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Verão 2012

Termômetro de Verão: Lady GaGa – The Monster Ball Tour

Leia a última resenha da temporada de verão do Alex Alves.

Lançado no dia 21 de novembro de 2011, “Lady Gaga Presents: The Monster Ball Tour At Madison Square Garden” é o DVD do um especial do canal HBO para o show no Madison Square Garden feito por Lady GaGa. A turnê tornou-se a 4ª feminina mais rentável de todos os tempos, atrás apenas de Madonna (Sticky & Sweet Tour), Celine Dion (Taking Chances Tour) e Cher (Farewell tour). Com apenas 3 anos de carreira e já precocemente alçada para o primeiro time dos artistas pop, o Dvd foi a chance de Lady GaGa mostrar se veio ou não para ficar. Vamos ao que interessa.

Dance In The Dark – 65º
Com questionável emoção e uma muito suspeita crise de insegurança, Lady GaGa inicia o DVD dizendo que eventualmente ainda se enxerga como uma americana derrotada, mesmo estando ali, no Madison Square Garden com a casa lotada de pessoas interessadas apenas em vê-la fazer o que sabe fazer. Depois do tal discurso piegas, a cantora entoa “Dance In The Dark”, faixa do álbum “The Fame (Monster)”. Uma ótima escolha para abrir o concerto. O foco da performance acaba sendo, porém, o público enlouquecido. GaGa pouco se movimenta e em nada se destaca.

Glitter And Grease – 40º
Com um dos mais pavorosos visuais de toda a noite, a cantora performa “Glitter And Grease” que definitivamente transmite pouca empolgação. A curta performance não impede, porém, que GaGa permaneça por muitos segundos imóvel ao término, claramente forçando o público, de certa forma, a ovacioná-la.

Just Dance / Beautiful, Dirty, Rich – 70º
Logo na sequência, é performado o primeiro hit global de Lady GaGa. “Just Dance” é um show de descompasso coreográfico da americana em relação a seu bom grupo de bailarinos. Mesmo com a estrutura visualmente pesada e exageros nas frases de suposta empolgação, os vocais são reais, como deveria ser em todo e qualquer performance de artistas reais. A apresentação consegue levantar claramente o público emendando, em sequência a animada Beautiful, Dirty, Rich.

The Fame – 60º
Lady GaGa prossegue seu show com um discurso de auto ajuda quase tão clichê quanto sua péssima atuação como atriz, seja nos momentos que simula ser uma entusiasta, quanto quando simula estar quase chorando de emoção. Ao longo da performance de “The Fame”, a cantora comprova sua obsessão em subir e descer escadas, como fez no videoclipe de “The Edge Of Glory”. Desnecessário dizer o quão desinteressante é esse tipo de performance. A canção em questão, contudo, mantém o nível do show um pouco acima do que poderia ser.

Lovegame – 85º
Terceiro single da carreira de Lady GaGa, “LoveGame” tem uma das performances mais elaboradas da noite. Entretanto, a cantora não consegue se limitar ao aspecto qualitativo. Na necessidade de chocar, sua roupa transparece perfeitamente seus seios. As simulações de sexo lésbico são claras e quase tão desnecessárias quanto a bermuda que seus dançarinos vestem, ressaltando estrategicamente suas partes íntimas. Por falar em partes íntimas, antes de um break na música em questão, GaGa pede para que seus fãs presentes no show mostrem seus respectivos pênis para que possam analisar o quão grandes são. Lamentável.

Boys, Boys, Boys / Money Honey – 75º
Depois do falatório de auto ajuda, feito mais cedo, GaGa, desta vez, encontra espaço para começar seu discurso pró homossexualismo. O papo sobre unicórnios roxos e unicórnios gays chega a ser engraçado por tamanho constrangimento. A performance, entretanto, é satisfatória. Menção honrosa à sua esquipe de dança, extremamente eficiente.

Telephone – 40º
De calcinha e sutiã, hora de Lady GaGa tentar garantir canto e dança em “Telephone”. Não consegue. Além de depender totalmente de suas backing vocals, a falta de sincronia entre ela e seus dançarinos é gritante. Enquanto eles dançam, ela apenas tenta. Quase chego a pensar que Lady GaGa teria sorte em ter singles tão fortes e bem sucedidos para segurar um show grandioso e duradouro como o em questão. Mas vamos com calma, o espetáculo ainda não acabou.

