A novidade do fim de semana no Prime Video é “Um Ano Inesquecível – Verão”, filme derivado de um conto escrito por Thalita Rebouças e protagonizado por Livia Inhudes e Micael Borges. A história se passa no Carnaval do Rio de Janeiro e gravá-la foi um desafio para a produção. Há cenas na quadra da escola de samba Portela, na Sapucaí e em cima de bloco de Carnaval de rua. Detalhe: tudo gravado dentro das restrições sanitárias impostas pela pandemia do coronavírus.
“Poderíamos ter feito no LED, mas não é Carnaval. O Carnaval não pode ser no LED. Por mais que a gente estivesse fazendo um filme da Amazon, a gente não tem como reproduzir o Carnaval na pandemia”, lembra a diretora Cris D’Amato, responsável pelos truques de enquadramentos, ângulos e cortes para sempre dar a impressão de que havia mais gente no set do que fato existia.
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Um desfile de escola de samba fictício
É comum novelas aproveitarem desfiles reais de escolas de samba, durante o Carnaval, para gravação de cenas para ficção. Mas “Um Ano Inesquecível – Verão” gravou uma sequência de desfile da Portela fora de época. A diretora de arte Yurika Yamasaki recriou carros alegóricos e alas inteiras. A produção também conseguiu emprestada a famosa águia da Portela, para abrir o desfile fictício.
“O carro com a águia da Portela tinha 70 metros, e levamos para a Avenida. Adoro falar isso! A Yurika reproduziu o carro do indígena. A gente conseguiu fazer a reprodução das baianas e de várias fantasias. Também conseguimos fazer o ator Diego Martins dançar com a comissão de frente… A gente arrumou o pessoal da comissão de frente de verdade mesmo! Quem está dançando ali são as pessoas que estavam na comissão de frente de 2020 e passaram a coreografia para ele. Foi tudo muito mágico. Muito cinema mesmo. Poderíamos ter feito no LED, mas não é Carnaval. O Carnaval não pode ser no LED”, conta a diretora.
Truques de figuração
As regras sanitárias da pandemia restringiam o número de pessoas no set. Carnaval, por essência, é uma festa de aglomeração, e a diretora precisava fazer parecer que a Sapucaí estava cheia – com o mínimo de figurantes. Foram cinco noites de gravação na Avenida, e houve alguns truques para passar a impressão de local cheio.
“As perninhas da pessoas na arquibancada eram os figurantes que eu deslocava: ‘agora sobe, balança as perninhas, agora desce, vira o pessoal das frisas’. Foi um grande desafio. Eu olho na tela e fico ‘meu Deus’. A gente não comprou imagens. É tudo da gente”, Cris D’Amato explica o processo ao POPline.
Gravações na quadra da Portela
Quem fez a ponte entre a produção do filme e a gerência da Portela foi Clarisse Nogueira, irmã do cantor Diogo Nogueira. Grande parte do filme se passa na quadra da escola de samba carioca, em Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio. Mas a equipe esbarrou mais uma vez nas regras sanitárias: só podia levar 200 pessoas para a quadra, o que, segundo a diretora, “não enche o local”.
“Teríamos que usar multiplicação digital, e falei ‘não quero usar multiplicação’. Fui um dia antes, filmei a quadra, levei 200 pessoas, inseri… Foi tudo muito armado”, lembra Cris.
O filme conta a história de Inha (Livia Inhudes), uma jovem do interior que sonha em estudar moda em Paris. Em busca de uma carta de recomendação, ela começa a trabalhar na quadra da Portela após ver na TV que a estilista internacionalmente conhecida Carrie Catherine (Mariana Rios) está envolvida com o desfile deste ano. Uma vez na quadra, ela desenvolve sentimentos por Guima (Micael Borges) enquanto tenta esconder do pai que está passando uma temporada no Rio de Janeiro.
