Em 1998, Madonna completava um jejum de quatro longos anos sem lançar nenhum trabalho musical próprio. A ultima produção da americana, era o álbum “Bedtime Stories”, lançado em 1994.
Madonna havia conquistado, enfim, reconhecimento como atriz por sua atuação em Evita. E parece que as aulas de canto que a loira encarou para poder estrelar o musical mostraram resultados maiores que o esperado.
Já consolidada enquanto artista perante o público, a cantora via-se na árdua e ingrata missão de agradar a crítica de maneira eficaz. Ora, até então, Madonna tinha apenas um Grammy em sua estante e era obrigada a se ver incessantemente seu talento questionado pelos que tiveram que engolir a seco toda e qualquer crítica à discografia da artista.
“Ray Of Light” é o segundo single do álbum homônimo, e traz a rainha do pop em sua melhor forma vocal, autoral e de produção que talvez tenha sido vista em toda a sua carreira. Sempre muito eficaz ao lançar seus álbuns, Madonna soube mais uma vez pegar o que estava faz sucesso no ‘underground’, no caso a sonoridade eletrônica, e trouxe de maneira relativamente pioneira ao grande público. Para isso, a cantora pediu ajuda a William Orbit na composição e produção do single.
Aos 39 anos, mãe de família, praticante de Yoga, do hinduísmo, da Cabala e religiosamente atuante Madonna se renovou por completa
e provou a todos que poderia envelhecer de forma digna, mantendo seu público e adquirindo mais respeito por seu trabalho sem parecer piegas ou forçada.
A composição é elegante, a produção é impecável, sendo, simultaneamente simples e bem elaborada. Os vocais de Madonna, por sua vez, estão, notoriamente maduros, além de afinados.
“Ray Of Light” não é o single de maior sucesso da carreira de Madonna. Tampouco é o carro chefe do legado que a rainha do Pop irá deixar para todas aquelas que tentam alcançá-la. “Ray Of Light” é, apenas, uma lição de que o amadurecimento musical é essencial para aqueles que desejam enfim entrar para a realeza da música pop.