Sem conseguir lançar seu segundo álbum desde 2015, a cantora Tinashe concedeu uma entrevista para o jornal britânico The Guardian e falou sobre a dificuldade de ser uma cantora negra na indústria. Para ela, há entraves especificos para essa condição, como se não houvesse espaço para “mais uma”. “Recentemente, minha prima estava com a amiga de uma amiga, que estava no Ensino Médio, e ela falou ‘sou fã da Kehlani’, como se disse ‘não posso ser fã da Tinashe também’. Então, minha amiga perguntou: ‘por que não ser fã de ambas?’. É como se fosse esporte: as pessoas sentem que têm que escolher um lado. Há centenas de homens rappers que parecem todos os meus, que soam tudo igual, mas se você é uma cantora negra, ou é Beyoncé ou é Rihanna. É muito, muito estranho”.
Para a artista, a carreira é muito mais fácil para os homens. O sexismo permeia toda a indústria, em sua opinião. Um dos motivos para o atraso no lançamento de seu disco é que, de repente, a gravadora decidiu investir tudo no álbum de estreia de Zayn. No ano passado, vazou um print da cantora reclamando disso. “Eu escrevi essa mensagem, sim, que a RCA estava focada no Zayn. Eles estavam! Mas não tenho nada contra ele. Mais poder para ele”, comentou.
Sobre seu álbum “Joyride”, anunciado há 18 meses, ela lamenta a dificuldade para lançá-lo. “As coisas não saíram de acordo com meu plano original, mas a vida é assim, e as coisas mudam. Independente do tempo que leve, sei que vou alcançar meu objetivo. Nunca vou parar. Vou fazer música para sempre”, diz a cantora. O objetivo dela? Ganhar um Grammy. O pano de fundo de seu celular é uma imagem do símbolo da premiação musical: “é essa foto há anos!”.