dance Monkey” no saxofone. Meu Deus! Quais são as chances de naquele exato momento eu estar saindo de uma loja e ele estar lá tocando a minha música?

Queria te perguntar uma coisa particular. Minha música favorita sua é a “Jimmy” e por curiosidade eu queria saber se ele realmente existiu.

O Jimmy? Hmmm… Tem uma coisa que quase ninguém sabe sobre o Jimmy, porque eu não me sentia confortável de falar sobre isso no início de tudo. Jimmy é uma história sobre mim, que eu escrevi sob a perspectiva da minha vizinha, porém eu nunca me senti muito confortável pra falar disso. Conforme fui lançando mais músicas sobre mim, me senti mais aberta para falar de mim… Então só meus amigos próximos sabem que escrevi essa canção de uma nova perspectiva.

Poxa! Que honra saber disso. Ela realmente é minha canção favorita. Como que é ser tão nova e já quebrando tantos recordes?

Foi muito estranho, porque quando eu tocava na rua eu não compreendia os charts. Só quem é da indústria fonográfica que sabe o que tá acontecendo no mercado. Pensa comigo que adolescente tem ideia das colocações? A gente quer ouvir as playlists, eu não tinha ideia do que era estar em alguma lista. Eu achava que faria um show para 200 pessoas na Austrália e eu já tava muito feliz com isso. Só fui entender mesmo o que tava acontecendo há 6 meses. As pessoas conversavam comigo e eu não entendia mesmo. Mas agora eu entendo e sim, realmente foi um choque!

Não sei se você sabe, mas, segundo o Spotify, São Paulo é a quarta cidade do mundo que mais escuta suas músicas. Estamos muito ansiosos para te ouvir tocando em um festival ou em show solo. A sua fanbase no Brasil é grande e estamos loucos por um álbum e show seu!

Meu Deus! Então, sabia que o Macklemore é meu artista favorito? Ele me disse uma vez, pessoalmente, que Brasil é o lugar favorito dele para tocar. Se não for o favorito é um dos! Isso me deixa bem animada! Mas vem cá, vocês tÊm Lollapalooza aí?

Sim! Temos!

Então eu acho que era nesse festival que eu ia tocar, mas óbvio que tivemos que postergar isto. Eita! Eu nem sei se poderia ter dito isso, mas assim tá tudo meio incerto agora, né? Eu acredito que eu irei em breve tocar em algum festival aí no Brasil. Assim que for liberado, vocês poderão contar comigo!

Entrevista por Pamella Renha.