Speechless / You And I – 90º
Depois de se vestir grotescamente cobrindo mais o rosto do que o resto de seu corpo (por motivos óbvios), a cantora começa, então, uma sessão voz-piano. A semitonalidade incorreta do começo de “Speechless” é compensada por por uma sequência de acertos interpretativos em tom, ritmo e performance. É o momento em que percebemos que sim, ela sabe cantar , que é uma artista de verdade e que parece até ter uma personalidade real por detrás daquela personagem caricata que insiste em tentar fazer o mundo engolir.

So Happy I Could Die – 40º
Fantasiada de alguma espécie mutante cujo gênero não pôde ser identificado, Lady GaGa performa uma das canções mais chatas e entediantes da noite. Mal consegue andar graças ao salto estratosférico e, mesmo assim, insiste em desfilar pelo palco falando em seu objetivo naquela noite: atingir a “Monster Ball”. O que seria isso? Quem é o monstro (Fame Monster) que tanto a amedronta? Cenas para as próximas canções.

Monster / Teeth – 75º
É admirável se dar conta de que essa é apenas a primeira turnê da carreira de Lady GaGa. Apesar dos erros, o potencial da jovem em ser a sucessora de Madonna no aspecto quantitativo em palco é inquestionável. É isso o que se confirma nas performances de “Monster” e “Teeth”. Por mais chata que a intérprete possa ser em certos momentos, a capacidade de interação com o público é notória e o vigor com o qual ela trabalha em cada momento do show e carreira são dignos de aplausos. O encerramento de “TeeTh” conta, ainda com uma alfinetada em nomes como Britney Spears, quando a cantora afirma que nunca fará seus fãs pagarem para vê-la dublando suas músicas. mais aplausos.

Alejandro – 80º
Depois de um dos diálogos menos batidos de seu show, GaGa performa “Alejandro”, primeiro single de sua carreira a não atingir o #1 no chart pop americano. A interpretação é boa, o palco parece menos pesado que o que se via no começo do show e a própria artista sinaliza mais espontaneidade. Menção honrosa para a equipe de iluminação de palco e de edição das cenas: ambos impecáveis neste momento.

Poker Face – 50º
Hit que já é um clássico da música pop mundial, “Poker Face” é a bola da vez. A apresentação é tão simples que a impressão que fica é a de que faltou algo. Encaro como um desperdício comedir um hit explosivo do cenário pop à mera cena de seis dançarinos performando com Lady GaGa livrando-se de correntes que a estariam aprisionando de algo (The Fame Monster) que seria finalmente revelado na próxima canção.

Paparazzi – 85º
Agora sim. Antes de performar “Paparazzi”, Lady GaGa revela ao mundo que o grande monstro que a amedronta, The Fame Monster, é um peixe. Depois desta decepcionante e imensurável vergonha, a cantora consegue segurar bem a performance com muita presença de palco. O constrangedor mesmo é conferir um encerramento marcado por fogos de artifícios saindo de todos os seus órgãos sexuais.

Bad Romance / Born This Way – 90º
O encerramento do show é com “Bad Romance” e “Born This Way”, dois dos maiores hits de GaGa. Para este encerramente, a artista parece ter colocado todos os dançarinos e toda sua equipe para trabalhar, tamanho compasso e detalhismo acertado entre os mesmos. A resposta do público é à altura. Ótima maneira de encerrar um show, tanto em interpretação quanto em mensagem a ser passada ao público.

Termômetro Final: poucos artistas podem se gabar das primeiras turnês de sua carreira. Lady GaGa pode se vangloriar ter debutado no mundo da música com uma turnê superior às encontradas por muitos artistas com anos de estrada. Dos exageros em tentar chocar a todo tempo aos erros de coreografia, as falhas encontradas são claras e de fácil correção. O que se espera, acima de qualquer coisa, é que Lady GaGa não misture mais sua carreira musical com um potencial dom em ser uma palestrante atroz e clichê pró minorias. Sua segunda turnê mundial começa em 2012. Será o momento de confirmar se Lady GaGa vai ou não vai…

Por: Alves Alves

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