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Pesquisa mapeia a diversidade na indústria musical do Brasil

Iniciativa convoca profissionais da música a responderem questionário que apontará mudanças no setor

Pesquisa mapeia a diversidade na indústria musical do Brasil
Foto: Divulgação

Quando o assunto é diversidade no ecossistema musical do Brasil, será que o setor ainda reflete o padrão de desigualdade quando analisamos a presença de pessoas negras e/ou mulheres na ocupação e liderança de espaços artísticos, políticos e de empresas do mercado?

Com o propósito de promover o debate e mudanças significativas para o setor, a Escola Música & Negócios coordena a Pesquisa “Diversidade na Indústria da Música do Brasil” e busca mapear os desafios que o mercado enfrenta, a partir de uma análise confidencial e comparativa com dados do Reino Unido, clique aqui para participar.

“Estamos realizando um mapeamento sobre a presença de pessoas negras e mulheres na indústria da música. Vamos comparar as realidades do Brasil e do Reino Unido. Pesquisas como a desenvolvida pela DATA SIM e pelo Ecad apontam que as mulheres ainda não têm posição de destaque em cargos executivos e outros levantamentos indicam que 75% das recomendações de algoritmos no streaming são para intérpretes homens. Com os dados, pretendemos colaborar para o debate para transformar essa realidade, indicando a necessidade de metas mais ousadas e também as iniciativas positivas existentes”, destaca Leo Feijó, Coordenador Executivo da Escola Música & Negócios.

Pessoas negras em cargos executivos

Um dos dados utilizados na construção da análise aponta que no Reino Unido, uma pesquisa publicada em 2020, pela UK Music, informa que a representação de pessoas negras, asiáticos e outros grupos tidos como minoritários no país na posição de “executivo sênior” cresceu de 17,9% em 2018 para 19,9% em 2020. Ou seja, apenas 1 a cada 5 ocupam cargos gerenciais ou de diretoria. 

No Brasil há poucos dados sobre a presença de pessoas negras na indústria da música, mas temos dados sobre o setor empresarial. Segundo o IBGE (2019), 56,10% da população brasileira é formada por negros (pretos e pardos). A participação de pessoas negras em cargos de chefia é bem menor. Segundo o Instituto Ethos (2019), os negros ocupam apenas 4,9% das cadeiras nos Conselhos de Administração das 500 empresas de maior faturamento do Brasil. Entre os quadros executivos, eles são 4,7%. Na gerência, apenas 6,3% dos trabalhadores são negros.

Mulheres com protagonismo na indústria da música

No Top 50 de uma das principais plataformas de streaming no Brasil, somente seis músicas de mulheres aparecem na lista. No Top 10, somente uma. Segundo pesquisa publicada em 2021 pela The Conversation, com dados do mercado europeu, o algoritmo utilizado em serviços de streaming tem mais probabilidade de recomendar músicas de homens do que de mulheres. Em 330.000 artistas, apenas 25% dos artistas eram mulheres.

No Brasil, a população brasileira é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres, segundo o IBGE (2019). Levantamento do Ecad indica que as mulheres são minoria entre compositores que recebem Direito Autoral. São 14,9%, enquanto os homens respondem por 85,1% dos royalties.

Todos esses dados fomentam a necessidade da criação políticas que promovam um cenário mais igualitário, a partir de um entendimento assertivo feito por dados de uma pesquisa. Em apenas 3 minutos, os profissionais da música podem contribuir para a geração de dados valiosos para o desenvolvimento do setor, clique aqui para participar.