“Rentabilizar o fandom é o futuro do streaming”, essa é uma das principais reflexões abordadas por Kriss Thakrar em um artigo publicado nessa semana (10) no site MiDiA Research. O conteúdo analisa o último relatório do Spotify e a estratégia da empresa voltada para criadores e usuários que, na visão de Thakrar, pode prejudicar artistas e fãs.
Em seu artigo, Thakrar destaca o conceito de “Fandom” como multifacetado, mas, impulsionado pelo tempo gasto pelo consumidor e seu nível de engamento.
“Não existe um comportamento que englobe todo o fandom. No entanto, uma variedade de comportamentos pagos, como: pagar por mercadorias, CDs / downloads e transmissões ao vivo, e ações engajadas, como ouvir álbuns completos, adicionar música a playlists e assistir a vídeos musicais, são indicadores de um fandom”, reflete Thakrar.
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A pesquisa do segundo trimestre da MIDiA mostrou que o público do Spotify tem menos probabilidade de se envolver com quase todos esses comportamentos do que outros serviços de streaming. Segundo Thakrar, com base no comportamento do fandom de música, o Spotify tem muito mais em comum com o Snapchat e o Twitter, do que com o público em outras plataformas de música. Os maiores fãs de música estão escolhendo outros DSPs, aponta o analista.
No artigo, Thakrar destaca que os artistas precisam de fãs e se houver um foco semelhante ao do Facebook voltado para os criadores e usuários, há uma probabilidade maior de levar a uma saturação de conteúdo e consumo do que relacionamentos significativos com os fãs.
Rentabilizar o fandom é o futuro do streaming
De acordo com Thakrar, “saturar uma plataforma com criadores e conteúdo pode ser prejudicial para a construção de fãs porque o fandom é sobre a qualidade dos relacionamentos, não a quantidade”.
“Criar 50 milhões de criadores pode não necessariamente levar a um influxo de fandom. É o fandom que inspira as pessoas a se tornarem criadores. O volante do Spotify é construído com as peças certas, mas está apenas girando na direção errada“, diz Thakrar.
Ainda no artigo, há um paralelo entre a economia chinesa de streaming que baseia-se na monetização do fandom sustentada pelas tecnologias de pagamentos rápidos.
“O streaming no Ocidente agora está preparado para monetizar o fandom com Tidal, Amazon e Apple, todas com suas próprias infraestruturas de fintech. O risco do Spotify é o caminho que está percorrendo, seja monetizar conteúdo e ou o consumo, ao invés de construir e monetizar o fandom que será necessário para seus 50 milhões de criadores”, aponta.
O Spotify divulgou no último mês o Relatório Q2 de 2021, que corresponde aos meses de abril, maio e junho da plataforma. A gigante do mercado de áudio cresceu 20% em número de assinantes, chegando a 165 milhões de clientes premium e 365 milhões de usuários ativos mensais, com um aumento de 22% em comparação ao mesmo período do último ano nessa categoria. Mas, o resultado nesse último tópico foi aquém as projeções feitas para esse trimestre e refletem os desafios da empresa durante a pandemia.