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Por que mulheres recebem tantos ataques nas redes sociais?

O assunto foi pauta no programa HERvolution, produzido pelo Kondzilla

Foto: Instagram (@luisasonza)

A cada 4 minutos, uma mulher sofre algum tipo de violência no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Estes ataques ganham força, espaço, e se expandem na internet, onde os usuários podem se esconder atrás da tela. Com isso, milhares de mulheres, todos os dias, são vítimas de agressões nas redes sociais.

Entre essas mulheres, algumas artistas e outras celebridades se tornam um alvo mais fácil devido sua alta exposição na mídia, o que acaba dando margem para haters. Seja por querer dar uma opinião, critica, ou fazer uma “brincadeira”, os comentários maldosos afetam o psicológico de quem os recebe e podem ocasionar em consequências mais graves.

Luísa Sonza

O caso mais recente de que ouvimos falar é o de Luísa Sonza. A cantora é vítima de ataques desde o seu relacionamento com Whindersson Nunes, onde foi taxada de “interesseira”. O casal se separou e choveram comentários a culpando pelo término. Cada um seguiu sua vida, Sonza engatou em um novo relacionamento, dessa vez com o cantor Vitão e veio mais uma onda de agressões.

Foto: Reprodução Internet

Quando a poeira abaixou e a loira finalmente se viu em paz, seu ex, Whindersson, perdeu o bebê que esperava com a noiva, Maria Lina. Milhares de pessoas a acusaram de ter algo a ver com a situação, a culparam, mais uma vez, e até a ameaçaram de morte.

Depois desta repercussão negativa, Luisa Sonza adiou o lançamento de seu álbum, “Doce 22”, e deu uma pausa nas redes sociais. Para espairecer, foi passar um tempo fora do Brasil com o namorado, Vitão. Depois do silêncio, ela desabafou em entrevista ao Elle View:

Eu sempre segui quieta. Odeio ficar me justificando porque não acho justo também. Eu durmo com a consciência limpa todos os dias e estou sempre sendo contestada e indagada. É um eterno tribunal. Eu pensava: não liga pra isso, você está na sua verdade, faz as suas coisas, acredita no teu. Achava que ia melhorar assim, mas aconteceu o contrário. Só piorou.

Foto: Vivi Bacco

Ela continuou: “Não quero ser atacada na rua, não quero ver meu caráter sendo reduzido a nada, não quero que minha família sofra diariamente, não quero que meu namorado sofra sem ter culpa nenhuma, não quero que meu ex-marido sofra com isso também. Ninguém deve pagar esse preço por viver o seu sonho“.

Porque as mulheres são alvos mais fáceis?

Infelizmente, Luísa Sonza não é a primeira e nem será a última a sofrer este tipo de ataque. Os haters tendem a destilar ódio em cima de minorias, onde conseguem reforçar sua imagem de poder. Vale ressaltar que minoria se trata de ter voz na sociedade, e não da quantidade de pessoas.

A falta de uma maior fiscalização deste tipo de crime, ou até mesmo falta de clareza nos comentários, são empecilhos para uma solução efetiva do problema. Críticas, falas machistas, e racistas, entre outros, muitas vezes se disfarçam com o humor, que quebra o tom sério do que foi dito e dificulta a interpretação.

Além da cantora, a jornalista Maju Coutinho, a atriz Cléo Pires e Karol Conká, ex-participante do BBB, por exemplo, também são grandes alvos de ataques.

HERvolution

Tem muito a ser debatido sobre o tema, que foi pauta no programa HERvolution, do Kondzilla, na RedeTV!, que vai ao ar toda terça-feira às 23h30 no canal. O projeto promete alavancar e engajar a carreira de jovens mulheres do funk, do rap e do trap nas favelas. Apresentado com descontração e bom humor pela cantora e compositora Mila, o programa é delas, feito por elas e para todxs, como se fosse uma confraria de amigas que se reúnem para bater papo numa conversa íntima e divertida.