O Halloween pode já ter passado, mas o clima de terror continua com a DarkSide Books, que preparou uma série de lançamentos de novos títulos de autores brasileiros. E entre eles está o “Vantagens Que Encontrei na Morte do Meu Pai”, de Paula Febbe.
O novo livro da autora aborda traumas de uma mulher no luto pela morte do pai, que era ausente e abusivo.
Foto: Divulgação
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Na trama, a personagem Débora aborda desamparo paterno, traumas e hiatos na relação com seu pai, agora falecido. “Vantagens Que Encontrei na Morte de Meu Pai” acontece dentro da cabeça de uma psicótica em crise e essa vertente psicológica do texto não é a toa: a autora Paula Febbe é formada em Psicanálise e explora bem seu conhecimento em seu novo livro.
O livro também aborda cortes e marcas que os homens imprimem quando invisibilizam a existência feminina, tudo isso em um texto descrito como cruel e ao mesmo tempo necessário, já que todos os indivíduos são as marcas, delírios e desejos mais perversos dos pais.
Ao POPline, Paula Febbe conversou um pouco sobre o novo trabalho e apontou semelhanças com sua própria vida e seu próprio luto pela perda de seu pai.
Foto: Divulgação
Como surgiu a ideia para o livro?
Surgiu através de situações que eu vi e soube. Surgiu como um grito de liberdade, porém talvez não tão bem sucedido, já que há muito sofrimento nessa vingança.
Há algo de autobiográfico na trama?
Posso dizer que há, sim. Meu pai, de fato, faleceu e eu quis escrever sobre a morte dele. Porém também queria falar sobre uma mulher que se vinga de injustiças sofridas por outras mulheres e por ela mesma, sem que ela fosse tão consciente de tal sofrimento. A morte do pai serve como ponto de partida para um surto psicótico que desencadeia acontecimentos bastante brutais.
Como sua formação em psicanálise acaba ajudando na história do livro?
Como o livro acontece dentro da cabeça de uma psicótica em crise, creio que o conhecimento tenha sido crucial para compor a protagonista e imaginar os cenários de maneira realista, principalmente pela estrutura psíquica dela ser mais elástica quanto aos cenários e acontecimentos.
Quais sentimentos você quis explorar neste livro? Quais sensações você buscou fazer que os leitores sentissem?
Eu sempre gosto de incomodar. Adoro o incômodo, pois acho que ele transforma. Gosto de fazer o leitor se contestar. Rever alguns conceitos sobre ele mesmo.
Qual a mensagem central que o livro passa ao leitor?
Acredite no que as pessoas fazem, não no que elas dizem.
