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Opinião: O popular fica cada vez mais popular?

Artigo de opinião assinado por Marina Mattoso, para o POPline.Biz é Mundo da Música
Marina Mattoso. Foto: Divulgação.

O primeiro ponto é que, naturalmente, quando um produto se torna extremamente popular, como por exemplo “Chico”, da Luisa Sonza, o interesse por ouvir a música é muitas vezes menor do que o interesse em participar da conversa.

Beleza, mas e as músicas não-hits? Você abre o perfil de música de um artista e vai primeiro nas músicas mais ouvidas? Ou segue outro caminho? É natural que a gente “aproveite” o trabalho de outras pessoas numa época de abundância de conteúdo. É muito mais provável que eu goste de algo que 1 milhão de pessoas ouviram do que o que 2 mil pessoas ouviram (?).

Toda sexta-feira acesso o novidades da semana (playlist editorial que é feita a partir das escolhas de um profissional curador de música) e depois meu radar de novidades (playlist de algoritmo, que me mostra os lançamentos com base no meu gosto).

Otimizando minha presença no Spotify (ou outro DSP) – Playlists editoriais e de algoritmos

Este incômodo surgiu a partir da minha participação no Novíssimos Labs, projeto realizado pela Maré Produções, que leva painéis de profissionais da música/entretenimento de todo o Brasil para Salvador, tendo como público 12 artistas selecionados de toda Bahia. E estes artistas, “mesamigos”… São muito bons para o meu gosto e eu não conhecia nenhum (emoji palhaço).

Segue a playlist que a gente montou juntos abaixo pra vocês conhecerem também:

Fiquei encucada e fiz um post no LinkedIn:

Foto: Divulgação.

 

Uma artista underground respondeu: “(…) Não sou induzida por aqueles escolhidos por nenhuma curadoria pós 2010 quando houve uma injeção de artificialidade massiva por parte da indústria como jamais houvera na história. (…)”

Eu entendo o raciocínio dela, mas também considero que vivemos na era da abundância de conteúdo, onde pra você ler esta coluna está abrindo mão de ver as 198 notificações que surgiram no celular, de ver série, de ouvir podcast e daí em diante. Precisamos de um filtro pra ouvir ou “descobrir” algo com mais chances de gostarmos. E que filtro melhor do que o algoritmo, inteligência artificial capaz de identificar meu gosto com base no meu consumo e me indicar músicas que necessariamente eu nunca ouvi (a “Descobertas da semana” serve pra isso)?

Mas concordam que o algoritmo tem por interesse me manter na plataforma. Logo, ele é avesso a riscos muito grandes. Então, ele pouco provavelmente vai me mostrar algo verdadeiramente inesperado.

Elucubrações aqui… Conta pra mim: como você descobre música? 

Opinião: Curadores e pesquisadores musicais respondem

Extra sobre o Novíssimos Labs:

Convidei 3 artistas que participaram da masterclass para falarem o que mais gostaram de aprender:

Kafé: Para o Kafé, a matriz SWOT, definição de metas SMART e definição de KPI’s foram os melhores aprendizados. 

“A matriz SWOT, porque ela me pareceu ser o coração, mesmo, de qualquer estratégia que você vai construir. Não dá pra traçar nenhuma meta sem conhecer suas forças, fraquezas e etc. Acho que é um raio X muito preciso em cima da carreira e das suas qualidades e suas fragilidades”.

Opinião: A Matriz FOFA

“A segunda coisa foi aprender a diferenciar ‘meta’ de ‘vontade’, escrevendo de uma forma bem prática e objetiva quais são as nossas metas, onde a gente quer chegar. E, muitas vezes, o artista acaba misturando tudo isso. Acho que a «vontade» fica num território mais abstrato, enquanto as «metas» ficam num território mais prático, objetivo, e até mais numeral, de coisas que a gente quer alcançar”.

“A terceira coisa que me fisgou foi o índice de KPI, pra medir esse nosso êxito, esse nosso resultado. Ficar de olho nos índices certos que vão demonstrar se a gente realmente tá acertando e colhendo resultados, frutos. Um tripé; pilares que mais me acrescentaram.”

Kafé. Foto: Caio LírioNovíssimos Labs.

Fatel: Para o Fatel, o que mais reverberou foi a compreensão de que estratégias, redes sociais, plano de ação, etc. devem servir ao artista, como forma de empoderar o artista e suas convicções e intenções. 

“Falando do momento em que a gente está, em 2023, com a tecnologia e com as redes sociais funcionando como funcionam, para qualquer marca inclusive o artista  entender como o marketing digital pode ser uma maneira da gente conseguir comunicar melhor o que a gente quer passar é fundamental.”

Fatel. Foto: Divulgação.

Vírus Carinhoso: Já para o Vírus, o que mais reverberou foi a parte de traçar o público-alvo. Falamos sobre como é fundamental a criação de estratégias para o superfã mas também para o público que nunca ouviu falar de você embora tenha muito potencial de consumir seu trabalho (no caso, eu, que não conhecia estes artistas e já estou ouvindo em looping). 

“Como identificar o nosso público, identificar nossos nichos e nossas massas, os nossos apologistas, as nossas categorias de públicos… (…) Adorei ter participado e o que eu vou levar dessa experiência é pensar e articular mais sobre o meu marketing e como eu me comunico com o meu público.”

Vírus Carinhoso. Foto: Bruna Palma/Divulgação.

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Marina Mattoso atualmente CEO da Jangada Comunicação, agência focada em Planejamento Estratégico e Marketing de Conteúdo que tem “a bordo” artistas como: Gilberto Gil, Ludmilla, Maria Rita, Claudia Leitte, Kell Smith, entre outros. Marina também é coordenada do curso Marketing Digital para Artistas, do Music Rio Academy.

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