Ela foi a primeira drag queen brasileira a alçar grandes voos na carreira. A consolidação do seu sucesso escancarou as portas do mercado musical para outras artistas do segmento no país. Pabllo Vittar faz história e o seu trabalho não só impacta a indústria do entretenimento, como estimula uma nova safra de talentos por aqui.
Por causa disso, o POPline procurou Pabllo e pediu a ela cinco indicações de artistas drags para conhecer nessa quarentena e ficar de olho no trabalho que elas andam fazendo. Saiba, agora, quem são!
Enme Paixão
Enmerson Paixão, ou Enme, tem 26 anos e nasceu em São Luis, no Maranhão. Formada em Publicidade, ela começou a carreira na área de produção de eventos, na capital maranhense e, em 2017, fez uma participação na música “Revis”, de seu produtor Brunoso.
No ano seguinte a rapper e drag queen lançou sua primeira música, “Sarrar”, com participação de Butantan. A canção tem uma mistura de funk e afrobeat e se tornou a mais ouvida de sua carreira, no Spotify.
“Sarrar abriu muitas portas na minha trajetória e principalmente, para o tipo de som que eu gosto de fazer: composições dançantes mas que possam gerar alguma reflexão social nas pessoas, seja através da letra ou do videoclipe. É sobre mandar uma mensagem subliminar através das músicas” diz Enme.
Depois do sucesso com o single de estreia, a artista lançou seu primeiro EP intitulado “Pandú”, com seis faixas. O projeto bateu a marca de mais de 100 mil streams no Spotify e ganhou destaque internacional por sua capa, com fotos de divulgação publicadas pela Vogue Itália.
No ano passado, Enme ganhou um concurso de novos talentos em São Paulo. Já no início desse ano, ela lançou seu single “Batidão”, que teve produção do Noize Man, que trabalhou com Pabllo Vittar e Aretuza Lovi. Ela também teve a chance de cantar no Galo da Madrugada, no Carnaval de Recife, a covite do Romero Ferro e junto com Pabllo.
“Foi emocionante subir naquele trio e me deparar com aquela multidão. Melhor ainda viver aquele dia histórico tendo um trio cheio de LGBTS e duas drags do Maranhão. Foi um dos encontros mais divertidos que tive com a Pabllo e todas as manas que estavam ali” relembrou.
Para o futuro, Enme planeja um álbum – o primeiro da carreira. “Como uma boa devota da Beyoncé que sou, quero fazer algo lendário!”, diz. “Eu acredito que tudo acontece no momento certo. É importante dar um passo de cada vez sempre trazendo verdade no que se faz. Tenho uma equipe muito talentosa e quero oferecer a melhor estrutura pra gente produzir muito mais”, afirma.
Veja o clipe de “Batidão”
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Kaya Conky
Igor Ferreira é natural de Fortaleza e, aos 24 anos, faz sucesso com sua persona drag queen, Kaya Conky.
Cantora e compositora, Kaya conta que, na música, costuma passear pelo tipo de som que gosta de ouvir e que combina com a sua voz. “Amo funk e brega funk, e venho começando, também, a experimentar novas possibilidades, para ver no que dá”, revela.
Kaya ganhou notoriedade depois do lançamento da canção autoral “E Aí Bebê”, no final de 2016. A música rapidamente viralizou na internet e o videoclipe, lançado no ano seguinte, bateu mais de 9 milhões de visualizações.
Com o sucesso, não demorou muito para Kaya embarcar em uma turnê pelas boates do país. Ela possui dois EP’s: o “Sabe Que Vai” partes 1 e 2.
Antes de cantar, ela se apresentava como DJ em festas gays de Natal, onde mora. A primeira vez que se montou foi em 2014, por influência do reality show RuPaul’s Drag Race.
“Visualmente eu busco referências de algumas artistas que eu gosto e personagens de série que eu assisto, combinado de outras coisas que eu e meu stylist curtimos. O resultado é essa bela boneca que vocês vêem aí (risos).
A cantora tem parcerias gravadas com Lia Clark e Mulher Pepita. Seu videoclipe mais recente, “Sequência do Bota”, tem mais de 1,2 milhão de visualizações no YouTube. No Instagram, Twitter Facebook, ela soma quase 420 mil seguidores.
“Trabalhar com o que eu trabalho vem sendo, desde sempre, uma experiência que me satisfaz muito. É onde eu mais me encontro e me preenche demais. Quero que isso se mantenha pra sempre, pois sinto que essa é a parte mais importante para manter todo o restante funcionando bem”, diz.
Veja o clipe “Sequência do Bota”
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Kika Boom
Diretamente de Goiania vem Rafael Stefanini, ou Kika Boom, como ficou conhecida. Cantora, compositora, DJ e performer, Kika tem 24 anos e começou a carreira postando covers e músicas originais no piano, ainda como Rafael, através do SoundCloud, em 2012.
