Qual é a reação de uma jovem ao ser duramente deixada de lado e simplesmente trocada por seu namorado, como se fosse um mero objeto? Se muitas preferem o passo óbvio de entrar em depressão e afogar as mágoas em mares de chocolates, Alanis Morissette resolveu fazer algo melhor: dar a volta por cima e compor um dos maiores clássicos da história da música pop contemporânea.
Descabelada, descontrolada e completamente enfurecida: é essa a imagem que a canadense passa nos 4 minutos e 14 segundos do condizente videoclipe gravado para a canção.
Toda a mágoa de Alanis é expressa nos refrães da canção, que é repleta de alterações vocais imperfeitas de forma calculada no intuito de transmitir todo o sentimento de ira que a artista queria expressar com a composição, feita em parceria com o brilhante Glen Ballard. De acordo com depoimentos da dupla, “You Oughta Know” foi escrita em menos de meia hora e gravada logo depois, naquele mesmo dia. Quase inacreditável.
Nos charts, a música não foi um grande êxito: “You Oughta Know” não fez grandes estragos nas paradas musicais mundiais e, nos EUA, foi até impedida de figurar no chart da Billboard por não se enquadrar nas regras da publicação que, naquele momento, exigia que para debutar no Hot100 as músicas deveriam necessariamente ter um single físico nas prateleiras de todo o país. No ano seguinte, “You Oughta Know” acabou sendo lançada como faixa bônus no single físico de “You Learn”, ajudando a canção a atingir o #6º lugar das paradas americanas.
Todo o brilhantismo de “You Oughta Know”, seja ele de cunho vocal, de interpretação, de produção, instrumental ou de composição, renderam à cantora, dentro dúzias de outros awards, 2 prêmios Grammy e a garantia de que seu nome para sempre seria lembrado na história da música mundial – como é até hoje (não por méritos atuais, mas pelos do passado).
Hoje em dia, ainda que Alanis já tenha dado declarações infelizes como quando confessou se arrepender em ter lançado uma faixa tão agressiva como esta, outros nomes como Britney Spears, Jennel Garcia e Beyoncé fazem questão em mantê-la em alta, performando-a sempre que possível. Ainda bem.
Alanis Morissette: rebeldia genuína e na dose certa.
