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Receita de música gravada alcança R$ 18,15 bilhões baseada no “Consumo dos Superfãs”

Midia Research. Foto: Divulgação.

De acordo com a MIDiA Research, empresa de pesquisas de mercado, o pagamento de royalties por fonogramas alcançou a marca de R$18,15 bilhões em 2023. A pesquisa atribui esta receita a mudanças no formato de arrecadação por meio do “Consumo de Superfãs”.

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Através de produtos das marcas dos artistas musicais, o cenário mundial fonográfico tem investido cada vez mais em ações como merchandising, conteúdo patrocinado e branding. No âmbito legal, os direitos de imagem e licenciamento devem receber cada vez mais atenção com produtos frutos de parcerias estratégicas entre majors, plataformas de redes sociais e outros atores do mercado fonográfico.

Por exemplo, neste mês, a banda KISS anunciou a venda de seus direitos de “imagem e semelhança” para a Pophouse, empresa sueca de investimentos no mercado fonográfico. No contrato, além da propriedade intelectual, os símbolos da banda de rock serão transformados em produtos como avatares para experiências digitais de shows.

Segundo a MIDiA, a presença de artistas da indústria nas mídias digitais tem gerado receita por meio do uso de suas imagens e outras aplicações.

Mark Mulligan, Managing Director and Analyst do MiDia Research. Foto: Divulgação

Com o atual investimento em inteligência artificial generativa, ao exemplo do Udio, criado por antigos funcionários do Google, MusicFX, da empresa nascida como sistema de buscas, e o Suno, chatbot com IA generativa da Microsoft, os usos e a geração de receita no mercado fonográfico devem ser alargados. Ao mesmo tempo, os dispositivos legais em todo mundo ainda debatem o melhor formato para garantir os direitos dos artistas.

A MIDia também relembra o caso de venda do catálogo musical de Tina Turner, que incluía os direitos de imagem e semelhança no contrato. Já no contrato de venda do catálogo de Bob Marley, o documento reteve esses direitos, para a possibilidade de criação de produtos personalizados além da aquisição do contrato.

Nos Estados Unidos, um caso emblemático de pagamento por direitos de semelhança aconteceu em 1990, com o ator Crispin Glover. A Universal Studios, na época, tentou criar uma prótese facial para a continuação do sucesso cinematográfico de “De Volta para o Futuro”. A ideia era garantir a atenção do público com outro ator, usando uma máscara, interpretando o personagem George McFlyin, consagrado pela atuação de Glover.

Superfãs no digital

Com atenção aos direitos autorais, o mercado fonográfico tem apostado nos fãs como centro de geração de receita. De acordo com a MIDiA, é possível traçar o início de uma economia de creators musicais ao contexto da pandemia de COVID-19, em 2020.

Este fenômeno representa mudanças profundas na indústria. Na Coreia do Sul, por exemplo, o grupo de entretenimento HYBE acumula expertise com a rede social Weverse, construída para os fãs do K-POP.

Em março deste ano, a HYBE assinou um contrato com o UMG, centrado no alcance de fãs. De um lado, a Universal Music busca a transferência de tecnologia de interação com superfãs por meio da Weverse. De outro, a HYBE passa a acessar o mercado estadunidense, com acordo sobre as distribuições de artistas no seu casting.

Outros investimentos foram feitos pela Audiomack, pela SM Entertainment e pelo Spotify. Entre as estratégias baseadas no relacionamento com fãs existe a construção de sistemas que transformam o público fidelizado em assinantes. A venda de pacotes de benefícios exclusivos para os grupos de fãs é também uma alternativa complementar.

Ainda de acordo com a MIDiA Research, o pagamento de direitos de fonogramas cresceu 16% em 2023. Ao mesmo tempo, o mercado de streamings diminuiu a velocidade de crescimento desde 2022, após o ‘boom’, no início da pandemia de COVID-19.

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