Naquela época, diz, já se montava como drag queen, mas sem muita pretensão. Um dia, resolveu mandar suas músicas pra todos os produtores que conhecia e assim chegou em Rodrigo Gorky, que trabalha com a Pabllo. Ele adorou suas composições e a convidou para escrever para os artistas que ele produzia.
Em 2015, surgiu a oportunidade de compor para própria Pabllo Vittar. Desta parceria, surgiram as melodias de “Irregular”, do Vai Passar Mal, e de “Miragem”, do Não Para Não.
No ano seguinte, ela compôs músicas para Lia Clark e pouco tempo depois decidiu sair de trás das cortinas para ganhar os palcos. “Eu adoro transformar minha vida em piada ou som. Acho que a paixão pura por música e o senso de humor sempre serão o meu diferencial de alguma forma. Se eu pudesse definir o meu estilo seria isso: música, humor e criatividade. Mas até agora, as pessoas só conheceram pistas de mim”, diz.
Seu primeiro single, “Fast Phoda”, foi lançado em 2018. Mas ela ganhou mesmo a atenção da internet com o viral “Loka de Pinga”, em parceria com Danny Bond – é uma paródia arrocha de “End Game” da Taylor Swift. Depois ainda veio o bregafunk “Bomba Kleyton”, com Kaya Conky, que acumula quase 2 milhões de visualizações no YouTube.
Este ano, Kika planeja lançar seu álbum de estreia, que terá a música “Som Legal”, gravada com Lia Clark. “Eu tô muito ansiosa pra que me conheçam por inteira no meu primeiro disco, que tá muito legal e 100% minha cara. Tem axé fofo, arrocha sofrido, pop perfection, piada romântica, feats icônicos…Tudo o que a gente ama misturado de um jeito divertido. Tô louca pra encenar isso nos shows também. Espero muito que as pessoa gostem”, finaliza.
Veja o clipe de “Som Legal”
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Electra McKlein
Electra McKlein tem 21 anos e é uma drag queen DJ e cantora de Pop e Rock alternativo. Ela é natural do município de Ilha Solteira, no interior de São Paulo, e seu nome é inspirado no álbum Electra Heart, da cantora Marina & The Diamonds, e no estilista Alexander McQueen.
Ela conta que começouo a se montar em 2016, quando formava uma dupla de DJs chamada ‘Double Trouble’, junto com uma amiga. O projeto durou um ano e, nesse meio tempo, ela começou a vislumbrar a possibilidade de trabalhar com música autoral, montada. Pabllo Vittar e a Adore Delano, lembra ela, foram suas inspirações. “E tinha Lana Del Rey, também, que sempre me inspirou. Eu sempre gostei um pouco desse universo Indie e sempre tento trazer algumas referencias”, diz.
Seu primeiro single, “Na Sua Cama”, foi lançado em 2017. “É uma versão de’Cool Girl’, da Tove Lo, com uma pegada bem abrasileirada”, explica.
Em seguida, veio a música “Pirar”, em 2017, que entrou em várias playlists oficiais do Spotify e do Itunes, e se tornou seu maior sucesso.
No ano passado, ela lançou seu EP intitulado “Overdose”, além das músicas “Desfocada” e “Suave”. Seu último trabalho foi lançado esse ano e se chama “Senta”.
Veja o clipe de “Na Sua Cama”
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Victória Müller
Aos 23 anos, Victória Müller se define como DJ, performer e “cantriz”. Natural de Uberlandia, em Minas Gerais, ela começou a ter reconhecimento nacional depois de participar de uma competição no Programa do Raul Gil, no SBT.
Ela conta que começou a fazer drag em 2015, por pura diversão. Depois, pegou gosto e começou a sair para as baladas montada. “Foi libertador”, recorda.
Logo vieram os convites para tocar em festas e boates de Uberlândia e ela lançou sua primeira música, “O Bumbum é Dela”. Não parou mais!
Sua participação no Programa Raul Gil ocorreu em 2018, no quadro “100% Drag”, onde ela chegou na semifinal. Depois disso, ela lançou sua segunda música, chamada Magnata.
Seu trabalho mais recente foi lançado em outubro do ano passado. A música se chama “Boneca”. É o meu xodó. Foi o projeto que mais me dediquei, porque dirigi e produzi”, conta.
“Little Monster” desde sempre, Victória diz que sempre foi muito fã da cena pop e drag. “Eu digo que a Victória é uma drag versátil. Como gosto de vários estilos de drag, procuro incorporar um pouco de cada, trazendo junto minha personalidade”, afirma.
Veja o clipe de “Boneca”
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