Ao longo deste ano, Pitty vem celebrando o aniversário de 20 anos do disco “Admirável Chip Novo” e ela sabe que, desde 2003, muita coisa mudou no mercado da música… Em uma recente entrevista, a cantora baiana refletiu sobre a era do streaming, e opinou que números estratosféricos nem sempre são convertidos em casas de show lotadas. “Uma coisa é você chegar em uma praça e tocar para 50 mil pessoas. Outra, é comprar um lugar em uma playlist”, analisou a rockeira.
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Em entrevista ao Estadão, a voz de “Equalize” refletiu acerca das disparidades de público e o modo de se consumir música hoje em dia. Ela preferiu se abster de “fazer juízo de valor” no que diz respeito a artistas que pagam para aparecer em playlists, mas olhou para a situação analisando a própria carreira. Pitty se diz feliz e realizada por poder levar seu público às ruas para assisti-la ao vivo.
“Eu mesma já vi que alguns desses artistas não conseguem botar nem duas mil pessoas em uma casa de show. O que será isso? Será que as pessoas estão ouvindo mais música em casa? Esse pode ser um comportamento geracional? Pode! Mas, para mim, é muito bom saber que tenho público para me assistir”, declarou a rockeira baiana.
No que tange as próprias colocações em playlists, Pitty pareceu estar mais focada em se manter consciente acerca de como funciona o mercado musical hoje. “Uma coisa é você chegar em uma praça e tocar para 50 mil pessoas. Outra, é comprar um lugar em uma playlist. Não se fala sobre isso, mas a gente sabe que o jabá foi mudando de lugar, né? Existem práticas e estratégias de marketing que fazem esses números acontecerem”, complementa ela.
Ela, que acaba de promover um encontro de gerações de artistas em releituras do disco aniversariante “Admirável Chip Novo”, disse que uma das coisas mais bacanas de sua carreira é ver que o público que a acompanha é misto. Nos shows, ela é assistida tanto por fãs que a acompanham desde o início, quanto por uma galera mais jovem que acabou de chegar.
“Sempre quis isso. Sempre falei para a diversidade. (A música) ‘Máscara’ é sobre isso. Quando eu toco em praça pública, fora das grandes cidades, vejo praças com 40, 50 mil pessoas. Na rua! Vejo crianças, vejo gente da minha idade, mais velha, mais nova. Muitas mulheres, público LGBTQIA+, roqueiros com camisa preta. Não sei se poderia almejar outra coisa. Uma mulher nordestina, artista de rock… Para mim, isso é sucesso”, reflete Pitty.