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The Beat Diáspora: primeiro episódio de série documental mergulha no funk paulista

Série criada por Coy Freitas foi desenvolvida em parceria com Kondzilla e Youtube

Foto: Urso Morto/Fabricio Brambatti

The Beat Diáspora marca a nova parceria do YouTube com Coy Freitas e a Kondzilla. A série documental, lançada nesta terça-feira(25), investiga como as batidas africanas viajaram o mundo, se modernizaram tecnologicamente e continuam em constante retroalimentação entre diferentes comunidades afro-disporias e na indústria da música pop.

Foto: Urso Morto/Fabricio Brambatti

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Os seis episódios do projeto mergulham em diferentes cenas musicais eletrônicas periféricas e investiga as origens de fenômenos culturais como o funk paulista, o brega funk e a Bahia eletrônica. Com contextualizações geográficas e sociológicas, a série evidencia as relações de ancestralidade e a potencialização da música eletrônica urbana através das novas tecnologias nos últimos 20 anos. A prominência desse movimento diaspórico resultou em gêneros variados com origens semelhantes, que vão do baile funk a cumbia digital, passando pelo tecnobrega e o bounce.

Foto: Urso Morto/Fabricio Brambatti

A primeira temporada de The Beat Diáspora parece levar o telespectador para uma viagem cujo os destinos são: São Paulo (funk paulista), Recife (brega funk), San Juan (reggaeton), Kingston (dancehall), Salvador (Bahia eletrônica) e Lagos (afrobeats). Os episódios foram dirigidos por Tico Fernandes, Roguan (Roberto Andreoli que dirigiu dois episódios), Carol Lima, Bruno Zambelli e Joyce Prado. A direção de fotografia foi assinada por Urso Morto (Fabricio Brambatti).

Na última quinta-feira (20), o diretor do projeto, Coy Freitas, conversou com jornalistas e detalhou o processo criativo que resultou no seriado documental.

“Não dá para contar a história de nenhum gênero em vinte e poucos minutos. Tudo é muito cheio de nuances, de detalhes. Então, a gente tinha como objetivo, sim, explicar um pouco do gênero e – na medida que a gente foi trabalhando no desenvolvimento da série – acabou naturalmente surgindo a ideia de que essa história é sobre pessoas, sobre gente da periferia que faz música”, declarou o criador do projeto.

Ele destaca que o fio condutor da série é apresentar a música como ferramenta de transformação social.

“A gente não sabia que era sobre isso, mas é sobre a música como ferramenta de transformação social – essa é a linha condutora da série e tem muitos exemplos que são repetidos ao longo de todas as histórias, que vão comprovando que a partir do nada surge tanta coisa que redefine a música pop global há anos”, disse Coy durante a pré-estreia de The Beat Diáspora.

“Tudo o que acontece na música mainstream que o mundo consome vem da quebrada e, normalmente, de um lugar muito difícil”, finaliza.

Foto: Urso Morto/Fabricio Brambatti

Todos os episódios contam com um apresentador da própria cena musical documentada, provocando entrevistas emocionantes e cenas catárticas. A seleção dos entrevistados também é outro diferencial. Apenas figuras representativas para os gêneros retratados concederam depoimentos. “Todos os episódios só têm pessoas do território e que fazem parte da cena. É diferente. Não tem o especialista musical branco falando. São as pessoas da quebrada contando as suas histórias e isso, para mim, muda tudo“, destacou a roteirista Juliana Borges.

Confira o primeiro episódio de The Beat Diáspora, dirigido por Tico Fernandes, mostrando as nuances e origens do funk paulista:

Direção: Tico Fernandes
Roteiro: Juliana Borges
Direção de Fotografia: Urso Morto
Com participações de: (host) Fraan Ferreira, Backdi e BioG3, Bruno Ramos, Funkeiros churrasco, Imperadores da Dança, Konrad Dantas, MC Guimê, MC João, MC Neguinho do Kaxeta, NGKS, Pereira DJ, Phabyo DJ, Rogerinho Original, Samba de Dandara