O final de 2019 foi marcado pelo anúncio de grandes turnês no Brasil para 2020, incluindo Maroon 5, Backstreet Boys, Billie Eilish e Taylor Swift. O festival anual Lollapalooza, com três datas e grandes nomes da cena global, animaram o público brasileiro, mas tudo pode mudar para o próximo semestre. Grandes turnês internacionais devem ficar longe do Brasil ao longo do ano por diversos fatores. Mas quais são eles?
O primeiro fator determinante é a desvalorização do real. Com dólar chegando à casa de R$5, o câmbio interfere diretamente na contratação de artistas internacionais. As produtoras locais perdem força na negociação e disputa com outras regiões, como Europa e Oceania, que conseguem pagar os cachês exorbitantes dos fenômenos internacionais. A conta não fecha.
Outro motivo é o Rock in Rio, que tem edição marcada no Rio de Janeiro para 2021. Para garantir atrações relevantes para os sete dias do festival, que é realizado entre setembro e outubro, a organização do evento adotou uma estratégia: as negociações dos headliners começam um ano antes, a fim de impedir que os artistas tragam sua turnê ao Brasil ou fechem contrato com outros festivais.
O Lollapalooza, que acontece anualmente, é o principal rival do festival carioca, mesmo acontecendo em São Paulo e focado num público mais alternativo. Em ano sem Rock in Rio, os cariocas já sabem que o Rio de Janeiro dificilmente vai receber grandes nomes. Por fim, a questão do Novo Coronavírus, que faz acender um alerta vermelho para grandes eventos, incluindo até as Olimpíadas no Japão. É provável que nos próximos meses, enquanto o controle do vírus é desconhecido, eventos no mundo todo sejam remanejados ou cancelados, isso inclui passagens de turnês internacionais por regiões afastadas como América do Sul, Oceania, Africa e Ásia.