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Pesquisa da IFPI aponta que Brasil está acima da média mundial de consumo de música

Segundo o ‘Relatório Engaging with Music 2023’, os brasileiros consomem 24,9 horas semanais de música, contra 20,7 horas por semana, no mundo

Relatório Engaging with Music 2023. Foto: Divulgação.

A IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), que representa a indústria da música gravada em todo o mundo, lançou o relatório ‘Engaging with Music 2023’, estudo global que examina como as pessoas se envolvem, acessam e se sentem em relação à música. O relatório é acompanhado por um recorte do mercado brasileiro, divulgado pela Pro-Música, entidade que reúne as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil.

O estudo revela que o tempo médio de consumo de música no mundo atingiu um novo recorde: 20,7 horas por semana. Ainda segundo o levantamento, os brasileiros superam a média mundial, com 24,9 horas semanais ouvindo música.

Os dados do estudo são baseados em trabalho de campo realizado entre agosto e outubro de 2023 em 26 países. Foram recolhidas as opiniões de mais de 43 mil usuários de internet/ fãs de música com idades entre 16 e 64 anos.

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As principais conclusões do relatório de 2023, no mundo e no Brasil, são:

A música está sendo mais ouvida do que nunca

No mundo, 20,7 horas foi o tempo, em média, que as pessoas passam ouvindo música por semana (acima das 20,1 horas em 2022). O crescimento do tempo semanal de audição em 2023, significou treze músicas adicionais de três minutos por semana neste ano, em média. Já no Brasil, são 24,9 horas semanais ouvindo música, em média.

Foto: Unsplash.

Há mais interação com a música através de mais métodos

O estudo mostra que, no mundo, 79% das pessoas são de opinião que existem mais formas de ouvir música do que nunca (contra 76% em 2022). Em média, as pessoas usam mais de sete métodos diferentes para interagir com a música.

No Brasil, 82% do público acha que existem mais formas de ouvir música agora do que nunca. Em média, os brasileiros usam 9 métodos diferentes para consumir música.

Existe um grande conhecimento da Inteligência Artificial entre os fãs de música, mas quase todos pensam que a criatividade humana deve ser respeitada

De acordo com o levantamento, no mundo, 79% concordam que a criatividade humana é essencial para a criação musical. No Brasil, 85% concordam.

Por sua vez, 74% das pessoas que conhecem as capacidades musicais da Inteligência Artificial no mundo concordam que a tecnologia não deve ser utilizada para clonar ou personificar artistas musicais sem autorização.

No Brasil, 70% dos consumidores de música acham que a Inteligência Artificial não deve ser utilizada para clonar ou personificar artistas musicais sem autorização.

Foto: Rawpixel


A variedade de gêneros

O levantamento aponta que, no mundo, os fãs ouvem em média mais de 8 gêneros musicais diferentes. No Brasil, são mais de 10 gêneros musicais diferentes ouvidos, em média

 A música é importante para a saúde mental e bem-estar

O ‘Engaging with Music 2023’ revela que, no mundo, 71% dizem que a música é importante para a saúde mental. 83% das pessoas afirmam o mesmo no Brasil.

A música não licenciada ainda é um problema significativo

De acordo com os dados do estudo global, no mundo, 29% usam meios não licenciados ou ilegais para ouvir ou obter música. No Brasil, 47% é o índice de consumidores de música através de métodos ilegais ou não licenciados.

“A música é extremamente importante para a vida das pessoas. ‘Engaging with Music’ mostra como os fãs estão aproveitando as oportunidades para ouvir mais música e de mais maneiras do que nunca. No entanto, o uso de música não licenciada continua a ser um problema significativo para a comunidade musical, especialmente à medida que as tecnologias continuam a evoluir. Precisamos continuar a fazer tudo ao nosso alcance para apoiar e proteger o valor da música”, afirma Frances Moore, Diretora Executiva da IFPI.

Frances Moore, Diretora Executiva da IFPI. Foto: Divulgação.

“O relatório ‘Engaging with Music’ é uma importante ferramenta para se entender como o consumo de música gravada vem se transformando nos últimos anos, firmando-se cada vez mais a percepção de uma multiplicidade de modelos e formatos de acesso ao conteúdo musical, o que beneficia a todos os participantes da cadeia produtiva do setor, e sobretudo, ao público consumidor final e fãs de música de uma forma geral”, disse Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil.

Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil. Foto: Divulgação.
Paulo Rosa, Presidente da Pro-Música Brasil. Foto: Divulgação.

Os dados específicos da pesquisa relativos ao mercado brasileiro revelam vários aspectos positivos, como por exemplo o fato das informações nacionais estarem em geral bastante próximas às médias globais, o que demonstra que o setor de música gravada no Brasil está em linha com o que se pratica nos principais mercados musicais do mundo. No caso de utilização de meios ‘piratas’ para acesso à música, entretanto, estamos acima da média mundial (29% global X 47% Brasil) o que reforça a necessidade de trabalho contínuo do setor e atenção dos legisladores e governos, para a proteção tanto dos criadores e artistas, como do mercado musical legítimo de música gravada e a continuidade de seu desenvolvimento”, complementa Paulo Rosa.

Os principais motivos para assinatura de serviços de streaming musical

Entre os que consomem música através de streaming de áudio por assinatura, foram apontadas 3 razões principais para optarem pelo modelo de subscrição:

  1. Poder ouvir o que quer quando quiser;
  2. Ausência de anúncios interrompendo a música;
  3. Acesso a milhões de músicas.
Foto: Unsplash.

A relação dos consumidores de música com a Inteligência Artificial

Pela primeira vez, este ano o relatório inclui uma seção dedicada à Inteligência Artificial (IA). O avanço rápido da tecnologia de IA generativa continua a apresentar oportunidades e desafios para a comunidade musical e para os artistas. 

O levantamento aponta que quase oito em cada dez fãs de música no mundo (79%) sentem que a criatividade humana continua a ser essencial para a criação de música. 

Inteligência Artificial. Foto: Divulgação

Para os fãs conscientes da capacidade da IA generativa de copiar o repertório de artistas existentes, a autorização para o uso da música de qualquer artista é vista como  inegociável: no mundo, 76%  acham que a música ou os vocais de um artista não devem ser usados ou ingeridos pela IA sem permissão, como consta no relatório.

Além disso, o estudo revela que 74% concordam que a IA não deve ser utilizada para clonar ou personificar artistas sem autorização. A maioria dos fãs também apoia a necessidade de transparência, já que 73% concordam que um sistema de IA deve listar claramente qualquer música que tenha utilizado.