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No livro “Storyteller”, Dave Grohl revela sua extensa lista de amigos famosos

Foto: Instagram / @davegrohl

É difícil pensar em um músico tão universalmente aceito na fraternidade do rock and roll como Dave Grohl. O vocalista do Foo Fighters janta regularmente com Paul McCartney. Ele escreveu e gravou uma música durante a pandemia com Mick Jagger. A leitora oficial de histórias para suas filhas é Joan Jett. Ele formou um grupo com o baixista do Led Zeppelin, John Paul Jones. Ele organizou uma festa para os caras do AC/DC com a Preservation Hall Jazz Band como atração surpresa.

Dave Grohl com o Foo Fighters no VMA 2021 (Foto: Theo Wargo/Getty Images)

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Uma personalidade extrovertida, mas que leva sua música a sério. Grohl naturalmente atrai as pessoas. Além disso, como não gostar de um cara que aparece na beira do palco com um sorriso largo e uma garrafa de uísque? Mediante a impossibilidade de tocar para multidões durante a pandemia, ele se forçou a escrever suas memórias e lançou nesta terça-feira (5) o livro “The Storyteller“.

É a história de um cara que abandonou o colégio, tornou-se o baterista do Nirvana e, depois de uma tragédia indescritível, se transforma em cantor, compositor e guitarrista de uma banda que lota arenas. E que, aos 52 anos, ainda ouve os conselhos de sua mãe.

Na verdade, ele considera sua mãe, Virginia, uma de suas melhores amigas. Como ele escreve no livro, ela foi a responsável por sua entrada no Nirvana. Seu tempo como baterista do Scream – a banda punk da área de Washington que fez com que Grohl deixasse o colégio – estava perdendo o fôlego. Ainda assim, manteve-se leal aos antigos companheiros. Até entrar em conflito interno com o convite para ir até Seattle e tocar com Kurt Cobain e Krist Novoselic.

Grohl e a “contadora de histórias” de suas filhas, Joan Jett (Foto: WireImage)

“Liguei para minha mãe e disse: ‘Não tenho certeza do que fazer. Eles eram meus amigos. Aquela era minha banda’. E ela disse: ‘Às vezes você tem que fazer o que é melhor para você’. O que era engraçado porque toda a vida dela foi dedicada a outras pessoas como professora e mãe”, conta o músico (e agora escritor).

Grohl morava em um apartamento minúsculo com Kurt Cobain enquanto a banda preparava o material que viria a ser “Nevermind“. Ele sentiu que quando eles saíram para gravar aquele álbum, nunca mais voltariam para aquele apartamento. Mas ninguém poderia supor o sucesso explosivo.

Foi demais para Dave quando Kurt se suicidou em 1994. “Não acho que alguém que possa sair ileso de uma situação como essa. Mas tive sorte porque tinha minha mãe e minha casa. Se algum dia eu sentisse que estava sendo engolido por tudo aquilo, eu voltaria para o antigo beco sem saída onde cresci e faria churrascos com meus velhos amigos. E esta possibilidade realmente me salvou de alguma maneira”, disse.

O músico contextualiza: “Eu poderia literalmente entrar pela porta da frente de um show do Nirvana e não ser reconhecido até sentar na minha bateria, então minha experiência com a banda foi muito diferente”. Na sequência, Grohl recebeu um convite para tocar bateria com a banda de Tom Petty, mas ele não se sentia pronto porque sempre via a figura de Kurt à sua frente. Era dificil. Mas ao mesmo tempo começou a escrever despretensiosamente as canções que entraram no primeiro álbum do Foo Fighters.

Grohl subiu ao palco dos Rolling Stones, além de ter gravado um single com Mick Jagger este ano (Foto: Getty Images)

“Foi a falta de confiança que me fez tentar. Não existem muitos casos de bateristas que assumem os vocais principais de uma banda. Quis provar que eu estava errado e poderia fazer aquilo. Demorei uma década para me sentir confortável como vocalista do Foo Fighters. Agora, eu adoro isso. Trabalhei muito para chegar onde estou, mas sou obcecado pela mesma música que você. Eu sou um fã”, conta Grohl.

E esse pensamento também vem à mente quando Paul McCartney está na sala de estar de Grohl, tocando “Lady Madonna” no piano para suas filhas. É o que ele tem em comum com McCartney, Joan Jett ou os músicos cujos pôsteres estão pendurados em inúmeros quartos.

“Coloque dois músicos juntos em uma sala e você encontrará uma amizade rápida. Você pode sentir a energia de uma criança que se apaixona pelo rock and roll na frente de um toca-discos. Acho que todos viemos do mesmo lugar – nos apaixonamos pelo rock and roll e sem qualquer tipo de aspiração de carreira. Devotamos nossas vidas a isso porque é o que encheu nossa alma”, finaliza.

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