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Rashid critica a indústria musical e fala sobre as transformações da paternidade no disco “PORTAL”

Ao POPline, rapper disse que o novo álbum tem potencial para dialogar com novos públicos, sem romper com aquele que já o acompanha
Rashid lança seu novo álbum, "PORTAL". Foto: Robson.Mov

Ao longo da nossa história, nos vemos diante de vários ‘portais’ e ganham aqueles que conseguem lidar com o dinamismo da vida. Em linhas gerais, é sobre isso que Rashid dialoga em seu mais novo disco, “PORTAL”, que chegou aos tocadores de música nesta quinta-feira (8). O rapper paulistano diz que esse trabalho é uma construção de vida, que conferiu a ele uma nova perspectiva e, entre letras ‘afiadas’ e experimentações artísticas, ele aborda temas como paternidade e a toxicidade da indústria musical. Em entrevista ao POPline, Rashid esmiuçou a proposta do novo álbum; confira!

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Foto: Renato Nascimento

“PORTAL” chega dois anos depois de “Movimento Rápido dos Olhos” (2022), o último disco que havia sido entregue pelo rapper e, em seu discurso, ele tem uma visão muito clara a respeito do que diferencia esse projeto dos demais. Agora, Rashid sente que promoveu um potente e revelador encontro consigo mesmo, o que trouxe um grande impacto em seu trabalho e na forma com que olha para as próprias questões.

O artista, inclusive, apresentou a nova fase ao público de maneira um tanto significativa. Ele reflete sobre o maior ‘portal’ que já atravessou, o da paternidade, em “CAIRO”, carro-chefe do novo disco. Esse, inclusive, é o nome de batismo do primeiro filho dele.

“É um álbum de um cara de 36 anos que faz uma música que condiz com o que escuta, com o que gosta, com o que faz aos 36 anos, sendo pai, fazendo rap há mais de 15 anos. Consumindo as coisas que eu consumo, tanto de leitura, quanto de cinema, de discos, e permitindo que essas coisas façam parte do meu processo de composição e de produção também. É nesse ponto que surge a nova perspectiva do Rashid”, contou o rapper, detalhando a proposta do disco.

Novos ritmos, parcerias diversas e posicionamento do rap

Ao longo das 9 faixas que compõem “PORTAL”, Rashid traz 4 parcerias, mesclando o rap a outros gêneros musicais e incorporando novas sonoridades ao seu trabalho, dialogando, inclusive, com artistas de gerações diversas. Melly, artista baiana eleita Revelação de 2023 pelo Prêmio Multishow, é a primeira voz que aparece, na canção “Levante”.

Mais à frente, o rapper recruta o veterano Lenine para “Depois do Depois”. Rashid se junta aos integrantes da banda Lagum em “Sem Norte”. Logo na sequência, ele divide vocais com Péricles na música “Um Tom de Azul”.

Para o rapper, as parcerias surgem durante o próprio processo de criação da música, que, aqui, ao contrário dos trabalhos anteriores do artista, envolve um time mais enxuto na produção. Rashid diz que o próprio teor das músicas vai demandando quem é para estar ali, dividindo aquele som com ele. Mas ele destaca que é importante que o rap seja atravessado por vários outros estilos, o que acredita que reforce a cena e reposicione o gênero em um outro lugar.

“Existe uma mensagem a ser passada. O rap pode passar por todos esses lugares, pode se comunicar com todas essas pessoas, assim como já se comunica. E pode estar lado a lado com todas essas pessoas, seja numa música, num clipe, num festival, numa premiação, em uma grande lista dos maiores discos da história. O rap pode estar lá, deve, na verdade! Porque essa é a qualidade que vem se apresentando nos artistas de rap nos últimos anos. Ao mesmo tempo que aparece muita coisa ruim, muita coisa boa também surge, então isso precisa ser valorizado. Mas, no final das contas, é tudo reflexo do meu gosto, da música que eu quero fazer. A minha música é isso, uma mistura de Péricles a Lagum, Lenine à Melly”, diz Rashid ao POPline.

Nesse compilado, o músico não trouxe nenhum outro artista do rap para uma parceria, o que ele explica não ter sido proposital. Ele revela ter se dado conta desse detalhe quando todas as parcerias já estavam fechadas, mas não descarta se juntar a um outro rapper em lançamentos futuros e revela um dos nomes com os quais ele mais gostaria de gravar.

“Eu gravaria com o Rico Dalasam. É um cara que eu adoro e não tive oportunidade de fazer nada com ele. Espero que apareça logo mais. Eu sou muito fã dos trabalhos dele. Os três últimos são frequentes nas minhas audições, de entrar no carro e já colocar o som dele”, contou o artista.

Crítica à indústria musical e toxicidade do meio

Em “PORTAL”, Rashid sugere uma pluralidade de temas, o que ele vê como um fator em potencial para atrair novos públicos, e gerar identificação. Para além de assuntos como as transformações atribuídas à paternidade e amizade, ele traz, nas entrelinhas, outras discussões mais densas, como as problemáticas da indústria da música e o quanto isso pode acometer a saúde mental dos artistas.

É a respeito do que ele versa em “Castelos de Papel”, quarta faixa do novo álbum. Ele acredita que, ao ouvir a canção, a maioria das pessoas irá interpretar a temática de relacionamento, que, de fato, é uma das camadas da música. Nela, porém, ele também fala sobre a toxicidade da indústria e a desilusão com a fama.

“É um recado para a indústria da música, [fala] sobre quando a gente chega num local e descobre que não era como a gente imaginava. Não era um bando de gente apaixonada por música, querendo fazer a música crescer mais e mais e alcançar pessoas. Eram muitas pessoas com interesses, que muitas vezes são de exclusão, e pessoas essas que comandam as outras que são apaixonadas por fazer música. E é muito comum a gente ver histórias de artistas em crise por causa disso. Então é um olhar por trás dessas crises, do choque emocional que os artistas sofrem sempre. Que não é uma coisa incomum. A gente vê publicamente, inclusive, hoje por causa das redes. Muita gente às vezes surta, falando coisas que não deveria e depois se arrepende. Porque, é isso, a pessoa vive num turbilhão emocional e é preciso de muita sabedoria, paciência, calma pra lidar com tudo isso”, reflete Rashid.

Ouça “PORTAL”!

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