Depois de afirmar que só realizaria o Carnaval de de Salvador após a descoberta de uma vacina, o prefeito ACM Neto falou em entrevista à Globonews, no domingo (19), que a folia do ano que vem deve ser transferida para julho.
“O que a gente propõe é que se não houver segurança para manter a festa no começo de fevereiro, que é o mais provável, temos que ser realistas. Que a gente formalize um calendário para o próximo ano, talvez no começo de julho, poderia ser um hipótese”, disse.
Segundo ACM Neto, o prazo limite para tomar uma decisão sobre a realização ou não da festa é novembro. Ele acrecentou que pretende tomar uma decisão conjunta com outras capitais do país para que o Carnaval ocorra no mesmo período em outras cidades.
“Nosso limite para tomar uma decisão é o mês de novembro, no entanto eu já comecei conversas com outros prefeitos. Inclusive o prefeito Bruno Covas, de São Paulo, me ligou no começo da semana passada, depois que eu propus a hipótese do adiamento do carnaval, achando boa ideia. Eu penso que as principais cidades do Brasil podem se juntar: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Recife e outras capitais que têm tradição no carnaval, para tomar uma decisão conjunta”, disse.
O prefeito de Salvador falou ainda sobre a suspensão de outros eventos na capital baiana. As tradicionais lavagens, o Réveillon e os ensaios de Verão, por exemplo, devem ser cancelados.
“Eu anunciei, na semana passada, a suspensão do Festival da Primavera e muito provavelmente teremos que suspender a virada do ano, o Festival da Virada, que acontecem por cinco dias, aqui em Salvador. As lavagens, muito tradicionais, em janeiro e fevereiro, a tendência é que elas não aconteçam”, declarou, ACM Neto.
Ele destacou que somente com a vacina e com a garantia da segurança da imunidade é que poderá voltar a discutir os eventos na cidade.
“Infelizmente, eu acho que o calendário de eventos de todo o verão, daqui de Salvador, incluindo os eventos religiosos, vai estar comprometido”.
Carnaval fora de época
Sem previsão de fim para a pandemia do coronavírus, a realização do Carnaval ficou ameaçada. O prefeito ACM Neto havia sinalizado há uma semana que poderia haver um adiamanto conjunto da festa na capital baiana, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A ideia inicial do político era de empurrar o Carnaval para maio ou junho, para que a festa – tão lucrativa para o turismo – não seja cancelada.
“Todo mundo sabe que além de prefeito, eu sou um carnavalesco nato. Eu amo Carnaval e toda vez que lembro que até novembro iremos tomar uma decisão nesse assunto, me aperta o coração”, ele disse na entrevista.
O cenário para os foliões é incerto e duvidoso, mas ACM Neto afirma que existem duas possibilidades: uma é esperar ter uma vacina que assegure a imunidade e a outra é fazer o adiamento conjunto da festa no calendário oficial.
Ele estuda também a possibilidade de antecipar feriados municipais para criar um “Carnaval fora de época”.