As tensões entre Rússia e Estados Unidos por conta da guerra contra a Ucrânia vão respingar no Oscar, a maior premiação de cinema do mundo. A Rússia decidiu boicotar a premiação. De acordo com o site The Hollywood Reporter, ela não vai submeter nenhum filme à avaliação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
A decisão não é um consenso na Rússia. Pavel Tchoukhraï, chefe do comitê russo que seleciona o filme para concorrer ao Oscar todo ano, pediu demissão do cargo. O boicote é político.
Na última edição do Oscar, realizada neste ano, a recomendação para os artistas era não fazer menções à guerra, à Rússia ou à Ucrânia durante a transmissão ao vivo. Mas o evento fez um momento de silêncio em apoio às população ucraniana, com a seguinte mensagem exibida no telão:
“Embora o cinema seja um caminho importante para expressarmos nossa humanidade em tempos de conflito, a realidade é que milhões de famílias na Ucrânia precisam de comida, assistência médica, água potável e serviços de emergência. Os recursos são escassos e nós, coletivamente como comunidade global, podemos fazer mais”.
(Foto: Getty Images / Uso autorizado POPline)
Rússia já venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro
Ainda na época da União Soviética, o filme “Guerra e Paz” (1965) ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. Já como Rússia, o país foi representado no Oscar de 1995 pelo filme “O Sol Enganador”, que também levou o troféu de melhor filme estrangeiro. Além disso, a Rússia venceu o Oscar de melhor curta-metragem de animação com “O Velho e o Mar” (1999).
Os filmes russos “Moscow Strikes Back” (1942), “Dersu Uzala” (1975), “Moscou não Acredita em Lágrimas” (1981), “Prisioneiro das Montanhas” (1997), “O Ladrão” (1998), “12” (2008), “Leviatã” (2015) e “Sem Amor” (2018) também concorreram.