in

A música do amanhã que se tornou o agora

Paulo Vaz, Colunista POPline.Biz é Mundo da Música
Foto: Paulo Vaz/Divulgação

Que o mercado da música está em constante transformação, isso a maioria de nós que habitamos nesse meio sabemos. Mas, será que estamos identificando como o público enxerga tudo isso?

Hoje, os artistas precisam competir com uma quantidade enorme de outros artistas. A quantidade de faixas lançadas diariamente é enorme, e a atenção de quem ouve, está cada vez mais abrangente. Será que estamos absorvendo tudo?

O que realmente fará sucesso será quem melhor souber usar o marketing tecnológico ou quem tiver a melhor canção?

Estes desafios também têm perigos. Não podemos deixar que a qualidade seja uma refém das ferramentas de venda. Investir em um aprimoramento auditivo é importante para que saibamos identificar quando investimentos enormes em músicas ruins estejam dominando o mercado apenas por jogadas comerciais.

Esse é um grande desafio que antes era medido principalmente pela qualidade da canção e não somente pela quantidade de plays que ela tem.

Agora, pensando no lado negocial da música, essas novas tecnologias de marketing digital ajudaram os artistas a atingirem seu público com mais eficiência e gerando assim mais receita. Pois, dessa forma, há um direcionamento mais apurado e isso torna cada vez melhor as campanhas publicitárias voltadas ao mercado, dando assim mais exposição e uma melhor entrega de receita.

Com essa quantidade enorme de músicas e artistas entrando diariamente nas plataformas, se identificou um aumento expressivo das playlists. Elas estão transformando a forma como os ouvintes descobrem a música, afinal, são cardápios já prontos e selecionados do que tem de novo e de sucesso no mercado.

Com a música cada vez mais portátil e presente diariamente na vida das pessoas, isso leva a novas oportunidades e desafios. Como despontar nesse oceano? Como conquistar e entender os fãs? Como entrar nessas playlists? Estes são desafios constantes e intermináveis nesse cenário atual. Isso ocasionou diretamente um declínio expressivo dos álbuns.

Agora, isso não é novidade para ninguém, pois a economia do streaming separou a música e o formato do álbum – que já vem em declínio há anos consecutivos. Nos próximos anos com certeza, os álbuns tradicionais desempenharão um papel secundário, enquanto os singles ocuparão cada vez mais o centro do palco e se tornarão o foco da promoção musical.

O mais importante é entendermos que, a democracia musical atual traz atrelada a ela uma enxurrada de negócios que podem nos influenciar de maneiras positivas e negativas.

____________

Paulo Vaz, formado em Publicidade e Propaganda é tecladista, guitarrista, compositor e produtor musical. Tendo iniciado sua carreira como músico profissional em 1994 na cidade de Ribeirão Preto, interior de SP, onde foi criado.

Como produtor musical, atua na produção musical para publicidade e audiovisual, no qual realizou vários projetos de criação e produção de jingles e trilhas para TV e Cinema.

Reside na capital paulista há 17 anos e faz parte do Estúdio Lua Nova como produtor musical, lugar onde produziu discos de bandas como Haimanda, Gatalógica, Mariana Magri, Remix de Vamos Fugir com Seu Jorge, Kilotones, Karin Martins, Voltare e Amsterdan.

Participou de várias collabs com o projeto “Sessios da Tarde” com artistas como: Francisco el Hombre, Liniker, Scalene, Maneva, Onze20, Medulla, Selvagens a procura de Lei, Carne Doce, Plutão já foi Planeta,Dinho Ouro Preto, Gabriel Elias, entre outros.

Compôs e produziu 4 discos autorais solos, Janela em 2010, Fora do Lugar em 2012, URL em 2018 e o disco instrumental infantil Pra Dormir e Acordar em 2020. Ingressou na banda Supercombo em 2011 na Tour do disco Sal grosso onde atua até hoje como tecladista e parceiro nos arranjos e composições.

Devido ao seu reconhecimento pelo mercado de seu profissionalismo e qualidade como músico instrumentista, foi convidado a ser endorser da Casio e Novation no Brasil.