Vivas, potentes e com voz. Esta é a mensagem sobre pessoas trans e travestis que a Prefeitura do Rio pretende passar com a campanha “Falas Vivas”, produzida pela Secretaria de Governo e Integridade Pública, por meio da Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual (CEDS).
Disponível nas redes sociais neste sábado (29), Dia da Visibilidade Trans, o vídeo traz depoimentos de cariocas de diferentes gerações, com o objetivo de mostrar que é possível vencer as estatísticas e, mais que sobreviver, existir com dignidade no país que mais mata travestis no mundo.
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Gravada no Museu de Arte do Rio, a produção é protagonizada por duas mulheres trans negras com mais de 60 anos: a coordenadora do Centro de Cidadania LGBTI Capital I, Denise Taynah França, e a assessora da Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Mulher do Rio (SPM) Kathyla Valverde.
No vídeo, elas dialogam com uma jovem trans — Lis Lemes, conscientizadora digital e assessora de projetos da CEDS — sobre o significado de sua identidade de gênero, as mudanças na percepção da sociedade sobre suas vidas ao longo do tempo e a discriminação que ainda enfrentam.
“A média de vida da população travesti e transexual continua a esbarrar em 35 anos. Quando fazemos um recorte em relação à raça, a vulnerabilidade dessas pessoas é ainda maior. A campanha busca mostrar a vivência de pessoas que venceram essas estatísticas e dizer que é possível, para quem está começando, olhar para esses exemplos e ter esperança. É urgente refletirmos sobre raça, etarismo e perspectivas de vida digna para a comunidade trans, que ainda é tão desumanizada”, destaca Lis, que, além de participante, também é co-idealizadora do vídeo.
Ações na Semana da Visibilidade Trans
Nas redes sociais, já estão disponíveis duas lives promovidas pela CEDS durante a Semana da Visibilidade Trans. Realizada em parceria com o POPline, a live “Visibilidade Trans por Possibilidades” reuniu personalidades como a influenciadora digital e ex-BBB Ariadna Arantes, o cantor trans Nick Cruz, o criador de conteúdo Stefan Costa e o cantor Beni Falcone.
O bate-papo pode ser assistido na íntegra no perfil do Instagram @portalpopline. Já a live “Vivências e saúde transmasculines” abordou pautas específicas dos homens trans, e também está disponível no Instagram, em @cedsrio.
Celebrado em 29 de Janeiro, o Dia Nacional da Visibilidade Trans remonta ao lançamento da campanha “Travesti e Respeito”, em 2004, que marcou a história da luta contra a transfobia. Segundo a ONG Transgender Europe, que monitora a violência contra pessoas trans em todo o mundo, o Brasil ainda lidera o ranking de nações que mais matam trans e travestis. Em 2020, foram 175 pessoas trans assassinadas no país, segundo levantamento da Associação Nacional de Trans e Travestis (ANTRA).
Mais do que lembrar que pessoas trans e travestis existem e merecem respeito, o Dia da Visibilidade Trans traz destaque à outras demandas desta população, como a dificuldade de acesso à saúde, educação e trabalho.
Para enfrentar estes problemas, a Secretaria de Governo e Integridade Pública, por meio da coordenadoria executiva da Diversidade Sexual, tem promovido projetos como o Garupa, que cadastrou mais de 700 pessoas trans na rede pública de saúde, numa parceria com a coordenadoria de Relações Internacionais e a Secretaria Municipal de Saúde, e o Capacitrans, que ofereceu formação em empreendedorismo a 30 pessoas trans.