Faltando 10 dias para o lançamento de “Cowboy Carter”, Beyoncé decidiu escrever um texto para os seus fãs. Nele, ela revelou que decidiu estudar mais do country depois de não se sentir bem acolhida em um momento passado. Logo depois, os fãs relembraram alguns detalhes sobre a passagem da cantora no CMA Awards, em 2016.
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Em abril de 2016, Beyoncé apresentou ao mundo o “Lemonade”, álbum que exibiu, pela primeira vez, a artista cantando uma faixa country em “Daddy Lessons”. No mesmo ano, a cantora se apresentou no Country Music Association Awards de 2016 ao lado de The Chicks.
A apresentação, no entanto, recebeu críticas antes mesmo de começar. Afinal, ao ser anunciada, parte do público criticou a escolha de Beyoncé. À época, a cantora vinha sendo amplamente críticada pela supremacia branca norte-americana desde sua participação no Super Bowl, onde fez um tributo ao movimento dos Panteras Negras.
Por outro lado, o convite da cantora para as The Chicks também não agradou a indústria da música country. Afinal, o grupo, criticou duramente, em 2003, a forma como George W. Bush lidava com a Guerra do Iraque. Por isso, a apresentação acabou se tornando ainda mais polêmica.
Mesmo com todo o pano de fundo negativo, Beyoncé resolveu subir com o grupo para uma apresentação com “Daddy Lessons”. A cantora, então, enfrentou problemas com o som, que deixaram o som de seu microfone baixo, e, ainda, algumas expressões descontentes na plateia. Se já não fosse suficiente, a performance sequer recebeu uma menção no site da premiação.
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“Cowboy Carter”, pode ser uma resposta à industria country
Oito anos depois, o texto de Beyoncé deu a entender que os bastidores da premiação foram importantes para o “Cowboy Carter”. Afinal, em um texto compartilhado por ela, a cantora relembra um momento onde não se sentiu acolhida.
“Este álbum levou mais de cinco anos para ser feito. Ele nasceu de uma experiência que tive há anos, onde não me senti bem-vinda… E ficou muito claro que não estava”, escreveu ela.
Ainda no texto, a artista explica que decidiu estudar o country a partir dessa situação. Por isso, o novo álbum serve como uma ferramenta para unir e, ao mesmo tempo, destacar aqueles que educam todos sobre a história musical. “As críticas que enfrentei quando entrei neste gênero pela primeira vez me forçaram a superar as limitações que me foram impostas. O Ato II é o resultado de me desafiar, e levar o meu tempo para misturar e mesclar gêneros para criar este corpo de trabalho“, acrescentou.
Beyoncé expõe falta de representatividade negra no country
Por mais que Beyoncé tenha dito que o “Cowboy Carter” não é um álbum de country, a cantora expôs um problema na indústrial musical: a falta de representatividade negra. Com as mais recentes conquistas obtidas com “Texas Hold’ Em”, a artista exibe que mercado focado no ritmo está atrasado em diversos pontos.
“Sinto-me honrada por ser a primeira mulher negra com o single número um na parada de sucessos de country. Isso não teria acontecido sem o apoio de cada um de vocês [fãs]”, escreveu ela.
Em seu texto de apresentação do novo projeto, Beyoncé ainda deixa claro que busca uma indústria musical com mais equidade, onde recortes de raça e gênero não sejam mais importantes. “Minha esperança é que daqui a anos, a menção da raça de um artista, no que diz respeito aos gêneros musicais lançados, seja irrelevante“, adicionou.