O desafio chegou antes do final do 1º trimestre. Tudo complicou com o início da pandemia no mundo: dúvidas, incertezas, oportunidades e possibilidades, um mix de tudo.
E a música seguiu entretendo, mas, algumas vozes se calaram:
E outras surgiram:
Parcerias inéditas aconteceram, o que trouxe um maravilhoso balanço musical do novo e do velho se misturando a todo tempo.
O mercado oficial de shows parou, a receita de cachês e a arrecadação de execução pública veio ladeira abaixo, mas aí, o digital consolida seu espaço e relevância. Os lançamentos nas plataformas de streaming passaram do efeito “cauda longa” para “cauda infinita”.
No lugar dos ingressos vendidos a disputa foi pelo número de ouvintes mensais, plays e streams, e chegar na Viral X, na Top Y é a nova boa sensação de uma show com arena lotada (pensando em audiência claro). Sem contar a disputa pelo share: adiantamentos de um lado, leilão, percentual de royalties de outro, tipo pregão com altas e baixas – tenho muito receio do que isso pode trazer de consequências para a indústria – mas, o jogo continua e o mercado está intenso.
Dependendo de qual ponta da corda você está refém ou algoz, caberia mais: equilíbrio, transparência, concorrência e modelos de negócios mais justos e olhando sempre para a arte, para a cultura, para os compositores e intérpretes independentes, mas, respira:
2020 voou no tempo, nas novas ferramentas e em formas diversas de consumo. Mas, para chegar mais alto esse foguete – que é a indústria musical brasileira – ele precisa ser controlado, formalizado, diverso e regulado. Eu acredito, pelo menos batalho por isso e me cerco de quem rema nessa corrente do bem, porque afinal, a música é a terapia de muitos.
E que venha 2021 com a vacina, saúde, show, streams e plays de funk, trap, punk, pop, rock, samba, sertanejo, pisadinha, MPB, pagode e lançamentos surpresas de Sol a Sol!
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Cris Garcia Falcão é executiva da Indústria Musical há mais de 15 anos. Atualmente é Diretora Administrativa da Ingrooves Music Group Brasil.