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Sony Music: CEO fala sobre IA e aquisições da Altafonte e Som Livre

Rob Stringer cita gravadoras latino-americanas na apresentação anual sobre streaming, investimentos e inteligência artificial

Rob Stringer fala sobre investimentos na América Latina. Foto: Divulgação

O presidente do Sony Music Group, Rob Stringer, comentou sobre as compras da Som Livre, no Brasil, e do selo latino-americano Altafonte na reunião anual de negócios do grupo, que aconteceu ontem (30). Stringer incluiu as aquisições das gravadoras como estratégias de monetização da Sony Music. As informações são do Music Business Worldwide (MBW).

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Sony Music. Foto: Divulgação.

De acordo com Stringer,  segundo o MBW, a Sony Music visa lucrar assim que os serviços de streaming de música comecem a cobrar dos usuários gratuitos, em que a receita depende exclusivamente de anúncios. Na semana passada, a editora musical do grupo, Sony Music Publishing, criticou o Spotify e declarou que compositores da editora estão recebendo cerca de 20% menos em royalties.

Rob Stringer, CEO da Sony Music. Foto: Divulgação

“Embora os níveis gratuitos atraiam bilhões de usuários mensais, sua fraca contribuição para a monetização do streaming significa que seu objetivo principal é converter usuários em assinantes pagantes”, declara Stringer, CEO do Sony Music Group.

Investimentos

Outra estratégia do grupo Sony é a aquisição de selos na América Latina, na Ásia e em África. No contexto latino, o Sony Music Group já adquiriu o selo independente espanhol Altafonte e também comprou a Som Livre pelo valor aproximado de R$1,33 bilhão, segundo a cotação atual.

A Sony Music “comprou recentemente o selo independente espanhol Altafonte […] Já estamos no segundo ano de integração do selo brasileiro Som Livre”, declara Stringer, CEO do Sony Music Group.

A aquisição da Altafonte pela Sony, através da Sony Music Entertainment España, foi autorizada ainda em novembro do ano passado. O portfólio da Altafonte inclui artistas da América Latina como Gilberto Gil, Julieta Venegas, Mikel Izal e Mónica Naranjo.

Gilberto Gil faz parte do catálogo da Altafonte no Brasil. (Foto: Gerard Giaume/Divulgação)

Já a Som Livre atua no mercado brasileiro deste 1969 e integra a Sony Music desde 2022. Mas estes não são os únicos investimos da Sony na América Latina. Recentemente, a major investiu na Rimas, gravadora por trás de Bad Bunny.

“Somos líderes na região latina, de onde vem grande parte da música e das paradas globais de streaming”, acrescentou Stringer, do Sony Music Group.

Na Ásia, a major mira no desenvolvimento econômico indiano, com a compra da empresa de cinema e música Eros.  “Concentramos nossa atenção na Índia em rápido desenvolvimento, onde somos a grande empresa musical número um”, afirma Stringer.

Quanto aos investimentos no continente africano, a Sony teve um crescimento de 19% no mercado anual. Segundo o MBW, a empresa representa quatro destaques da região: Davido, Wizkid e as revelações Tems e Tyla, esta última que concorre com BK’ e Karol Conká no BET Awards deste ano.

“Novos investimentos serão vitais nos próximos anos para garantir o nosso status de potência em todo o mundo”, concluiu Stringer, do Sony Music Group.

Inteligência artificial

No dia 17 deste mês, a Sony Music entrou em contato com cerca de 700 desenvolvedores para impedir o treinamento de IA com base em seus catálogos. O grupo advertiu os profissionais de tecnologia no contexto de regulamentação inicial do uso de IAs generativas na economia criativa.

Inteligência Artificial. Foto: Divulgação

Durante a apresentação anual de negócios, de ontem (30), Stringer revelou aos investidores que a Sony já emitiu 20 mil avisos de remoção de “sons semelhantes gerados por IA” no ano passado. Em sua avaliação, o CEO do Sony Music Group argumenta pela necessidade de renovação de modelos de negócios na música com o avanço da inovação tecnológica.

“A inteligência artificial representa um ponto de inflexão gerativa para a música e o conteúdo em geral. Um modelo sustentável de direitos empresariais precisa ser estabelecido e respeitado”, declarou Stringer, presidente do Sony Music Group.

De acordo com a apresentação da Sony Music, 79% da audiência de música afirma que a ‘criatividade humana’ deve permanecer como foco na criação musical. Ao todo, o grupo tem parceria com mais de 350 organizações de tecnologia. Apesar das críticas sobre IA, o Sony Music Group lançou o projeto “Gen AI”, para artistas, e já utiliza IA no trabalho com compositores.

Além dos centros de investimento em diferentes países e regiões continentais, visão sobre inteligência artificial e disputa com as plataformas de streaming, Stringer apresentou aos investidores que o atual market share de música gravada da Sony nos EUA aumentou em 2023 pelo quinto ano consecutivo.

“Somos, sem dúvida, o grande grupo musical mais agressivo em fusões e aquisições nos últimos três anos[…] Esta estratégia ampla culminou em 24% mais novas faixas lançadas distribuídas para DSPs no ano fiscal de 2023 em comparação com o ano fiscal de 2019. E no lado editorial, isso se traduziu em 28% mais músicas administradas durante o ano fiscal de 2019”, disse Stringer, sobre modelo da Sony Music para  presença no mercado fonográfico.