Anitta não levou o “Melhor Artista Revelação” no Grammy Awards 2023, mas o Brasil foi representado pelo Boca Livre. O grupo dividiu o prêmio de “Melhor Álbum de Pop Latino” com o cantor panamenho Ruben Bladés pelo trabalho no disco “Pasieros“. Entretanto, essa vitória também relembrou uma polêmica envolvendo divergências políticas entre os músicos.
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Tecnicamente, o Boca Livre, criado em 1978, está inativo desde 2021. Isso porque Zé Renato (voz e violão), Lourenço Baeta (voz, violão e flauta) e David Tygel (voz e viola caipira) decidiram se desligar do grupo por divergências políticas com Maurício Maestro (voz, baixo, violão e arranjos). Ele é o detentor da marca que dá nome ao quarteto – tanto que apenas o trio citado anteriormente compareceu à cerimônia e subiu ao palco para receber o prêmio.
Um fato curioso é que o álbum “Pasieros” foi gravado em 2011, mas o lançamento aconteceu apenas em 2022. Dessa forma, foi credenciado para concorrer ao Grammy, disputando na mesma categorias com outros grandes nomes da indústria da música latina, como o colombiano Sebastiàn Yatra e até mesmo Christina Aguilera.
Congrats Best Latin Pop Album winner – ‘Pasieros’ @rubenblades & Boca Livre #GRAMMYs
WATCH NOW https://t.co/PMy5r3LaPU pic.twitter.com/qQILiqKXtu— Recording Academy / GRAMMYs (@RecordingAcad) February 5, 2023
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Fãs do grupo, como a jornalista Rita Lisauskas, relembraram das ideias de extrema direita de Maurício Maestro que atrapalharam o andamento do Boca Livre da maneira original. Pensamentos terraplanistas e antivacina do músico incomodaram a convivência com os outros membros.
É pra isso que eu fiz o L!
(Para ver o Boca Livre junto de novo no Grammy, sem a presença tóxica do terraplanista antivax que implodiu meu grupo favorito)@zerenatooficial pic.twitter.com/0Bg4TlzW7Q— Rita Lisauskas (@RitaLisauskas) February 5, 2023
Em conversa com o jornal O Globo, em 2021, Maurício Maestro comentou a saída dos colegas e disse que estava “chateado” com a decisão:
“Chateado, talvez, mas é tudo passageiro. Respeito a decisão de cada um. [Divergências políticas], para mim, nunca foram motivo para eu sair ou querer que alguém saísse do grupo. A coisa musical nunca foi abalada. Fiquei até meio surpreso. Nós tínhamos um trabalho acertado, já contratado para fazer. Isso vai me dar o dobro do trabalho,” declarou.
O inesquecível “Boca Livre” acabou, rachado por divergências políticas em 2021, impactado por ideias de extrema direita. Acontece que em 2011, haviam gravado belo álbum com Ruben Bladés, compositor panamenho de esquerda. Lançado apenas recentemente, o álbum ganhou o Grammy hoje! pic.twitter.com/ZNSPesXMeU
— Claudio Rosa (@claudiorosamd) February 6, 2023
O Boca Livre tinha como formação inicial Zé Renato, Claudio Nucci, Maestro e Tygel. Em 1980, Nucci seguiu em carreira solo e Baeta assumiu o posto até 2021. O disco de estreia, “Boca livre” (1979), chamou a atenção do mercado, impulsionado pela canções “Toada” e “Quem tem viola”.
Referência na MPB pelo som refinado, pelos arranjos e pelas harmonias vocais fora do convencional, o grupo tem no currículo parcerias com Milton Nascimento, Tom Jobim, entre outros.